sábado, abril 17, 2004

Lunch Time Blog

Detesto. Detesto entrar no restaurante à hora que deveria estar a sair do dito. Vós sabeis amigas leitoras e amigos leitores que eu não sou nada de protestar. Nadinha mesmo. Mas quando me dão os azeites, aí, vós podereis vir a conhecer o verdadeiro PreDatado. E não é dos azeites puros de oliveira que eu costumo falar neste meu querido blog. Não, não. São os outros… os que parecem mostarda no nariz. Para começar as mesas estão cheias. Gente a mastigar, uns com a boca aberta, outros não e a gente ali a olhar para aquilo. Depois são eles, coitados a tentarem despachar-se porque estão para ali, uns pobres esfomeados a precisarem de mesa. Nem comem descansados. Com a boca aberta ou não. Isto, os que reparam. Porque os que não reparam, porque ainda estão a discutir se a jogada de há quinze dias foi penalty ou não e, os que fingem que ninguém está à espera, ainda me dão mais nervos. Então não se vê logo que estamos a morrer de fome, seus homicidas involuntários de um raio? E os empregados a correrem de um lado para o outro a atravessarem o meio da fila dos famélicos “é só um jeitinho faxavor”. Um jeitinho uma ova. Ai meus deuses, que pensamento, que raiva. Ova? De pescada com grelos e o tal fio de azeite puro de oliveira? Ai que eu desmaio. Finalmente a mesa. Ufa… e “o qué que vocelências vão desejar?”. Olhe amigo, eu desejo que não me chateie e espere, que agora é a minha vez, está bem? Ou eu não tenho o direito de fazer esperar ninguém.? Que almoço! O vinho para começar vinha fresco. Mas esta gente não sabe que refrescar o vinho tinto para trazer para a mesa é crime? Bom, eu não sou jurista, nem legislador, mas se o fosse, isso já estaria pespegado no Código Penal. No mínimo 3 semanas de cadeia a pão e ÁGUA! Depois o peixe e, a pedido, as batatinhas… deslavadas. Salvaram-se as petingas. Gordinhas. Até deu para molhar o pão na gordura da travessa. Vou ali tomar um digestivo no bar da esquina e já volto.

PS. Schubert amigo, de que cena te livraste. E tu que mias por tudo e por nada, não te estou nada a ver na fila de espera por uma mesinha. Ia ser o bom e o bonito. Uma sinfonia de Schubert em miau maior.

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