terça-feira, maio 18, 2010

1534. Sempre que eu achar que tenho razão, reclamo






Nem sempre o cliente tem razão mesmo quando julga que a tem. Foi exactamente o que eu aprendi e mais nada há a dizer. Mas eu por acaso ainda vos vou contar, já que hoje não tinha mais nada para escrever. Normalmente uso na minha impressora tinteiros originais, mas um dia, levado pela promoção da funcionária de uma loja de electrónica/electrodomésticos de uma grande superfície comercial, decidi comprar tinteiros da marca deles. Logo de início tive problemas no sentido de que a impressora detectava tinteiros não originais e passava o tempo a chatear-me com warnings. Mas veio um dia, não sei se por actualização do software da impressora, se por alguma não codificação no chip dos tinteiros, a impressora passou a recusar-se a imprimir com tinteiros não originais. Vou eu daí, armado em espertinho e pensando que tinha razão, falar com um funcionário da dita loja de electrónica/electrodomésticos da tal grande superfície comercial, a quem perguntei se percebia alguma coisa da cena e que depois de se confirmar um conhecedor me disse que era natural pois os tinteiros não originais podem danificar a impressora. Como é que é? Perguntei eu, assim como que a modos de estupefacto com a resposta, mas ele confirmou que era isso mesmo. Ora foi aqui que eu pensei erradamente que tinha razão. Se uma funcionária, vestindo a camisola da tal loja de electrónica/electrodomésticos da mencionada grande superfície comercial me aconselha uns tinteiros que a minha impressora não reconhece e outro funcionário da mesma loja de electrónica/electrodomésticos da mesma grande superfície comercial me diz que a impressora está no seu direito de não querer lá intrusos, sob pena de ir parar ao hospital com uma intoxicação alimentar qualquer, julguei eu, na minha, que deveria estar lá no expositor um aviso tipo “Esta loja de electrónica/electrodomésticos desta grande superfície comercial avisa que os seus tinteiros podem ser recusados pelas impressoras e mesmo que o não sejam pode lhes causar maleita, sei lá, uma urticária desconhecida”. Não havendo este aviso, este que vos escreve dirigiu-se ao balcão do pós-venda da loja de electrónica/electrodomésticos da mais que referida grande superfície comercial, pediu o livro de reclamações e escreveu em resumo isto que vos conta acima. E como não tinha nada que o fazer, pois como é óbvio não tinha nenhuma razão, recebeu ontem mesmo uma carta da ASAE que lhe informa que não existindo da parte da tal loja de electrónica/electrodomésticos da grande superfície comercial em causa, prática contrária à da lei, a reclamação seria arquivada. Pronto, assim estou mais descansado.

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