963. Eu não acredito e vocês?
Tudo bem, justiça é justiça e faça-se justiça num estado de direito. Os políticos quando instados a pronunciar-se dizem sempre “não comento decisões judiciais”. Estão no direito deles. De não comentarem. De não se comprometerem. Aliás é normal não se comprometerem. Os votos contam muito e é à conta dos votos que eles lá estão. Mas eu não sou da política e acredito naquilo que eu quiser. O S. Tomé agia de um modo semelhante. Gostava de ver primeiro. O que me distingue de S. Tomé é que vejo demais para os meus míopes olhos. Por isso, nem vendo eu acredito. Não sou obrigado a acreditar. Não acredito na Justiça em Portugal e pronto! C’est finit. Aliás, a propósito do francesismo utilizado, alguém se lembra ainda da condenação do todo-poderoso Bernard Tappie em França? “Mas,” dizem vocês, “França não é propriamente um país do terceiro mundo”. “Pois!” digo eu que sou parco em palavras. Vamos vendo, paulatinamente, sendo arquivados processos associados ao Apito Dourado. Ontem um, hoje outro, até ao arquivo final. E já agora, há algum poderoso no processo Casa Pia? “Pois!” digo eu que sou parco em palavras.
(Colocado previamente no ante-et-post)
quinta-feira, abril 27, 2006
terça-feira, abril 25, 2006

Antes. Manifestação em Lisboa de Apoio a Salazar. Camionetas vindas de todo o país invadem a capital numa grande manifestação de apoio a Salazar. A Emissora Nacional faz a reportagem da chegada dos manifestantes.
EN – Minha senhora de onde vem?
Popular – De Carrajeda de Anshiães.
EN – Porque é que veio a esta manifestação?
Popular – Bim ber o Baltajar.
Depois. Sócrates ganha as eleições. Manifestação popular em frente à sede da candidatura. A população eufórica exige a presença de Sócrates na varanda. A RTP faz a reportagem.
RTP – Minha senhora de onde veio?
Popular – De Lisboa. Sócras! Sócras! Sócras!
RTP – Está muito feliz com a vitória do Partido Socialista?
Popular – Sempre apoiei o Sócras. Viva o Sócras! Sócras! Sócras! Sócras!
Ainda está muito Abril por realizar!
segunda-feira, abril 24, 2006
961. Solidariedade (com um reparo)
A maria_árvore convidou-me a expressar a minha solidariedade com uma organização à minha escolha. Vou escolher a PORTA ABERTA e a campanha Sorrisinho, juntando gratuitamente a minha voz (neste caso o meu texto) à campanha que está a decorrer de recolha de fundos para a construção do novo Centro de Acolhimento para crianças em risco.

Faço-o a título gratuíto como penso que, embora figuras públicas, o tenham feito as pessoas que aparecem no prospecto de divulgação. Nem outra coisa seria de esperar tratando-se de uma campanha de solidariedade.

Fica aqui mais informação nomeadamente o NIB para quem quiser contribuir.

Finalmente fica aqui, também, o tal reparo a que faço referência no título. Hoje mesmo comprei um dos objectos, uma pequena boneca em pano, que a campanha está a vender em troco dos 5€ de solidariedade. Provavelmente o "Sorrisinho" já estará esgotado, mas isso não é o busilis da questão. Essa bonequinha tinha uma etiqueta, com as recomendações obrigatórias para crianças e a origem do produto: Made in China. Tendo em conta que a PORTA ABERTA acolhe crianças vítimas de maus tratos, não teria sido de bom tom, advertir o comprador do Sorrisinho de que o mesmo não tinha sido fabricado com recurso a trabalho infantil ou semi-escravo? Ou será que foi?
A maria_árvore convidou-me a expressar a minha solidariedade com uma organização à minha escolha. Vou escolher a PORTA ABERTA e a campanha Sorrisinho, juntando gratuitamente a minha voz (neste caso o meu texto) à campanha que está a decorrer de recolha de fundos para a construção do novo Centro de Acolhimento para crianças em risco.

Faço-o a título gratuíto como penso que, embora figuras públicas, o tenham feito as pessoas que aparecem no prospecto de divulgação. Nem outra coisa seria de esperar tratando-se de uma campanha de solidariedade.

Fica aqui mais informação nomeadamente o NIB para quem quiser contribuir.

Finalmente fica aqui, também, o tal reparo a que faço referência no título. Hoje mesmo comprei um dos objectos, uma pequena boneca em pano, que a campanha está a vender em troco dos 5€ de solidariedade. Provavelmente o "Sorrisinho" já estará esgotado, mas isso não é o busilis da questão. Essa bonequinha tinha uma etiqueta, com as recomendações obrigatórias para crianças e a origem do produto: Made in China. Tendo em conta que a PORTA ABERTA acolhe crianças vítimas de maus tratos, não teria sido de bom tom, advertir o comprador do Sorrisinho de que o mesmo não tinha sido fabricado com recurso a trabalho infantil ou semi-escravo? Ou será que foi?
960. AhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAh
Não consigo parar de rir...AhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAh...acabei de ouvir que...AhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAh...um dos processos a Pinto da Costa, no Apito Dou...AhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAh...rado, foi arquivado. AhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAh. Ajudem-me a parar de rir.
