terça-feira, setembro 21, 2004

594. Vai uma bejeca?

"Desde a Antiguidade que se consome cerveja na Índia e na China. No Egipto Faraónico, a cerveja chegou a ser considerada bebida nacional e na Hispânia, o seu consumo era maciço. Contudo, os grandes bebedores de cerveja eram os Sumérios.Mas foi apenas no séc. XIII que surgiu um tipo de cerveja parecido com a que consumimos hoje. Este pequeno milagre foi conseguido por frades, graças à introdução do lúpulo como conservante.No séc. XV, a Alemanha fabrica a primeira cerveja ligeira, pouco fermentada, que desde a Baviera se foi estendendo ao resto da Europa.A cerveja manteve-se artesanal até 1860, quando Louis Pasteur, através dos seus trabalhos sobre fermentação da levedura, melhorou o processo de fabricação.No séc. XIX, surge em França uma cerveja local mais suave e sem álcool que deu origem a um moderno conceito de cerveja na década de 60: a Cerveja sem álcool."

In
http://www.republicadacerveja.pt/html/cerv_historia.htm


Enquanto os meus dois amigos Serafim e Joca mordiscavam um pedaço de entrecosto, que o primeiro havia grelhado a preceito e, discutiam a quem haviam de dar vivas pela descoberta da cerveja, o Anastácio apareceu, com o seu ar de quem sempre tudo sabe e após escutá-los atentamente interveio:

- Pois eu cá, compadres, eu dou as minhas vivas aos brasileiros.
- Aos brasileiros???? – Perguntamos em uníssono, sem termos atingido o alcance da afirmação do Anastácio.
- Pois sim, homessa, aos brasileiros sim senhores.
- Ó compadre Anastácio, perguntava eu, calculando que dali não iria sair boa, mas diga-me lá vossemecê, o que é que os brasileiros têm a ver com a invenção da cerveja?
- Não é isso, compadre Vitor, não é nada disso. Eu dou vivas aos brasileiros por terem inventado a telenovela.
- Mas ó compadre, ripostou o Serafim, a gente está aqui discutindo quem teve mais mérito na invenção da cerveja e o compadre vem dar vivas aos brasileiros por causa da telenovela. Só você, compadre Anastácio, só você para desconversar.
- Mas qual desconversar, qual quê compadre Serafim. Então vossemecê não acha que quem todo o mérito são os nossos irmãos do lado de lá do Atlântico? Vejam vossemecês se eu não estou com a razão. Onde é que estão as comadres, vá lá, digam lá onde é que estão as comadres?
- Se calha lá dentro, vendo a telenovela, compadre – alvitrou o Joca.
- Pois é por isso mesmo que eu lhes dou vivas compadres. Enquanto as moças estão lá dentro distraídas com o romance, estão vossemecês aqui fora a virar cervejas atrás de cervejas, sem elas darem por nada. E a propósito, com menos conversa já eu bebia outra, que estou com a garganta seca.

In “À Mesa e no Quintal”, Alves Fernandes

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