quarta-feira, setembro 29, 2004

619. Conto (IX)

Despertei com a luz do Sol que penetrava na fresta que servia de entrada à tenda. Mal me levantei as duas anciãs que permaneciam de cócoras vigiando a jovem, cobertas por pequenas marlotas, braços carregados de mananas cujas agulhas, batendo umas nas outras, faziam um estranho tilintar, com ar de malcomidas, saíram sem içar as cabeças. Dirigi-me à fenda, semicerrada por dois magnetos, espreitei a machamba que a rodeava. Num ápice toda a tenda fora inundada, pelo cheiro das madressilvas e das magnólias. Fiquei ainda uns momentos escutando o chilrear dos maria-é-dia, antes de reentrar. Nunca tinha visto a jovem “quase-virgem” à claridade da luz. Deitada em marroquinas, longas madeixas de cabelo cobriam-lhe o peito. À espreita, não maiores que marmelos, os seios que, apesar de insensíveis, ainda me seduziam.

(continua)

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