Não consigo parar de rir...AhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAh...acabei de ouvir que...AhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAh...um dos processos a Pinto da Costa, no Apito Dou...AhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAh...rado, foi arquivado. AhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAhAh. Ajudem-me a parar de rir.
sábado, abril 22, 2006
959. Anónimo, mas feliz
Estive a fazer umas contas de cabeça as quais me atrevo a denunciar aqui. Trabalhei em 8 empresas onde deverei ter conhecido, para não exagerar, em média umas 100 pessoas, o que dará 800 conhecidos. Desde a pré-primária à faculdade estudei durante 17 anos. Tendo em conta que fiz mais um curso médio de 3 anos, foram 20 anos de escola. As turmas, na generalidade, repetiam-se de ano para ano. Descontando os que chumbavam e ficavam para trás e somando os repetentes que não avançavam eu teria conhecido em média 10 novos colegas por ano. A acrescentar aos 40 em cada salto de fase, entrada na pré, entrada o liceu, entrada na faculdade, etc etc, tive como colegas umas trezentas e sessenta cabeças. Tendo em conta que a escola não é uma turma isolada acrescentarei mais 50% pelos conhecimentos concomitantes o que perfaz os seus 540, logo já terei 1340 pessoas conhecidas. Fui professor numa faculdade e num colégio, terei tido uns 300 alunos. Fiz também alfabetização, antes do 25 de Abril, a umas 60 crianças, o que soma o bonito número de 1700. Da vizinhança, já que apenas morei em três sítios diferentes, um dos quais em prédio com elevador onde só vim a conhecer os 10 vizinhos na primeira reunião de condóminos, mas fortemente compensado pelo facto de antes ter morado num bairro, que embora pequeno ou talvez por isso, todos se conheciam, atrevo-me a adicionar 300 conhecidos. Entretanto fui juntando aos meus conhecidos, alguns conhecidos da minha mulher e dos meus filhos, os motoristas de autocarro, o dono da mercearia, a senhora da tabacaria onde religiosamente adquiro, há 25 anos, os meus dois macitos diários, os 4 proprietários do café, por via dos sucessivos trespasses, onde tomo a bica matinal, aquelas 6 pessoas que costumavam comer ao meu lado no restaurante do Carlos, o próprio Carlos, o cobrador das quotas do Benfica, antes da moda do débito directo em conta bancária, o porteiro do Almada que fazia vista grossa aos meus 7 anos de idade deixando-me passar à borla para ir ver o jogo e mais uns quantos singulares por aqui e por ali. Vou já em mais de 2000 pessoas conhecidas, talvez uns 2020, tentando ser rigoroso. Na blogosfera, por via das caixas de comentários e da minha colaboração num outro blog, já conheço umas 30 pessoas. Não está mal para contas de cabeça considerar 2050, pois os números redondos são mais fáceis de fixar. Para facilitação do raciocínio vou considerar que todas estas pessoas são ainda vivas à hora em que termino os cálculos a quem junto mais 150 tipos que comigo jogaram futebol desde puto. Não sei se estas 2200 pessoas sabem todas o meu nome, não sei se acreditam que Alves Fernandes faz mesmo parte do meu registo de nascimento ou se algumas pensam que é pseudónimo. Também não lhes vou satisfazer essa dúvida.
Chegado ao número 2200 decidi não adicionar mais nenhum conhecimento, por achar completamente ridículo este cálculo. Se restringirmos o Universo em estudo apenas à população portuguesa e simplificarmos o cálculo comparativo aos 10 milhões, eu apenas sou conhecido por 0,022% da população pelo que sou um indubitável anónimo. E é dentro deste anonimato, piorado quando assino como PreDatado (outro pseudónimo) que vou deixando comentários aqui e ali nos blogs que visito. Mesmo assim fui poupado à contundência de JPP no seu artigo no público, depois repassado em blog. Digam lá se não é para me sentir anónimo, mas feliz.
PS. Na verdade estou-me marimbando para o que pensa JPP sobre as caixas de comentários e os comentadores. É mais um artigo ao seu jeito, desprovido de senso mas que até dá para a gente ir enchendo chouriços, à custa disso, nos nossos blogs.
Estive a fazer umas contas de cabeça as quais me atrevo a denunciar aqui. Trabalhei em 8 empresas onde deverei ter conhecido, para não exagerar, em média umas 100 pessoas, o que dará 800 conhecidos. Desde a pré-primária à faculdade estudei durante 17 anos. Tendo em conta que fiz mais um curso médio de 3 anos, foram 20 anos de escola. As turmas, na generalidade, repetiam-se de ano para ano. Descontando os que chumbavam e ficavam para trás e somando os repetentes que não avançavam eu teria conhecido em média 10 novos colegas por ano. A acrescentar aos 40 em cada salto de fase, entrada na pré, entrada o liceu, entrada na faculdade, etc etc, tive como colegas umas trezentas e sessenta cabeças. Tendo em conta que a escola não é uma turma isolada acrescentarei mais 50% pelos conhecimentos concomitantes o que perfaz os seus 540, logo já terei 1340 pessoas conhecidas. Fui professor numa faculdade e num colégio, terei tido uns 300 alunos. Fiz também alfabetização, antes do 25 de Abril, a umas 60 crianças, o que soma o bonito número de 1700. Da vizinhança, já que apenas morei em três sítios diferentes, um dos quais em prédio com elevador onde só vim a conhecer os 10 vizinhos na primeira reunião de condóminos, mas fortemente compensado pelo facto de antes ter morado num bairro, que embora pequeno ou talvez por isso, todos se conheciam, atrevo-me a adicionar 300 conhecidos. Entretanto fui juntando aos meus conhecidos, alguns conhecidos da minha mulher e dos meus filhos, os motoristas de autocarro, o dono da mercearia, a senhora da tabacaria onde religiosamente adquiro, há 25 anos, os meus dois macitos diários, os 4 proprietários do café, por via dos sucessivos trespasses, onde tomo a bica matinal, aquelas 6 pessoas que costumavam comer ao meu lado no restaurante do Carlos, o próprio Carlos, o cobrador das quotas do Benfica, antes da moda do débito directo em conta bancária, o porteiro do Almada que fazia vista grossa aos meus 7 anos de idade deixando-me passar à borla para ir ver o jogo e mais uns quantos singulares por aqui e por ali. Vou já em mais de 2000 pessoas conhecidas, talvez uns 2020, tentando ser rigoroso. Na blogosfera, por via das caixas de comentários e da minha colaboração num outro blog, já conheço umas 30 pessoas. Não está mal para contas de cabeça considerar 2050, pois os números redondos são mais fáceis de fixar. Para facilitação do raciocínio vou considerar que todas estas pessoas são ainda vivas à hora em que termino os cálculos a quem junto mais 150 tipos que comigo jogaram futebol desde puto. Não sei se estas 2200 pessoas sabem todas o meu nome, não sei se acreditam que Alves Fernandes faz mesmo parte do meu registo de nascimento ou se algumas pensam que é pseudónimo. Também não lhes vou satisfazer essa dúvida.
