quinta-feira, abril 08, 2004

Lunch Time Blog

Troquei o meu quase almoço, por um almoço quase igual. Quando finalmente me lembrei de telefonar para casa para avisar que não iria almoçar, tomei conhecimento que estava em preparação uma feijoada de chocos com gambas. Quando cheguei à Cabrinha 2, a sugestão do chefe era feijoada de gambas. Com estas trocas e baldrocas fiquei a perder nos chocos. O Rui começou logo por dizer que o feijão estava cru. Se o Rui não metesse defeitos na comida é que eu me admirava. Conheço-o há trinta anos e, embora não tenhamos ultimamente almoçado muitas vezes juntos, ainda há-de vir o dia em que a comida não precise de um pouco mais de sal, um pouco menos de picante, uma rodelinha de chouriço, mais isto ou menos aquilo. Ah, mas o Artur é que não é homem de se ficar atrás, não. Pois claro, o que estava crua era mesmo a cenoura. Pois eu, minhas amigas leitoras e meus amigos leitores, como vós bem sabeis, não sou nada de pôr defeitos nem na comida, nem no vinho. Ainda me lembro quando o escanção de um célebre restaurante de Lisboa, que obviamente não vou dizer o nome, contra um protesto meu sobre o estado de uma garrafa de vinho me fazia ver que era escanção havia 20 anos. Eu respondi-lhe, pois meu caro senhor, eu sou cliente há 20 minutos. Ele entendeu o recado e uma irmã gémea da tal garrafa apareceu, como que por magia, na mesa. Só que era gémea falsa, não era do mesmo óvulo e esta, ao menos, tinha nascido perfeitinha. E por aqui me fico que o almoço, hoje, não deveria ter merecido tanta atenção. Mas como as verdades têm de ser ditas, foi-nos oferecida uma bagaceira, caseira, de se lhe tirar o chapéu! E eu tirei-o.

PS. Schubert, meu amigo, espero que te tenhas divertido a comer os chocos que eram para mim. Também te digo, meu caro gatinho, se não o fizeste, fizeste mal. Gato que se preze não vira as costas a uma feijoada.

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