terça-feira, novembro 05, 2013

1623. Não havia necessidade



Durante alguns anos, após a inauguração do metro do sul do tejo na região de Almada, a ex-presidente da Câmara criou uma zona pedonal numa área nobre da cidade, nomeadamente, o eixo central desde a praça S. João Baptista  até, aproximadamente, metade da Av. D. Afonso Henriques. Na verdade não era totalmente reservada a peões, havia via aberta para algumas carreiras de autocarros, táxis, veículos em marcha de urgência e os chamados veículos autorizados. Aqui d’El Rey, gritaram os comerciantes e alguns outros que não tendo nada a ver com o comércio, faziam coro ideológico contra a Câmara Municipal de Almada (CMA). E Aqui d’El Rey que as alterações feitas tiravam a frequência dos clientes às lojas por ausência de estacionamento e de passagem pelas montras, etc. e tal e mais um par de botas e um conjunto de imbecilidades, perdoem-me a franqueza. Não sei por que razão, se tática ou se de falta de coragem ou mesmo falta de convicção numa solução que fazia parte integrante da mobilidade reconhecida internacionalmente, vejam os prémios recebidos, caraterística da cidade de Almada. Hoje o “canal está aberto”, a circulação pedonal é um perigo e uma aventura para corajosos, misturam-se zonas de passeio com faixas viárias (já assim era, na verdade, mas com um número muito reduzido de veículos) e um estacionamento anárquico. Vou desde já pedir ao Exmo. Presidente Dr. Joaquim Judas, pessoa por quem nutro estima, para que arrepie o caminho entretanto traçado e volte à fórmula antiga dos veículos prioritários. Porque o comércio no centro de Almada continua às moscas, é penoso o número de lojas fechadas e os que gritavam por esta solução hoje parecem bem mais calados porque se calhar ainda estão a engolir a própria gritaria. Deem uma voltinha pelo centro de Almada e confirmem. É que enquanto houverem  zaras e pulls e outras âncoras espanholas em grandes superfícies comerciais, só se safam as lojas de chineses no chamado comércio tradicional. E não me venham com o tratamento personalizado e de proximidade que eu já não ganho para isso.