Chegado ao número 2200 decidi não adicionar mais nenhum conhecimento, por achar completamente ridículo este cálculo. Se restringirmos o Universo em estudo apenas à população portuguesa e simplificarmos o cálculo comparativo aos 10 milhões, eu apenas sou conhecido por 0,022% da população pelo que sou um indubitável anónimo. E é dentro deste anonimato, piorado quando assino como PreDatado (outro pseudónimo) que vou deixando comentários aqui e ali nos blogs que visito. Mesmo assim fui poupado à contundência de JPP no seu artigo no público, depois repassado em blog. Digam lá se não é para me sentir anónimo, mas feliz.
PS. Na verdade estou-me marimbando para o que pensa JPP sobre as caixas de comentários e os comentadores. É mais um artigo ao seu jeito, desprovido de senso mas que até dá para a gente ir enchendo chouriços, à custa disso, nos nossos blogs.
quinta-feira, abril 20, 2006
quinta-feira, abril 13, 2006
957. De novo a "nossa" discoteca
Tinha passado na TV a primeira novela brasileira, "Gabriela". Os organizadores dos carnavais pelo país fora convidavam artistas atrás de artistas para os corsos carnavalescos. Mas um, eles não conseguiram convidar. Veio gratuitamente à Cave partilhar o Carnaval cá com o pessoal. Mais tarde, dir-vos-ei porquê. Senhoras e senhores, na Cave a atracção brasileira, vindo directamente da Globo, Tonico Bastos.
Tinha passado na TV a primeira novela brasileira, "Gabriela". Os organizadores dos carnavais pelo país fora convidavam artistas atrás de artistas para os corsos carnavalescos. Mas um, eles não conseguiram convidar. Veio gratuitamente à Cave partilhar o Carnaval cá com o pessoal. Mais tarde, dir-vos-ei porquê. Senhoras e senhores, na Cave a atracção brasileira, vindo directamente da Globo, Tonico Bastos.

956. Raim, cartunista
O Raim é um cartunista que tive a felicidade de conhecer num encontro de co-blogueiros de um outro blog onde colaboro.
O PreDatado tem publicado aí uma série de textos proto-surrealistas os quais têm gerado comentários e observações curiosas. Em resposta a um dos comentários, propus ao Raim, que também tem um blog, que desenhasse o edifício descrito. E a obra está aqui. Parabéns Raim e obrigado.
O Raim é um cartunista que tive a felicidade de conhecer num encontro de co-blogueiros de um outro blog onde colaboro.
O PreDatado tem publicado aí uma série de textos proto-surrealistas os quais têm gerado comentários e observações curiosas. Em resposta a um dos comentários, propus ao Raim, que também tem um blog, que desenhasse o edifício descrito. E a obra está aqui. Parabéns Raim e obrigado.

955. O andrade diz que isto é azia (ou a minha maldita mania de me meter em assuntos da bola)
Levei com eles quando o meu presidente disse que se não vendesse 300 mil kits de sócio se demitiria. Eles estão sempre afirmar-se diferentes e eu reconheço-o. No meu clube, mesmo em tempo de ditadura havia eleições. No clube deles não. Agora já há. Mas continuam diferentes. O presidente deles disse que se não vendesse o património do clube se demitiria. E demitiu-se. Agora vai-se recandidatar. Eles são diferentes. Fazem as palhaçadas que os outros não fazem.
*
Não há muito tempo, o presidente deles cuspiu no prato do presidente dos andrades. O presidente dos andrades não gostou e ripostou com uma não menos nojenta cuspidela. Agora dão-se como irmãos. Por isso eles são diferentes. Pactuam com o diabo ou vendem-lhe a alma. Não me admiro que o demissionário venha a ser de novo presidente deles. Os seus acólitos e adeptos quererão premiar esta aproximação ao seu ex-novo-futuro amigo andrade. O andrade diz que isto é azia.
*
No final do encontro do passado fim-de-semana entre eles e o clube regional que veste à andrade, houve cânticos de ambas as claques e adeptos. Festejavam um, a vitória e, o outro, a vitória do outro. Eram unânimes no cântico: SLB, filhos da puta, SLB. Saíram muito felizes e abraçados. Nós estamos habituados a que eles valorizem mais a vitória dos outros que vestem de andrades do que as suas próprias. Desde que com isso possam vilipendiar o Glorioso. Eles são de facto diferentes.
*
Ontem o presidente dos andrades veio à TV gabar o treinador deles, por no final da contenda ter mostrado fair-play. Mesmo depois daquela entrada, quase assassina, de um jogador dos das riscas verticais, sobre um jogador deles. Mesmo depois deles terem sido espoliados de um descarado penalty. O treinador deles é um cavalheiro. É um treinador diferente. Só perde a compostura ao falar do Glorioso. Afinal não é tão diferente, quase todos os treinadores fazem o mesmo. Será por serem muito católicos e deverem obediência ao Papa?
*
PS. Não me aqueceu nem me arrefeceu que eles tivessem passado nas colunas do estádio o hino de Mercury e Caballet, “Barcelona”. Na verdade só podiam, uma vez que deles não se conhece hino. Ou será aquela coisa que uma senhora de mancha verde na cabeça anda a cantar há 40 anos?
Levei com eles quando o meu presidente disse que se não vendesse 300 mil kits de sócio se demitiria. Eles estão sempre afirmar-se diferentes e eu reconheço-o. No meu clube, mesmo em tempo de ditadura havia eleições. No clube deles não. Agora já há. Mas continuam diferentes. O presidente deles disse que se não vendesse o património do clube se demitiria. E demitiu-se. Agora vai-se recandidatar. Eles são diferentes. Fazem as palhaçadas que os outros não fazem.
