segunda-feira, março 31, 2008

1171. Leave them kids alone

Hoje vou falar mal, foda-se! Para os hipócrates bem falantes que ganham exurbitantemente a cagar postas de pescada na TV por tudo e por nada, que são especialistas desde estratégia internacional a pedopsiquiatria, passando pela sua grande formação em aeroportos e bolas de Berlim, a cena da miúda com telemóvel e o seu ataque de histeria, caiu como sopa no mel. Final da década de 70, Liceu D. João de Castro, na turma onde este vosso escriba andava, o meu colega Q. apanhado a copiar (o ponto de um que por acaso até viria mais tarde a ser primeiro-ministro desta caca de país), pelo professor de francês, recusando-se a mudar de lugar a mando do professor (como a outra se recusou a largar o telemóvel) mandou o professor para o caralho. Com todas as letras e também tratando-o por tu: "Vai pró caralho!". Contar-vos-ía centenas de histórias de irrevência de jovens e adolescentes, de agora e de outros tempos, se eu quisesse. Para cada "crime" o seu castigo (faço aqui um parêntesis para dizer que me oponho determinantemente aos que acham que o que a miúda fez se enquadra em qualquer moldura criminal). Posso-vos garantir que a pena que o meu colega Q. levou não foi mais grave do que a da miúda da Carolina Michaellis. O que faltou ao "outro tempo" foi haver telemóveis, you tubes, TV e liberdade para divulgar. Vão-se foder moralistas.

sexta-feira, março 14, 2008



1170. Pi Day

A mania que os americanos têm de escrever as datas começando pelo mês faz com que eles hoje dia 3 / 14, tenham mais um dia festivo. É o Pi Day o dia do 3,14. Já estou a ver as montras dos centros comerciais, tipo dia dos namorados, cheios de coraçõezinhos com máquinas de calcular, palm-tops e portáteis de última geração metidos em caixinhas de bombons, com laçarotes e tudo. Ainda bem que os europeus apenas têm o Pi Aproximation Day no dia 22 / 7 (22 a dividir por 7 é de facto aproximadamente 3,14). Por esse mês, dá-nos cá um calor que a gente não quer saber de centros comerciais para coisa nenhuma. A malta quer é praia (diga-se de passagem que já está a fazer falta). Mas, já agora, quero relembrar que de Albert Einstein comemora-se hoje o seu dia de nascimento. Logo ele, uma proeminente figura do mundo científico ter nascido no dia do Pi não será coisa para se perguntar ao professor Karamba? Caramba!

1169. Calendário

Eu cá sou muito mau em datas e disseram-me que Primavera é só para a semana que vem. Mas eu já vi tanta mulher de mini-saia que não sei se hei-de acreditar. Ah! é verdade, e andorinhas também.

terça-feira, março 04, 2008

1168. Cantar Alentejano

Agradeço à minha amiga Lena que me mandou o e-mail com o link para este site. Mais de 90 cantigas alentejanas. Para quem gosta como eu, vale a pena lá ir.
1167. Cheira-me a esturro

Uma mulher conduz um automóvel a roçar o topo de gama. É baleada à queima-roupa com dois tiros, um dos quais no peito, no parque de estacionamento da viatura. Não se sabe se calma ou precipitadamente o assassino abandona o local. Não rouba absolutamente nada e alguém sugere tratar-se de um caso de carjacking. Ai que cheiro...

segunda-feira, março 03, 2008

1166. Entre bandidos

Quem, como eu, está acostumado a ir ao Estádio da Luz, pode verificar que, com excepção das claques organizadas, os adeptos do Glorioso Sport Lisboa e Benfica, assistem lado a lado com os adeptos do clube adversário, que ostentam sem reservas os seus símbolos, camisolas, cachecóis, bandeiras e outros artefactos, às partidas de futebol. Isto acontece desde a inauguração do novo Estádio, tendo-se dado, aí sim, início a um novo ciclo de convívio entre os Benfiquistas e os seus adversários, que não consideramos inimigos. Tiro o meu chapéu em saudação às direcções do Sport Lisboa e Benfica por terem decidido assim.
Ontem, por ausência dela, ocupei o lugar da minha filha, no estádio de Alvalade, ao lado da minha mulher, ambas sportinguistas de sempre. Pelo sim pelo não, abdiquei de levar comigo o que quer que fosse que me identificasse como adepto do Benfica. Em boa hora o fiz e confesso que nunca assisti a um jogo tão aterrorizado como o fiz ontem. Aconselhou-me a experiência e proviu-me de censo a maturidade para não festejar o golo do Benfica. Outros (dois que eu visse), dada a sua juventude e eventual ingenuidade não tiveram o mesmo sangue frio. Um deles foi esmurrado logo na própria bancada. Outro, vi eu com estes que a terra há-de comer foi pura e simplesmente corrido do seu lugar ao murro e ao pontapé. É o que espera a quem comete os crimes de comprar bilhete, ir ao estádio ver o jogo e ser do clube adversário. Por momentos senti dor, pena e até raiva da minha mulher e da minha filha pertencerem a este bando de malfeitores.

PS. Fui uma vez ao velho estádio do Sporting quando tinha 10 anos de idade. Fui também ver um Sporting x Benfica e festejei um dos golos da minha equipa. Felizmente um primo meu, já falecido, também sócio do Sporting e homem feito, safou-me de levar algumas palmadas. Pensei que 42 anos depois a tribo tivesse evoluído. Infelizmente os grunhos ainda lá estavam.