quarta-feira, agosto 31, 2005

791. Terminei as férias

Pois é amigas leitoras e amigos leitores, terminei as férias. A partir de agora estou de novo de férias. Estou com tanta saudades de voltar a trabalhar mas não sei quando é que isso vai acontecer. Vou aqui deixar algumas passagens do meu diário de férias. Só algumas que não têm que saber tudo, ora bem. Além disso têm muito mais com que se entreter, as autárquicas, a liga de futebol, a colocação de professores, as presidenciais, o Manuel Alegre e o Soares e o Cavaco e isso. Parece que terminou a “época” dos fogos. Isto da época dos fogos se não me fizesse chorar far-me-ía perguntar quem ganhou a taça? E se eu fosse funcionário público então até choraria a rir. Este Governo deixa-me tão feliz!!!! A mim que não votei neles mas principalmente aos papalvos que votaram nos gajos e agora já estão a jurar a pés juntos que vão votar nos outros dos quais tinham jurado a pés juntos que nunca mais votavam. A alternância é tão gira. Mas eu sinto-me um mexilhão no meio das rochas. Sejam quais forem eles, ou seja sempre os mesmos em alternância, o fodido sou eu. Mas andando que a vida não está para lamentações. Este país é tão giro. Eu também gostaria de cantar “não quero rasca” mas fazer o quê? São todos rascas. Até já.

sexta-feira, agosto 12, 2005

790. Post mais-que-virtual

Andar na rua e escrever o post na mente. Não esquecer o Moleskine mas verificar que o lápis não está no bolso. Preguiça para comprar outro Vamos ver se dá.

Esperas

Tirei a senha de vez ás 10h20m. Fui atendido às 11h10m. No posto médico da caixa no Laranjeiro. Ao balcão de atendimento, devido às férias, apenas uma funcionária. Aparenta os seus 60 anos de idade, bem sei que as aparências iludem, mas não devo estar longe do meu palpite. Será, pela nova lei e em favor da equidade, reformada aos 65 anos. Os utentes que se fodam. Ah é verdade, estava-me a esquecer, consegue utilizar o computar e até tecla com o dedo indicador da mão direita.

Pormenores

Almada tem, e muito bem segundo a minha opinião, parquímetros nas avenidas principais. Mas também tem arrumadores, daqueles com jornal na mão e braço em vaivém. Estacionar nos locais pagos e pagar duas vezes não está nas minhas mais recônditas congeminações. Acabo por preferir os parques subterrâneos um pouco mais caros mas para quem não estaciona mais de uma hora saiem bem mais baratos. Não sei se é assim que a CMA encara a solidariedade, não actuando para que esta pouca-vergonha termine. Pagar o parquímetro e fornecer dinheiro para a droga, como imposto social. Não basta inaugurar, perto das eleições, o Metro e o novo Estádio Municipal. Há que atender a alguns pormenores que ao longo do ano vão enchendo a paciência dos munícipes. No momento da votação há quem não se esqueça.

Turismo

O Concelho de Almada é um Concelho turístico. Desde o “faça férias cá dentro” até aos milhares de forasteiros que invadem as praias da Caparica. E tem um ex-libris monumental, seja-se ou não religioso, goste-se ou não da Cerejeiro-salazarista estátua que é o Cristo-Rei, temos um espaço de miradouro magnífico. Eu pessoalmente tenho excelentes relações com este espaço, mas isso são outros quinhentos. Poderia falar dos campos de golfe, dos Capuchos, da Arrábida fóssil da Costa, das longas praias, muitos quilómetros de S. João à Fonte da Telha, do Parque da Paz lugar de atletas amadores, caminheiros e passeantes de fim-de-semana, de Cacilhas e as suas marisqueiras e do Ginjal. Agora expliquem-me, se souberem, porque é que mais difícil encontrar um postal ilustrado de Almada do que de uma qualquer (sem sentido pejorativo) aldeia do interior?

Relações, ciúme e amor

A Internet serve para tantas, mas tantas coisas que, se calhar, se eu me pusesse a enumerar seria demasiado exaustivo e sempre correria o risco de me esquecer de algo. Mas a interactividade gera comportamentos a que nunca me deu ao trabalho de (me) indagar sobre o tema. Só sei que hoje dei por mim a comprar presentes de aniversário para pessoas que não conheço pessoalmente e a enviar pelo correio para distâncias superiores a 10.000 Kms. Quando contei à Maria ela só me disse: “não exageres, não te esqueças que estás desempregado”. Há coisa mais bonita do que a amizade? Há sim, há o amor. E a eu amo a Maria e ela ama-me também. E nem precisa haver ciúme.

Preguiça

Para os meus queridos leitores e para as minhas queridas leitoras que pensavam que eu me tinha esquecido de “O PreDatado”, informo que é apenas preguiça. Sou incorrigível.

Tabaco

Mais uma vez falhei. Incorrigível e falhado. Foda.-se!

Gatos

Para quem lia o meu Lunch Time Blog, que seria penoso repetir, uma vez que como tudo sem sal e lá se foram os sabores, e estava habituado a que eu falasse do Schubert, quero informar que o Schubert e a sua companheira de há seis meses, Yasmin, estão bem e recomendam-se. O mais chato é quando a Yasmin ás 7 da manhã, apenas por brincadeira e capricho de gata, me morde os dedos dos pés. Quanto a Schubert, aquele gato bébé que vocês conheciam, já não existe. Existe um gato lindo, charmoso, imponente e maravilhoso. Por esta conversa até parece que gosto mais de animais do que de certas pessoas. E é verdade!

