sexta-feira, outubro 31, 2008



1266. Outonos

Hoje o dia está triste.
Sei que chorou
Porque havia lágrimas na minha janela.

(foto : autor desconhecido)

quinta-feira, outubro 30, 2008


1265. Obrigado

Ontem este bog fez 5 anos. Vários foram os votos de parabéns, manifestados na caixa de comentários, no meu e-mail e em referência noutros blogs. Como nomear um a um correria o risco de esquecer alguém, o que seria injusto, tendo em conta também que muitos passaram aqui incógnitos mas não deixaram de passar, a todos quero aqui dizer muito obrigado. E em retribuição oferecer-vos a flor da imagem e não vos vender os versos que abaixo escrevo.











Vendo os meus versos
Mas se vieres com uma mão cheia de moedas
Vou pensar
Os meus versos não valem, de certo, tanto ouro.

Vendo os meus versos
Mas se vieres com mãos sujas de pólvora
Vou pensar
Os meus versos não são, por certo, versos de combate.

Vendo os meus versos
Mas se trouxeres o coração pleno de amor
Não os vendo
Leva-os, são teus.



Versos de PreDatado©, 2008
Foto minha

quarta-feira, outubro 29, 2008



1264. Metros de blog

São cinco anos. Aqui na blogosfera. Não é muito nem é pouco, é uma presença e um vício. E tão viciado sou que um dia destes comecei a imprimir em A4 todo o meu blog. E deu naquilo que se pode ver na fotografia. Se em vez de ter posto as folhinhas nos dossiers, as tivesse colocado umas ao lado das outras, tinha aqui metros e metros de texto. Por isso se pode dizer que este blog hoje não fez 5 anos mas sim uns 500 metros ao alto e mais ou menos 700 metros landscape. Parabéns ao PreDatado, nesta data festiva, muitas postagens felizes, muitos quilómetros de vida.

terça-feira, outubro 28, 2008



foto de Igor Vorobey

1263. Às terças…

Devolução

O beijo que de manhã te roubo
De sabor batôn ‘inda mal seco,
Mistura de ácido e de salobro,
Ávido de um pecado que peco.

O beijo de batôn, mistura
De roubo com parte de manhã,
Salobro de líquido e secura,
Misto de divino e de Satã.


O beijo de Satã ou de pecado
Ávido de manhã, seco de sabor,
Tod’o dia me faz acompanhado
Da vontade de ti, de ser amor.


E quando à noite, pecador, eu volto
O beijo roubado ainda há pouco
Com sabores de mistura, já to solto
Ácido, divino, feito louco.


E com pecado de sabor divino
Amamos de mistura e com o beijo
Louco de ser Amor, de ser destino,
Que destino é ser manhã, já te desejo.

PreDatado©, Devolução in Complexus

sexta-feira, outubro 24, 2008



foto de Markus Arns


1262. Mãos



De mão dada, lado a lado, que ela não era de escandaleiras. Ele bem tentava colocar-lhe o braço pela cintura e nem mesmo por cima do ombro ela o consentia. Condescendia apenas em ir de mão dada porque assim poderia controlar a distância do seu corpo ao dele.


Na igreja, ajoelhavam-se um ao lado do outro mas, de blusa quase sempre fechada, retirava-lhe as hipóteses de pensamento pecaminosos quando furtivamente os seus olhos se lhe dirigiam ao colo. E a completar o seu pudor, de diferente malha consoante a estação, longas meias torneavam-lhe as pernas cujo vestido as cobria até bem perto das canelas. Mas por detrás da diáfana cortina que os seus cabelos formavam quando baixava a cabeça em veneração à santa poder-se-ia ver-lhe um brilho nos olhos que apenas um olhar mais atento descobriria uma réstia de pecado.


Nem o escurinho do cinema, aos Domingos, constituía uma tentação para ela. Quando as luzes se apagavam e a projecção começava, concentrava-se na tela sem nunca perder de vista a mão dele a que sistemática e delicadamente empurrava de cima das coxas.


No quarto despia-se lentamente. Sempre em frente ao espelho que lhe conhecia os segredos. E quando o chão do quarto já não comportava mais nenhuma peça de roupa,deitava-se, pegava na mão “dele” e deixava-o aproximar-se.

quinta-feira, outubro 23, 2008



1261. Crise

Para mim isto é um caso muito sério.
Nestas últimas semanas não se fala noutra coisa senão da crise. Bancos e seguradoras na falência, crashs bolsistas atrás de crashs, dores de cabeça com os fundos de pensões, tipos que viram reduzir as suas fortunas em muitos mas muitos milhões de dólares uns e de euros, outros. Depois vêm a s soluções milagrosas, as nacionalizações, à boa maneira de de De Gaule ou de Vasco Gonçalves, os governos a injectarem dinheiro a fundo perdido, que tanto lhes custou a nos roubar para agora os esbanjarem assim, claro muito justamente, para salvar da miséria quem vale agora apenas 500 milhões de euros e muitas casas na Quinta da Marinha e em Vilamoura. Finalmente começa-se a falar em culpados, como não podia deixar de ser. Mas João Pereira Coutinho, no seu artigo no Expresso (aqui) conhece-os a todos. Um deles até vive lá em casa dele várias horas por dia. É a sua empregada de limpeza. Então não é que os pobres desataram a gastar dinheiro que não tinham, vejam bem que até compraram casa e carro? E alguns, que grande descaramento, fizeram férias. Se calhar ainda têm os filhos a estudar, esses desavergonhados. Se não fossem eles isto nunca teria acontecido. Não se pode exterminar essa cambada de pobretanas e voltar tudo à normalidade?