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Não há muito tempo, o presidente deles cuspiu no prato do presidente dos andrades. O presidente dos andrades não gostou e ripostou com uma não menos nojenta cuspidela. Agora dão-se como irmãos. Por isso eles são diferentes. Pactuam com o diabo ou vendem-lhe a alma. Não me admiro que o demissionário venha a ser de novo presidente deles. Os seus acólitos e adeptos quererão premiar esta aproximação ao seu ex-novo-futuro amigo andrade. O andrade diz que isto é azia.
*
No final do encontro do passado fim-de-semana entre eles e o clube regional que veste à andrade, houve cânticos de ambas as claques e adeptos. Festejavam um, a vitória e, o outro, a vitória do outro. Eram unânimes no cântico: SLB, filhos da puta, SLB. Saíram muito felizes e abraçados. Nós estamos habituados a que eles valorizem mais a vitória dos outros que vestem de andrades do que as suas próprias. Desde que com isso possam vilipendiar o Glorioso. Eles são de facto diferentes.
*
Ontem o presidente dos andrades veio à TV gabar o treinador deles, por no final da contenda ter mostrado fair-play. Mesmo depois daquela entrada, quase assassina, de um jogador dos das riscas verticais, sobre um jogador deles. Mesmo depois deles terem sido espoliados de um descarado penalty. O treinador deles é um cavalheiro. É um treinador diferente. Só perde a compostura ao falar do Glorioso. Afinal não é tão diferente, quase todos os treinadores fazem o mesmo. Será por serem muito católicos e deverem obediência ao Papa?
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PS. Não me aqueceu nem me arrefeceu que eles tivessem passado nas colunas do estádio o hino de Mercury e Caballet, “Barcelona”. Na verdade só podiam, uma vez que deles não se conhece hino. Ou será aquela coisa que uma senhora de mancha verde na cabeça anda a cantar há 40 anos?
terça-feira, abril 11, 2006
segunda-feira, abril 10, 2006
953. Os meus NÃOs e os meus SIMs à violência doméstica
Um dia destes, no posto médico, uma menina com 4 anos de idade brincava. E como qualquer criança de 4 anos gosta de brincar no chão, a menina também se espojou no chão para brincar. A mãe “gritou-lhe” para que se levantasse. A menina, no seu entretenimento, não obedeceu e a mãe deu-lhe duas valentes palmadas no cú. A menina levantou-se a chorar e foi para uma cadeira. A menina de 4 anos, não percebeu porque é que não podia brincar no chão. Apenas ficou a saber que o perigo de brincar espojada no chão é poder levar duas palmadas nas nádegas.
*
Hoje vi um puto, aí com os seus 17 anos, que ao pedido da mãe para que lhe desse a senha da consulta atirou-a para o chão. Não uma, porque a mãe lhe pediu para apanhar, não duas, porque a mãe voltou a pedir para que ele a apanhasse, mas três. À terceira, a mãe baixou-se e apanhou a senha, ela própria. O rapazola não ficou a saber porque é que não deve atirar para o chão a senha que a mãe lhe pediu para entregar à mão. Só ficou a saber que desde que seja à terceira pode fazê-lo. Se fosse comigo, levava um murro nos cornos.
Um dia destes, no posto médico, uma menina com 4 anos de idade brincava. E como qualquer criança de 4 anos gosta de brincar no chão, a menina também se espojou no chão para brincar. A mãe “gritou-lhe” para que se levantasse. A menina, no seu entretenimento, não obedeceu e a mãe deu-lhe duas valentes palmadas no cú. A menina levantou-se a chorar e foi para uma cadeira. A menina de 4 anos, não percebeu porque é que não podia brincar no chão. Apenas ficou a saber que o perigo de brincar espojada no chão é poder levar duas palmadas nas nádegas.
*
Hoje vi um puto, aí com os seus 17 anos, que ao pedido da mãe para que lhe desse a senha da consulta atirou-a para o chão. Não uma, porque a mãe lhe pediu para apanhar, não duas, porque a mãe voltou a pedir para que ele a apanhasse, mas três. À terceira, a mãe baixou-se e apanhou a senha, ela própria. O rapazola não ficou a saber porque é que não deve atirar para o chão a senha que a mãe lhe pediu para entregar à mão. Só ficou a saber que desde que seja à terceira pode fazê-lo. Se fosse comigo, levava um murro nos cornos.
sábado, abril 08, 2006
952. Valsando nos tempos certos

Le 8 d’Avril de 1929. Jacques Brel naît à 3 heures du matin, 138 avenue du Diamant à Schaerbeek, l'une des 19 communes de Bruxelles.
La Valse A Mille Temps
Au premier temps de la valse
Toute seule tu souris déjà
Au premier temps de la valse
Je suis seul mais je t'aperçois
Et Paris qui bat la mesure
Paris qui mesure notre émoi
Et Paris qui bat la mesure
Me murmure murmure tout bas
Une valse à trois temps
Qui s'offre encore le temps
Qui s'offre encore le temps
De s'offrir des détours
Du côté de l'amour
Comme c'est charmant
Une valse à quatre temps
C'est beaucoup moins dansant
C'est beaucoup moins dansant
Mais tout aussi charmant
Qu'une valse à trois temps
Une valse à quatre temps
Une valse à vingt ans
C'est beaucoup plus troublant
C'est beaucoup plus troublant
Mais beaucoup plus charmant
Qu'une valse à trois temps
Une valse à vingt ans
Une valse à cent temps
Une valse à cent ans
Une valse ça s'entend
A chaque carrefour
Dans Paris que l'amour
Rafraîchit au printemps
Une valse à mille temps
Une valse à mille temps
Une valse a mis le temps
De patienter vingt ans
Pour que tu aies vingt ans
Et pour que j'aie vingt ans
Une valse à mille temps
Une valse à mille temps
Une valse à mille temps
Offre seule aux amants
Trois cent trente-trois fois le temps
De bâtir un roman
Au deuxième temps de la valse
On est deux tu es dans mes bras
Au deuxième temps de la valse
Nous comptons tous les deux une deux trois
Et Paris qui bat la mesure
Paris qui mesure notre émoi
Et Paris qui bat la mesure
Nous fredonne fredonne déjà
(…)
Au troisième temps de la valse
Nous valsons enfin tous les trois
Au troisième temps de la valse
Il y a toi y a l'amour et y a moi
Et Paris qui bat la mesure
Paris qui mesure notre émoi
Et Paris qui bat la mesure
Laisse enfin éclater sa joie.
