quarta-feira, outubro 19, 2005

814. Automóveis



Durante o dia é um desfile de antiguidades e velharias. Antiguidades, porque os carros coloniais ficaram por lá e o corrupio de chevrolets e fords dos anos 50 é digno de ser visto.Velharias, porque muitos destes se encontram degradados, mas pior que isso é que os carros normais, estão tão velhos quanto a queda do muro de Berlim, onde pontificam a mais de 70% os velhinhos Ladas, assim tipo Fiat 124. Também há carros novos, principalmente VW Passat e Peugeots, mas que ou são táxis, ou são de matrículas preta ou vermelha (vide um dos posts anteriores). Aliás, é curioso verificar a fauna automóvel que circula de dia e de noite. Durante o dia a maioria são carros de particulares e de empresas estatais. De noite, se descontarmos os táxis, a maioria são matrículas pretas e vermelhas. Quem tem dinheiro tem e mais nada! O pior da circulação automóvel em Havana nem é as ultrapassagens pela direita, nem as bicicletas que se atravessam a qualquer momento à nossa frente. Uma vez que a quantidade de veículos é diminuta, eu estimaria, assim por alto, menos de um décimo da circulação de Lisboa, é a avançada idade dos carros, a dificuldade de arranjar peças, a não existência de catalizadores, os escapes a caírem pelas costuras, tudo isso a provocar, em certas horas, uma atmosfera quase irrespirável. De facto o bloqueio a Cuba é criminoso e infelizmente não é só no parque automóvel (antes fosse) que se reflecte na vida daquele povo.

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