Boémia

Não tive pachorra para vos contar, mas esta semana fui para os copos. Ao fim de 25 anos voltei à Trindade. Onde reparei, num desenho de cujo autor não anotei o nome, no retrato daquela figura castiça do alfarrabista que tantas, mas tantas vezes, vi virar garrafas de litro de cerveja. Lembro-me que um dos dias, numa toalha de papel lhe rabisquei um soneto e lhe ofereci. Olhou para mim e, com os olhos mortiços, sorriu. Baixou a cabeça numa vénia, levantou o copo e bebeu como se brindasse. Nesse dia acompanhei-o e bebi à sua saúde. Que, onde quer que hoje more, os anjos lhe sirvam as suas cervejas em taças de cristal da Boémia! De preferência, de litro.

Memória

O Pré (para os amigos), isto é o autor deste modesto blog, completará se os astros lhe forem favoráveis e os Deuses não adormecerem, no próximo dia 17, cinquenta (por extenso para passar despercebido) anos de idade. O V M Alves Fernandes, que é o nome do Pré para quem não gosta de blogs anónimos, tem memória. Aliás, tem idade para ter memória. As crianças não têm memória porque são crianças. Os velhos têm memória porque são velhos. Quem escreve para os jornais e tem audiência não precisa nem de ser velho, nem de ter memória. Precisa estar informado e ser honesto. O João Miguel Tavares, que não sei quem é mas que pela foto parece um puto, deveria ser mais responsável quando hoje no DN critica Miguel Portas sobre os textos que escreveu em relação a Hiroshima. Se João Miguel Tavares conhecesse as opiniões do Presidente Roosevelt sobre as bombas atómicas que foram lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki “um erro político”, não seria Miguel Portas que ele criticaria. Hoje teria escrito o seu artigo a considerar Roosevelt um perigoso esquerdista a soldo do Bloco de Esquerda. Informe-se meu caro. Nem sequer precisa de ter memória. Basta ser honesto.

Petróleo

Ainda me lembro quando o último governo de Santana Lopes apresentou um orçamento baseado no preço de 38 € por barril de petróleo. Quando criticado pela oposição saltou o Carmo e a Trindade dos analistas económicos de Direita em defesa de Bagão, considerando um orçamento realista. Com o barril do crude a ultrapassar os 70 USD nos mercados internacionais, não há quem enrabe estes arautos do conhecimento económico? Estão todos empregados e alguns dirigem jornais.

Inevitavelmente, escorte

Até um desempregado tem direito a férias. Vou acompanhar a Maria e os garotos nos seus merecidos períodos de férias. Vou de acompanhante, escorte como chamam às putas de luxo já que, pelo facto de me encontrar desempregado faço férias 365 dias por ano. Mereço o castigo de ter de cortar a relva, arranjar o jardim, conduzir a malta à praia, fazer os grelhados, ajudar a lavar a loiça, mudar lâmpadas, levar o lixo ao contentor, aturar as novelas da TVI e da SIC. Afinal não sou assim tão de luxo como isso. Só me vingo quando bato a s minhas sonecas na rede.

Por contar

As minha peripécias com a TV Cabo / Netcabo e com a SAPO/ADSL. Se eu fosse o Moita Flores já teria escrito uma telenovela. Fica para a próxima.

sábado, agosto 06, 2005

789. Foi há 60 anos

Não preciso que chegue o 6º dia de Agosto para me lembrar. Mas nunca é demais recordar. Hiroshima nunca mais!

sexta-feira, agosto 05, 2005

788. Ardem-me os olhos

Hoje não há luz na minha rua. O fumo ofuscou-a.
787. Roubado além-mar

Às vezes, sento numa cadeira de um café
E vejo passar alguém e esse alguém se faz você
E esses olhos de fazer navio, passarola, avião
Transporta-se até onde estás
E você passa discreto suando poesia.
E meus olhos se confluem num ponto imaginário
E a visão se faz tristeza
Porque não é você,
É outra pessoa que passa.


Roubei daqui...

terça-feira, agosto 02, 2005

786. Multiuso, multifunção

Hoje fui a uma Estação de Correios.

Vendem-se Kits de sócio do Benfica;
Vendem-se produtos financeiros;
Fazem-se adesões à rede USO;
Fazem-se carregamentos de telemóveis;
Recebem-se pagamentos de serviços;
Certificam-se fotocópias;
Transfere-se dinheiro via Western Union;
Vendem-se gadgets da Barbie;
Vendem-se livros e até t-shirts;
Vendem-se telemóveis;
Financia-se a compra de máquinas fotográficas.

Ah, é verdade, já me esquecia, também se trata de correspondência.


PS. Fui excelentemente tratado pela balconista.
785. Má-língua

Ontem, noticiário das 20:00h, na Antena 1. Notícia de abertura, a intoxicação alimentar em Espanha devido a uma salmonela contida num molho em frangos pré-cozinhados. O jornalista – português – dizia tratar-se de uma salmonela contida numa “salsa” que cobria os frangos.

Há dias na RTPN a jornalista referia-se à “Algéria” e não raro ouvimos dizerem os “Palestinos”.

Será que eles não vêem os próprios programas que fazem sobre o falar bem português?