- Para escutar podem clicar aqui -
(foto supra retirada daqui: http://www.mcm.net/musique/ficheartiste/8552)
Le 8 d’Avril de 1929. Jacques Brel naît à 3 heures du matin, 138 avenue du Diamant à Schaerbeek, l'une des 19 communes de Bruxelles.
La Valse A Mille Temps
Au premier temps de la valse
Toute seule tu souris déjà
Au premier temps de la valse
Je suis seul mais je t'aperçois
Et Paris qui bat la mesure
Paris qui mesure notre émoi
Et Paris qui bat la mesure
Me murmure murmure tout bas
Une valse à trois temps
Qui s'offre encore le temps
Qui s'offre encore le temps
De s'offrir des détours
Du côté de l'amour
Comme c'est charmant
Une valse à quatre temps
C'est beaucoup moins dansant
C'est beaucoup moins dansant
Mais tout aussi charmant
Qu'une valse à trois temps
Une valse à quatre temps
Une valse à vingt ans
C'est beaucoup plus troublant
C'est beaucoup plus troublant
Mais beaucoup plus charmant
Qu'une valse à trois temps
Une valse à vingt ans
Une valse à cent temps
Une valse à cent ans
Une valse ça s'entend
A chaque carrefour
Dans Paris que l'amour
Rafraîchit au printemps
Une valse à mille temps
Une valse à mille temps
Une valse a mis le temps
De patienter vingt ans
Pour que tu aies vingt ans
Et pour que j'aie vingt ans
Une valse à mille temps
Une valse à mille temps
Une valse à mille temps
Offre seule aux amants
Trois cent trente-trois fois le temps
De bâtir un roman
Au deuxième temps de la valse
On est deux tu es dans mes bras
Au deuxième temps de la valse
Nous comptons tous les deux une deux trois
Et Paris qui bat la mesure
Paris qui mesure notre émoi
Et Paris qui bat la mesure
Nous fredonne fredonne déjà
(…)
Au troisième temps de la valse
Nous valsons enfin tous les trois
Au troisième temps de la valse
Il y a toi y a l'amour et y a moi
Et Paris qui bat la mesure
Paris qui mesure notre émoi
Et Paris qui bat la mesure
Laisse enfin éclater sa joie.
- Para escutar podem clicar aqui -
(foto supra retirada daqui: http://www.mcm.net/musique/ficheartiste/8552)
sexta-feira, abril 07, 2006
951. À minha mãe
Quem tem filhos tem cadilhos,
Tem-nos quem os não tiver.
Quem tem filhos ainda vive
Mesmo depois de morrer
Tu tens 3 filhos que te amam. Tu tens 3 filhos a quem amas muito. E mesmo adultos são os teus cadilhos. Por quem choras quando estão doentes, por quem tremes quando estão ausentes, a quem mimas quando estão presentes. Mas também foste filha e continuas a sê-lo porque a saudade da tua mãe que já há longos anos partiu, não a deixa morrer. São assim as mães. Umas mais do que outras e tu és das que são mais do que outras. E não te digo isto apenas porque hoje completas 74 anos. Digo-te isto hoje, porque te digo isto sempre. Eu sei que os meus leitores têm as melhores mães do mundo. Mas eu também tenho. E tu és minha. Parabéns, mamã.
Quem tem filhos tem cadilhos,
Tem-nos quem os não tiver.
Quem tem filhos ainda vive
Mesmo depois de morrer
Tu tens 3 filhos que te amam. Tu tens 3 filhos a quem amas muito. E mesmo adultos são os teus cadilhos. Por quem choras quando estão doentes, por quem tremes quando estão ausentes, a quem mimas quando estão presentes. Mas também foste filha e continuas a sê-lo porque a saudade da tua mãe que já há longos anos partiu, não a deixa morrer. São assim as mães. Umas mais do que outras e tu és das que são mais do que outras. E não te digo isto apenas porque hoje completas 74 anos. Digo-te isto hoje, porque te digo isto sempre. Eu sei que os meus leitores têm as melhores mães do mundo. Mas eu também tenho. E tu és minha. Parabéns, mamã.
segunda-feira, abril 03, 2006
949. "Whoever is happy will make others happy too" ou, nunca é tarde para se falar de quem se gosta
No passado dia 15, a Annie Hall, comemorou 2 anos do seu blog. Eu fui lá tomar uma taça de champanhe, mas como estava com pouco tempo, não pude ficar à conversa. É justo que lhe diga aqui quanto aprecio a natureza das suas fotos.
Também em Março e no mesmo dia de há dois anos a Luz, começou a brindar-nos com algumas ideias luminosas. De vez em quando funde-se-lhe um fusível e ficamos à espera que o homem da manutenção apareça. Depois dá de novo gosto ver aquela casa iluminada.
No passado dia 15, a Annie Hall, comemorou 2 anos do seu blog. Eu fui lá tomar uma taça de champanhe, mas como estava com pouco tempo, não pude ficar à conversa. É justo que lhe diga aqui quanto aprecio a natureza das suas fotos.
Também em Março e no mesmo dia de há dois anos a Luz, começou a brindar-nos com algumas ideias luminosas. De vez em quando funde-se-lhe um fusível e ficamos à espera que o homem da manutenção apareça. Depois dá de novo gosto ver aquela casa iluminada.
