quarta-feira, abril 28, 2010

1529. Adiante, que o gajo fundiu os filamentos

Não sei se as minha amigas leitoras e se os meus amigos leitores ainda estão recordados do tamagotchi. O tamagotchi era um “bichinho” virtual , inventado pelos japoneses, assim em estilo de porta-chaves, que precisava de comida, de banho, de carinhos e de outras coisas a horas certas e que amuava se não lhe fizessem as vontades.

Hoje em dia viciei-me, como muitos milhões de outros cretinos como eu, numa quinta virtual, através do facebook (se somarem os que são viciados em quintas / fazendas via Orkut, Hi5 e outros espaços de perda de tempo cibernético, os cretinos são muitos milhões mais, mas adiante…). É ver-me a cultivar uvas que crescem em um só dia, morangos em quatro horas e arroz em dez. Se uma propriedade destas, por mais pequena que fosse, pudesse ser real, não haveria fome no mundo, mas adiante, que hoje não estou virado para a salvação da humanidade.

Tenho quatro gatos lindos. O Schubert, a Yasmin, a Florinha e a Charline. Na verdade tenho três gatas e um gato e ainda o Donatello e o Michelangelo que são duas tartarugas que receberam os nomes antes de lhe conhecermos os sexos. Na verdade tenho uma tartaruga e um tartarugo. A tartaruga põe ovos e o tartarugo põe-se na tartaruga. Mas adiante que hoje não vos vou falar nas posições kamasutricas dos meus bichos. Só sei que alimento estes meninos e meninas, os felinos a Royal Canin e as tartarugas a camarão, as finórias, custam-me os olhos da cara (só esses, claro), dou mimos aos gatos, levo-os até à varanda para me comerem os malmequeres, falo com as tartarugas. Quando vou para fora, se por acaso incluir um fim-de-semana, ou a D. Fátima, nossa empregada, ou a minha filha fazem-me o favorzinho de ir lá a casa dar de comida à malta, conversar com eles, dar-lhes carinho e levá-los à varanda para comer malmequeres.

Ontem, peguei no telefone e disse à minha filhota que era provável que no próximo fim-de-semana me ausentasse. Quis saber das disponibilidades que ela teria para ir lá dar o respectivo alimento, os carinhos, bom já disse isto várias vezes não foi? Adiante que vós amigas e amigos leitores já sabeis tudo sobre cuidados primários. E, uma vez que para onde vou não tenho acesso à internet, nem estou disposto a pagar os balúrdios que custam a banda larga em Portugal (10 euros / 10 horas, não é?), adiante que este não é o tema de hoje, dizia eu telefonei à minha filha se me fazia o favor de dar a ração ao Bobbymanuel e ao Zacarias os meus dois cachorrinhos virtuais que pululam (e pulam) lá pela minha Farmville que é como quem diz a minha propriedade rústica na WWW. Mas o gajo não está pirado da mona? Voltamos ao tamagotchi ou quê?

Foto PreDatdo©2010 “Schubert e os malmequeres”

segunda-feira, abril 26, 2010

1528. E você, continua a escrever?

Ele diz que é perito naval e eu acho que é. Pelo menos essa é a sua profissão e, segundo consta, exerce-a bem. Mas quando o conheci não foi medindo calados e calculando deslocamentos, aplicando aqui e ali o princípio de Arquimedes, mas apenas como amigo de um amigo meu. Não tivemos o tempo suficiente para nos conhecermos bem, mas deu para entender o personagem, o humanista, até o artista de muita artes que ali se me apresentava e, também o homem solidário que acorreu em nosso auxílio à primeira dificuldade. Mas quando ainda não se conhecem bem as pessoas atentam-se aos pormenores. E um desses foi um profundo conhecimento de um país que ele desconhecia e que, curiosamente, era (é) o seu. Um português que não conhecia Portugal mas que sabia muito da sua história. Para o Alexandrino, lá por terras de Vera Cruz o meu abraço consubstanciado numas quadras suas que descobri aqui nos meus arquivos.

(porque Eh!Poh!peia é um texto longo, apenas umas quadras tiradas ao acaso)

“. . .

Trocavam-se coisas boas

Como um paninho de chita

Pelas de nenhum valor:

Ouro, ferro, dolomita.

E coisas melhores chegavam

Numa permuta constante,

O espelho da vaidade

Pelo marfim do elefante.

Vinha vinho abençoado

Vinha azeite, que escaldante,

Temperava a nova comida

Trocado por diamante.

. . .”

Espero que o Alexandrino, um português de Angola que vive no Brasil continue a escrever. Ainda hoje, me parto a rir quando leio a resenha histórica da descoberta do Brasil que ele me ofertou. Agora é mais fácil. Ele tem o meu e-mail pode me escrever sempre. Saravah!

quinta-feira, abril 01, 2010

1527. Não te cures não

Estive hoje a assistir na RTP2 a um interessantíssimo documentário sobre o corpo humano. De entre as várias coisas que retive, desde o número de espermatozóides que consigo produzir por hora até às proteínas constituintes do meu organismo, uma ficou-me aqui a dar voltas na cabeça. Dizia-se às tantas no referido filme, sobre a capacidade do nosso organismo em transformar em gorduras os nossos excessos, que se ingerirmos por dia 15 calorias a mais, ou seja, o equivalente a 4 pistáchios, engordaremos cerca de 670 g por ano. Ora pus-me aqui a fazer as contas de cabeça e cheguei à conclusão que nos últimos trinta anos comi 65.373 pistáchios a mais do que devia. Estava eu nestas cogitações quando se me fez luz. Eu nunca comi pistáchios sem ser acompanhado de uma fresquinha. Sendo que toda a minha gordura se deve aos pistáchios excedentários, cheguei à maravilhosa conclusão que a cerveja não engorda. Abri o frigorífico e foi um ver se te avias. Hic.