quarta-feira, março 18, 2009

1392. Um dia fodido

























a) Disciplina militar

Não. Hoje não é realmente um daqueles dias em que um tipo se sinta particularmente feliz. Aliás, já nem diria feliz. Contentava-me com um dia recompensado. Mas nem isso. Levantei-me (quase rastejei) com o meu nervo ciático em alvoroço. Não fosse eu ter sido militar de carreira – grande aldrabice – e não lhe tivesse incutido o respectivo correctivo analgésico – pura verdade – e ainda estaria aí gemendo por um canto. Não basta? Não, não basta pois hoje, a descer apenas três degrauzinhos em Almada, escorreguei, dei uma valente queda, tenho um braço todo esfolado e claro a coluna ressentiu-se e chamou de novo à parada a citadíssima dor ciática. Já a pus em sentido, mas acho que ela não é de muita obediência.

b) Volta companheiro Vasco e nacionaliza já esta porra toda

Farto-me de ouvir loas à iniciativa privada e de ouvir que tudo o que é público é uma merda. Uma merda, digo eu, para a conversa. Dirigi-me ao balcão da minha (?) companhia de seguros para participar um sinistro. Como não vi nenhuma sinalética que me indicasse caminho ou direcção, dirigi-me à primeira funcionária que vi sem nenhum segurado em frente, Bom dia minha senhora, desculpe interromper-lhe o trabalho mas gostaria de saber a quem devo participar um sinistro, Sinistros é com o meu colega, se não se importa aguarde um pouco que ele deve estar a chegar. Pois daí a uns quinze minutos chegou um senhor, vindo da rua, não sei se o horário de entrada dele era mesmo às 11h35, talvez, que quando me atendeu e lhe disse para o que vinha, me facultou, simpaticamente, diga-se em abono da verdade, um número de telefone para o qual eu deveria ligar e participar o sinistro. Só isso, perguntei, Só, respondeu-me. Foda-se, a gaja a quem eu me dirigi primeiro não poderia ter-me dado esse número de telefone? É uma companhia privada, caneco, não é nenhum balcão das finanças ou da conservatória do registo civil.

c) Quando for grande quero ter uma bicicleta

Tirei as fotos que vos mostro na Avenida D. Afonso Henriques em Almada. Acho que no seu tempo o nosso rei se deslocava a cavalo, ou de égua, ou talvez de burro e que hoje em dia a gente anda de carro e de autocarro e de metro de superfície e de mota, já não há burros, nem em Cacilhas, ali a dois passinhos. Mas a C. M. de Almada ainda acha que a gente anda de bicicleta e vai daí até instala parque de estacionamento para as ditas. Apenas duas notas de má-língua (as fotos são de telemóvel mas talvez dêem para ver)
1. O parque está vandalizado. Não sei se por “viaturas autorizadas” já que ali é zona supostamente de trânsito restrito e portanto apenas aberto a viaturas autorizadas, se por vândalos pedestres (não lhes chamo pederastas porque tenho algum respeito pelos gays).
2. A senhora presidente da Câmara não me parece gente de muitas rezas, mas mesmo com promessas ao S. Joãozinho da Ramalha o parque se encherá. Pudera, em Almada não há pistas para bicicletas e assim continuará vazio (hei, não me batam, eu sei que há uma lá para os lados do Parque da Paz, mas aí não há parque para bicicletas; quem lá vai e depois acaba correndo ou caminhando, deixa-as amarradas às árvores).

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