948. Hoje vou falar de bola
Este não é um blog que perca muito tempo com o futebol. Há muitos blogs especializados nessa arte, pelo que, o que aqui é dito nada acrescenta às “trocentas” mil análises que por aí são feitas. No entanto, após o jogo entre o Belenenses e o Benfica do passado Sábado, as declarações do treinador do Belenenses, José Couceiro devem, em minha opinião ser objecto de reflexão. É até provável que o Benfica tenha sido beneficiado neste jogo. Não o vou discutir como também não vim à praça pública reclamar as vezes que durante este campeonato o Benfica foi prejudicado. No entanto o treinador José Couceiro foi muito veemente na crítica à arbitragem afirmando: “Temos estados calados durante muito tempo…”. Vejamos o que se poderá inferir desta declaração.
a)Sempre que se trata de ser prejudicado num jogo contra o Benfica nós, treinadores, ficamos muito mais chateados do que se fossemos “roubados” contra o Cascalheira (com o devido respeito pelo Cascalheia).
b)Os dirigentes do Benfica, são tótós e nós, treinadores, gostamos de atazanar a cabeça dos totós. Sabemos que estes totós só parecem ter poder mas não mandam nada neste sub-sistema de poder.
c)Alguém nos obriga a ficar calados nas outras situações.
Posto isto seria bom que o treinador do Belenenses, José Couceiro, até porque à mulher de César não basta ser séria, explicasse depois de tais afirmações, se afinal de contas não era nada das alíneas acima que ele queria dizer, ou se na verdade alguma das leituras está correcta e, portanto, deveria explicar também porque é que nas restantes situações, ou pelo menos “há muito tempo” tem andado calado. Ele até parece uma pessoa séria. Se calhar ele não é a mulher de César. Mas há mais imperadores, ó se há!
Este não é um blog que perca muito tempo com o futebol. Há muitos blogs especializados nessa arte, pelo que, o que aqui é dito nada acrescenta às “trocentas” mil análises que por aí são feitas. No entanto, após o jogo entre o Belenenses e o Benfica do passado Sábado, as declarações do treinador do Belenenses, José Couceiro devem, em minha opinião ser objecto de reflexão. É até provável que o Benfica tenha sido beneficiado neste jogo. Não o vou discutir como também não vim à praça pública reclamar as vezes que durante este campeonato o Benfica foi prejudicado. No entanto o treinador José Couceiro foi muito veemente na crítica à arbitragem afirmando: “Temos estados calados durante muito tempo…”. Vejamos o que se poderá inferir desta declaração.
a)Sempre que se trata de ser prejudicado num jogo contra o Benfica nós, treinadores, ficamos muito mais chateados do que se fossemos “roubados” contra o Cascalheira (com o devido respeito pelo Cascalheia).
b)Os dirigentes do Benfica, são tótós e nós, treinadores, gostamos de atazanar a cabeça dos totós. Sabemos que estes totós só parecem ter poder mas não mandam nada neste sub-sistema de poder.
c)Alguém nos obriga a ficar calados nas outras situações.
Posto isto seria bom que o treinador do Belenenses, José Couceiro, até porque à mulher de César não basta ser séria, explicasse depois de tais afirmações, se afinal de contas não era nada das alíneas acima que ele queria dizer, ou se na verdade alguma das leituras está correcta e, portanto, deveria explicar também porque é que nas restantes situações, ou pelo menos “há muito tempo” tem andado calado. Ele até parece uma pessoa séria. Se calhar ele não é a mulher de César. Mas há mais imperadores, ó se há!
sexta-feira, março 31, 2006
947. Brincar com palavras (ditas feias)
Ontem fui visitado por uma blogger, que desconhecia, e que me deixou comentário. Acto contínuo, fui retribuir a visita e encontrei um post curioso onde a autora escreveu um número imenso de palavras que diz não gostar. Assim, tentei misturar aquilo tudo e voltar a dar e o que me saiu foi algo que não abona muito em favor das tais palavras. Estão em itálico as palavras que a blogger disse que não gostava.
I.
Vou tentar assim por alto,
Mas não venho pedinchar
Isto é mesmo um assalto
Com estrupo e toca a andar.
Em primeiro, dou-te uma queca
E uma carga de porrada
Ficas podre e sem cueca
Ainda te corro à pedrada.
Gaja estás a perceber,
Ou queres desenho a caneta?
Hematomas pr’a doer
Ficas zarolha e perneta.
Vai preparando o jazigo
Ou queres a fossa comum?
Enterro não é comigo
Estoiro-te o fígado em jejum.
Depois piro-me na ganga
Deixo-te em espasmos no chão
Pareces um touro da tanga
Sangrando menstruação.
E num perpétuo prejuízo
Verto-te a bílis na estrada.
“- Pára com isso, tem juízo!
Acaba com a tourada”.
Sem sensibilidade ao apelo
Fracturo-te os joanetes
Esborracho-te, ficas um selo
Ou entremeada em filetes.
Por esta rima galopante
Já muita gente me insulta,
Esperem só mais um instante
No fim, pagarei a multa.
Sem açaime, nem grilheta
Aceito o malefício
Que é ser escravo da caneta.
São os ossos do ofício.
Mas tive que lancetar
O texto. E é por isso
Que chegou a azedar
E a parecer ser postiço.
II.
Neste dilúvio de ideias
Não coube amniocentese
As palavras são bem feias,
Concordo consigo, em tese.
Pelo roubo do seu post
E pelas ideias doidas
Quer você goste ou não goste
Não fique com hemorróidas.
Juro, não foi peculato
Misoneísta não sou.
Mas não atingi o desiderato
Pois ratívoro não entrou.
P’ra terminar em beleza
Aceite este bitaite
Continue, com firmeza!
Não aceite OPA ao site.
Ufa, imaginem se a Marianne tem referido mais uma dezena delas? Hoje não saía daqui.
Ontem fui visitado por uma blogger, que desconhecia, e que me deixou comentário. Acto contínuo, fui retribuir a visita e encontrei um post curioso onde a autora escreveu um número imenso de palavras que diz não gostar. Assim, tentei misturar aquilo tudo e voltar a dar e o que me saiu foi algo que não abona muito em favor das tais palavras. Estão em itálico as palavras que a blogger disse que não gostava.
I.
Vou tentar assim por alto,
Mas não venho pedinchar
Isto é mesmo um assalto
Com estrupo e toca a andar.
