Contos II
Os autócnes tinham um ar fúfio. As gaforinas não ajudavam à criação de uma imagem menos depreciativa. No entanto os pescoços exibiam fulgentes colares de estranho metal. Ensaiaram uma ginga em meu redor e tentaram comunicar. Não sei se por ter acordado no momento os sons que emitiam eram-me ininteligíveis. A última vez que tinha escutado algo similar, foi de uns indígenas de Timor Oriental que tentaram ensinar-me o seu galóli. Tive medo que se tratasse de antropófagos preparando a funçanata. Num pequeno hiato de tempo, um deles de aspecto galhardo, apercebendo-se de que eu efectivamente não estava atinando com o seu linguarejar, ensaiou uma ideografia simples mas eficaz. Aí eu não tive coragem para ilidir. Aceitei de imediato. Era um convite para repasto. Seria?
Continua…
PS. Para quem não está a seguir a história aconselho a leitura de Contos I, publicado em 05 de Fevereiro. Basta ir aos arquivos.
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