355. Maria-polego-preto
Maria-polego-preto, moça de 18 anos, era abundante de pêlos no pente.
A gente pagava pra ver o fenómeno.
A moça cobria o rosto com um lençol branco e deixava pra fora só o polego preto que se espalhava quase até pra cima do umbigo.
Era uma romaria chimite!
Na porta o pai entrevado recebendo as entradas…
Um senhor respeitável disse que aquilo era uma indignidae e um desrespeito às instituições da família e da Pátria!
Mas parece que era fome.
Manoel de Barros*, O Encantador de Palavras
* Poeta Brasileiro
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