Em primeiro, dou-te uma queca
E uma carga de porrada
Ficas podre e sem cueca
Ainda te corro à pedrada.
Gaja estás a perceber,
Ou queres desenho a caneta?
Hematomas pr’a doer
Ficas zarolha e perneta.
Vai preparando o jazigo
Ou queres a fossa comum?
Enterro não é comigo
Estoiro-te o fígado em jejum.
Depois piro-me na ganga
Deixo-te em espasmos no chão
Pareces um touro da tanga
Sangrando menstruação.
E num perpétuo prejuízo
Verto-te a bílis na estrada.
“- Pára com isso, tem juízo!
Acaba com a tourada”.
Sem sensibilidade ao apelo
Fracturo-te os joanetes
Esborracho-te, ficas um selo
Ou entremeada em filetes.
Por esta rima galopante
Já muita gente me insulta,
Esperem só mais um instante
No fim, pagarei a multa.
Sem açaime, nem grilheta
Aceito o malefício
Que é ser escravo da caneta.
São os ossos do ofício.
Mas tive que lancetar
O texto. E é por isso
Que chegou a azedar
E a parecer ser postiço.
II.
Neste dilúvio de ideias
Não coube amniocentese
As palavras são bem feias,
Concordo consigo, em tese.
Pelo roubo do seu post
E pelas ideias doidas
Quer você goste ou não goste
Não fique com hemorróidas.
Juro, não foi peculato
Misoneísta não sou.
Mas não atingi o desiderato
Pois ratívoro não entrou.
P’ra terminar em beleza
Aceite este bitaite
Continue, com firmeza!
Não aceite OPA ao site.
Ufa, imaginem se a Marianne tem referido mais uma dezena delas? Hoje não saía daqui.
quinta-feira, março 30, 2006
946. Da infância até agora, ou uma nova visão das coisas
Quando eu era miúdo, com os meus 6 anos de idade, lá no bairro onde eu morava, era eu quem lia o jornal para alguns dos meus vizinhos que, infelizmente, nunca tinham tido a oportunidade de aprender a ler. Normalmente as histórias de faca e alguidar, ao bom estilo das primeiras 20 páginas de hoje em dia do Correio da Manhã e as notícias desportivas eram as que maior interesse despertavam. Mas uma página nunca podia ser passada em frente, o obituário. Não fosse ter falecido alguém das redondezas e pareceria mal não apresentar condolências, ou ir ao funeral. O que acontece é que eu fiquei também com esse tique e não largo um jornal (dos que trazem), sem ter lido a página dos óbitos. Pelas mesmas razões dos que me pediam para ler, nessa época. No entanto, acho esses anúncios de falecimentos, funerais e agradecimento, muito pouco criativas e sempre ou quase sempre no mesmo estilo: “(Nome em maiúsculas). Faleceu, no dia tantos dos tantos, Fulano de Tal. O Funeral realiza-se às tantas horas, da Igreja de tal sitio para o cemitério de acolá. Sua esposa, filhos, filhas, genros, noras, netos, netas e bisneto agradecem a todos quantos se dignarem acompanhar o nosso estimado esposo, pai, sogro, avô, bisavô, à sua última morada”.
Pois eu acharia mais interessante que os anúncios fossem assim:
"Jerumenho Sebastião. Toureiro. Faleceu no dia 29 de Março de 2006 o prestigiado matador, Jerumenho Sebastião. O seu funeral realizar-se-á, hoje, pelas 3 horas 3, da igreja do Campo Pequeno para o cemitério da Moita, sua terra natal. Nesta sua última faena sairá em ombros, em urna cor-de-rosa, debruada a ouro, pegada pelos forcados amadores do aposento da borla redonda. Agradece-se a toda a aficcion que queira estar presente, não sendo necessário comprar bilhete de sol ou sombra".
Ou então,
"Serafim da Silva. Empresário cinematográfico. Faleceu ontem, 29 de Março de 2006, o conhecidíssimo empresário da 7ª arte, Serafim da Silva. O seu funeral realiza-se amanhã, pelas 15:00h, 17:30, 21:30 e 00:00 em última sessão. A toda a plateia, a família enlutada agradece a presença. Fila única para a ultima homenagem. O genérico será lido por D. Serafim da Silveira. Entrada Grátis."
Ou, finalmente:
"António de Xesus. Industrial da Restauração. Faleceu com 102 anos, o industrial galego da restauração e desde há mais de 80 anos estabelecido em Portugal, António de Xesus. A sua Câmara ardente será servida na igreja da Madredeus entre as 12:00 e as 16:00. Há 24 lugares sentados. Encerra para jantares. Do menu das cerimónias consta: missa de corpo presente, funeral, elogio fúnebre, bica e bagaço. O seu bisneto, agradece a presença de todos os clientes."
Quando eu era miúdo, com os meus 6 anos de idade, lá no bairro onde eu morava, era eu quem lia o jornal para alguns dos meus vizinhos que, infelizmente, nunca tinham tido a oportunidade de aprender a ler. Normalmente as histórias de faca e alguidar, ao bom estilo das primeiras 20 páginas de hoje em dia do Correio da Manhã e as notícias desportivas eram as que maior interesse despertavam. Mas uma página nunca podia ser passada em frente, o obituário. Não fosse ter falecido alguém das redondezas e pareceria mal não apresentar condolências, ou ir ao funeral. O que acontece é que eu fiquei também com esse tique e não largo um jornal (dos que trazem), sem ter lido a página dos óbitos. Pelas mesmas razões dos que me pediam para ler, nessa época. No entanto, acho esses anúncios de falecimentos, funerais e agradecimento, muito pouco criativas e sempre ou quase sempre no mesmo estilo: “(Nome em maiúsculas). Faleceu, no dia tantos dos tantos, Fulano de Tal. O Funeral realiza-se às tantas horas, da Igreja de tal sitio para o cemitério de acolá. Sua esposa, filhos, filhas, genros, noras, netos, netas e bisneto agradecem a todos quantos se dignarem acompanhar o nosso estimado esposo, pai, sogro, avô, bisavô, à sua última morada”.
