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segunda-feira, outubro 31, 2016

1630. Falar o halloweenês de fevereiro

Quem inventou o carnaval que se dane! Inventar um carnaval num dia normalmente frio como o caneco e, raramente não chuvoso, com os carros alegóricos de Ovar a Loulé, da Bairrada a Torres Vedras, de Sines a Sesimbra, de Elvas ao Funchal, a desfilarem encharcadinhos, com aquelas meninas de rabinho ao léu a tremerem de frio, com as matrafonas encharcadas até aos culotes e mesmo assim a atirarem balões de água como se a que S. Pedro manda lá de cima não fosse suficiente, os comerciantes a queixarem-se que "este tempo é um desastre para o negócio", com os carnavais a serem adiados para o domingo magro seguinte, quando na quarta feira anterior já se tinha feito enterro do bacalhau e a malta toda a tirar fotografias entre cabeças nas multidões e a ficarem  nas fotos mais cabeças apanhadas por detrás, algumas já carecas e tudo do que palhaços, matrafonas e cabeçudos com as caricaturas do Passos, do Cavaco, do Pinto da Costa e de outras celebridades, quem foi o inventor dessa treta que se dane, se bem que aqueles rabinhos ao léu, mesmo molhados e tudo, não seja coisa para desprezar ainda que a bota não bata com a perdigota, isto é, aqui não é o Brasil, não faz 40º em fevereiro como no Rio de Janeiro onde, mesmo com chuva, nenhuma mulata tem frio no bumbum. Então que se dane o inventor dessa  coisa chamada Carnaval, pois quem sabe da poda são os americanos e não fossem eles umas doçuras que sairia logo aqui um post cheio de travessuras. Eles é que sabem, Inventaram um carnaval em outubro e os tugas, ou seja, cá a malta, à falta de um carnaval com calor em fevereiro, celebramos o halloween como se fosse nosso, com 27º à sombra e viva o aquecimento global e vivam os states, já agora com a Hilária em vez daquele Donald  que cheira a Trampa e uma foto no FB com uma abóbora na cabeça é bem mais gira do que as traseiras das cabeças da multidão a olhar para cima e a atirar serpentinas e papelinhos, encharcados, está bem de ver, às meninas dos carros alegóricos, vai não vai, empanados no meio das avenidas, se não andas deixa os outros passarem, caraças, mas com a grafia do norte. Pois bem, venham de lá essas selfies vestidas com fatinhos de esqueleto, chapéus de bruxa e que engraçado, ninguém se lembra de substituir a abóbora por um cartão moldado com as fuças do Costa, da Catarina ou Jerónimo que isso é no carnaval, aqui não há bruxas para fazer mover a geringonça. Quem continua a tentar embruxar isto tudo é o Passos, mas eu nem digo lagarto, lagarto, lagarto que depois me chamam faccioso. Lá lá lá lá era eu a cantar, mas ainda bem que aqui não se ouve e escapo de uma vassourada bem assente. Adeus e até ao próximo halloween.

segunda-feira, fevereiro 20, 2012

1601. Com SCUTs e sem humor negro, ou vice-versa


Ontem à noite, Domingo, ouvi nas notícias que tinham sido contabilizados nas estradas portuguesas sete mortos na operação Carnaval, mais cinco do que no ano anterior, isto desde sexta à noite. Quer dizer, em dois dias. Ninguém, não sei se convém ou não, fez ainda uma comparação, uma analogia, sequer uma especulação, se estes acidentes estão ou não relacionados com um maior afluxo às estradas “alternativas” às antigas SCUTs, hoje em dia autoestradas com portagem. A muita gente estes dados não interessam para nada até porque viriam logo alguns daqueles comentadores das rádios, TVs e jornais, sempre os mesmos, que até ganham para dizer palermices, do género das que eu aqui digo mas que o faço de borla, que a medida do Governo de taxar as SCUTs é perfeitamente adequada porque não só faz entrar dinheiro nos cofres do Estado por via direta, as portagens, mas também por via indireta já que alguns dos mortos são funcionários públicos a quem deixará de pagar ordenados ou pensionistas e reformados a quem se deixarão de pagar pensões. Esquecem-se os comentadores oficiais do regime que também o Governo a alguns deles vai deixar de poder roubar os 13º e 14º meses e, pior ainda, vai ter de pagar alguns subsídios de funeral e pensões de viuvez. E se calha, algumas horas extras a coveiros e outros funcionários dos cemitérios. Numa visão economicista, que tanto agrada a este governo, há ou não que repensar as SCUTs?