Pois eu acharia mais interessante que os anúncios fossem assim:
"Jerumenho Sebastião. Toureiro. Faleceu no dia 29 de Março de 2006 o prestigiado matador, Jerumenho Sebastião. O seu funeral realizar-se-á, hoje, pelas 3 horas 3, da igreja do Campo Pequeno para o cemitério da Moita, sua terra natal. Nesta sua última faena sairá em ombros, em urna cor-de-rosa, debruada a ouro, pegada pelos forcados amadores do aposento da borla redonda. Agradece-se a toda a aficcion que queira estar presente, não sendo necessário comprar bilhete de sol ou sombra".
Ou então,
"Serafim da Silva. Empresário cinematográfico. Faleceu ontem, 29 de Março de 2006, o conhecidíssimo empresário da 7ª arte, Serafim da Silva. O seu funeral realiza-se amanhã, pelas 15:00h, 17:30, 21:30 e 00:00 em última sessão. A toda a plateia, a família enlutada agradece a presença. Fila única para a ultima homenagem. O genérico será lido por D. Serafim da Silveira. Entrada Grátis."
Ou, finalmente:
"António de Xesus. Industrial da Restauração. Faleceu com 102 anos, o industrial galego da restauração e desde há mais de 80 anos estabelecido em Portugal, António de Xesus. A sua Câmara ardente será servida na igreja da Madredeus entre as 12:00 e as 16:00. Há 24 lugares sentados. Encerra para jantares. Do menu das cerimónias consta: missa de corpo presente, funeral, elogio fúnebre, bica e bagaço. O seu bisneto, agradece a presença de todos os clientes."
quarta-feira, março 29, 2006
945. Por antecipação
Vou sair agora, juntar-me aos meus pais e comermos um cozido à portuguesa. Bem sei que as minhas últimas análises clínicas não me aconselham a grandes veleidades gastronómicas, mas quando vejo o chispe a aproximar-se, a travessa da farinheira, do chouriço de sangue e dos outros enchidos, não estou decerto a pensar numa posta de peixe grelhado com salada de alface. Quando vejo o empregado com aquela travessa de couves cozidas no caldo da carne, cheia de triglicémios e HDL, não estou a pensar no escalope de 220 gramas e no arroz de ervilhas. Quando para mim sorri aquele pedaço de orelha, aquelas presas de entrecosto, aquele toucinho entremeado, nem me lembro que existe um prato de pescada cozida com feijão verde. Quando chega a garrafa do vinho esqueço-me que a alananina aminotransferase e que o gama glutamil, deveriam ter valores bem mais baixos do que os apresentados. E portanto, por antecipação, eu vou aproveitar hoje, uma vez que só volto a fazer análises daqui a 3 meses.
Vou sair agora, juntar-me aos meus pais e comermos um cozido à portuguesa. Bem sei que as minhas últimas análises clínicas não me aconselham a grandes veleidades gastronómicas, mas quando vejo o chispe a aproximar-se, a travessa da farinheira, do chouriço de sangue e dos outros enchidos, não estou decerto a pensar numa posta de peixe grelhado com salada de alface. Quando vejo o empregado com aquela travessa de couves cozidas no caldo da carne, cheia de triglicémios e HDL, não estou a pensar no escalope de 220 gramas e no arroz de ervilhas. Quando para mim sorri aquele pedaço de orelha, aquelas presas de entrecosto, aquele toucinho entremeado, nem me lembro que existe um prato de pescada cozida com feijão verde. Quando chega a garrafa do vinho esqueço-me que a alananina aminotransferase e que o gama glutamil, deveriam ter valores bem mais baixos do que os apresentados. E portanto, por antecipação, eu vou aproveitar hoje, uma vez que só volto a fazer análises daqui a 3 meses.
segunda-feira, março 27, 2006
944. É o teatro português...
Gil Vicente, Almeida Garrett, Bernardo Santareno, Romeu Correia, Luís de Sttau Monteiro, Luís de Camões, D. João da Câmara, António José da Silva, António Ferreira, Raul Brandão, Luísa Todi, Mário Viegas, João Mota, Eunice Muñoz, Diogo Infante, João Villaret, Ruy de Carvalho, José Viana, João Guedes, Palmira Bastos, Maria Matos, Cármen Dolores, Raul Solnado, Maria do Céu Guerra, Vasco Santana, Laura Alves, Beatriz Costa, Seiva Trupe, Amélia Rey Colaço, A Barraca, TEC, Guilherme Cossul, A Comuna, Luís Francisco Rebello, José Oliveira Barata.
Muitos mais nomes haveria a referir, muitos, muitos mais. Quero nestes autores, actores, companhias e estudiosos, que me vieram assim de repente à cabeça, prestar a minha homenagem ao Teatro Português, neste Dia Mundial do Teatro.
Texto também publicado no Ante-et-post, onde a Karla, em boa hora, abriu a nossa colectiva comemoração deste dia.
Gil Vicente, Almeida Garrett, Bernardo Santareno, Romeu Correia, Luís de Sttau Monteiro, Luís de Camões, D. João da Câmara, António José da Silva, António Ferreira, Raul Brandão, Luísa Todi, Mário Viegas, João Mota, Eunice Muñoz, Diogo Infante, João Villaret, Ruy de Carvalho, José Viana, João Guedes, Palmira Bastos, Maria Matos, Cármen Dolores, Raul Solnado, Maria do Céu Guerra, Vasco Santana, Laura Alves, Beatriz Costa, Seiva Trupe, Amélia Rey Colaço, A Barraca, TEC, Guilherme Cossul, A Comuna, Luís Francisco Rebello, José Oliveira Barata.
Muitos mais nomes haveria a referir, muitos, muitos mais. Quero nestes autores, actores, companhias e estudiosos, que me vieram assim de repente à cabeça, prestar a minha homenagem ao Teatro Português, neste Dia Mundial do Teatro.
Texto também publicado no Ante-et-post, onde a Karla, em boa hora, abriu a nossa colectiva comemoração deste dia.
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