segunda-feira, fevereiro 23, 2009

1375. Quer frô?


Eu sei que as minhas leitoras e os meus leitores estavam à espera do meu post de hoje para me encherem a caixa de comentários com a sacramental pergunta, Então Pré quando é que te vamos ver a ti a receber o Óscar de Melhor Argumento Original?, portanto podem fazer a pergunta à vontade depois de lerem o que tenho para vos dizer. Não é, contudo, coisa com a qual a não tenha já sonhado amiúde e podem crer que até já tenho algumas linhas do discurso ensaiadas. Claro que os good evenings everybody não poderão faltar mas o que eu preparei vai para além disso, tem até um first of all i want to thanks my family e claro como não poderá deixar de ser também um agradecimento especial às melhores leitoras e aos melhores leitores do mundo que são as leitoras e os leitores do blog PreDatado. Podem ter a certezinha absoluta que não me esquecerei de nenhum de vós e direi, alto e bom som, o vosso nome um a um. Mas já estive mais longe do que estou da tal estatuetazinha, até porque já escrevi um argumento, se bem que tenha sido um argumento adaptado e portanto também poderia dar óscar, adaptação essa de um best-seller chamado A Minha Vizinha do Sétimo Esquerdo é uma Rosa Púrpura que, infelizmente e talvez por maldade, foi cair nas mãos de um qualquer produtor depravado que não conseguiu mais do que fazer um filme, classificado com três letrinhas X e ao qual lhe deu o nome bem português de Pernas abertas em V, onde aparecia um moçoila por acaso, não desfazendo, bem jeitosa em posições e actos obscenos. Se calhar foi por isso que eu não ganhei o Óscar. Também já escrevi um outro argumento (mais ou menos original, mais ou menos adaptado) para um filme infantil, que até era para sair em desenhos animados mas depois não foi feito assim, chamado Cinderela Foi Raptada Por Um Grande Bruto, mas que depois quando transformado em película foi distribuído com o título Cinderela e o Príncipe do Grão de Ervilha. Agora ando a escrever um outro, no qual eu deposito todas as minhas esperanças para ganhar o tal óscar, macacos me mordam se não vou ganhar, ou adaptando o dito popular a uma coisa mais em voga, eu seja um slumdog se não vou ganhar o Óscar. Esse sim, vai ser ao estilo bollywood, já que ninguém nunca se lembrou de atribuir um Óscar sequer a uma produção dessas, o que aumenta a minha chance. É o romance de uma esbelta indiana de alta casta, que vestia sari amarelo em seda pura de cashemira com um vendedor paquistanês de rosas em restaurantes. Mas não adianto nem mais uma linha porque não vim aqui para falar de filmes nem de óscares que é coisa que hoje, blog que não esteja de férias de carnaval, não deixou de escrever. Eu vim aqui falar do Carnaval, isso sim uma originalidade, pois aposto que ainda ninguém falou por estes dias.

Um certo Carnaval mascarei-me de indiana. Vestia um lindo sari amarelo de seda pura de cashemira quando por mero acaso, sentado(a) numa esplanada a tomar um descafeinado, se aproximou de mim uma linda e morena alentejana fantasiada de paquistanês com bigode e tudo, que me perguntou, Quer frô?

Foto PreDatado, 2008