1260. Café ou vibrador essa é a questão

No outro dia estava eu a conversar com uma amiga no Messenger quando ela me disse “espera vou tomar um café”. Regressou pouquíssimo tempo depois com a frase “a seguir ao vibrador, o Nespresso foi a melhor invenção que houve até agora”. Não me posso pôr completamente no lugar dela mas tenho um feeling de que ela tem razão. No entanto, aqui, neste post, não será abordada a problemática do vibrador.

Há alguns anos atrás a Sony inventou e lançou no mercado o sistema de gravação e reprodução de fitas magnéticas denominado Beta. Dizem ainda hoje os profissionais da imagem que foi o melhor sistema alguma vez lançado (falando em tecnologia analógica). Já o VHS tinha conquistado o mercado doméstico e o Beta continuava a ser o sistema dos profissionais. Mas era aqui que residia o busílis da questão. O mercado profissional era uma gota de água num oceano de consumo e por isso em termos comerciais o Beta foi um fiasco. Outros exemplos poderia dar mas penso que é o suficiente para se entender o próximo parágrafo.

Lembrei-me disto agora quando me foi oferecido, num grande espaço comercial, a provar o Dolce Gusto. Dolce Gusto é uma marca comercial de um outro branch da Nestlé, o Nescafé. É um produto diferente do Nespresso (aliás são vários tipos de produto) que utilizam máquinas e cápsulas também diferentes das que utiliza a Nespresso. Mais à frente, noutro expositor encontravam-se as cápsulas da Delta Q e a respectiva máquina. Diferentes também das anteriores. Tenho a certeza (falaremos daqui a uns bons pares de meses talvez até alguns, poucos, anos), que alguns destes produtos vão cair no esquecimento dos consumidores pois não serão mais do que flops comerciais. Ou estandardizam as cápsulas para que uma única máquina as possa processar, deixando ao paladar e ao bolso do consumidor a escolha pelo produto ou uma, com certeza a mais simples e barata, canibalizará as outras. É que não há pachorra (nem dinheiro) para ter três, por enquanto, máquinas diferentes de café na cozinha. Ainda se fossem vibradores qualquer gavetinha os acolheria.

PS. Perguntam agora vocês, amigas leitoras e amigos leitores do PreDatado como é que um génio como este anda para aqui a escrever blogs. Eu, com toda a modéstia que me caracteriza, pergunto o mesmo.

quarta-feira, outubro 22, 2008

1259. O Poste!

Lembram-se do post onde eu falei de um poste inclinado durante vários meses. Pois é, o post do poste foi no dia 25 de Setembro, está lá a foto. Hoje passei por lá e tem um poste novo. Bendito post.

terça-feira, outubro 21, 2008



1258. Cegueira ou só um ensaio?

Foi sem surpresa de qualidade nenhuma (como diria o bom do Vasquinho da Anatomia) que ouvi a notícia de que Pinto da Costa não iria a julgamento em mais um caso do processo Apito Dourado. A ausência de surpresa nada tem a ver com Pinto da Costa. Eu não sei e, para dizer a verdade, nem me interessa saber se o homem andou por aí envolvido em corrupção ou não. Eu estou assim a modos que ora bem porque eu sempre acreditei na nossa Justiça. E acreditar na nossa Justiça passa também por acreditar que o processo do Apito Dourado não vai ter qualquer resultado. Que resultados teve até hoje o Processo Casa Pia? E quantos gangs do car-jacking estão já dentro? E em que deu o caso Madeleine? Onde está o processo Freeport? Como vamos de caso sobreiros/BES/PP? Ah é verdade e o caso BCP? E o Vale e Azevedo? E então a operação Furacão deu o quê? Portanto amigas leitoras e amigos leitores obviamente que não me surpreendi. E também não me surpreendi por ter ido preso aquele tipo que gamou umas músicas na Internet e por ter ido de cana a freira que não pagou a multa por não ter bilhete de metro. É a Justiça. Dizem que é cega.


PS. Imagino que haja alguém ao ler isto que pense “é à Portuguesa”. Pois minhas amigas e meus amigos, “à Portuguesa” é o cozido e tem de continuar a sê-lo por muitos e bons anos. Com porco, chouriço, nabo e tudo o que tem direito.



foto de Giuseppe Sarcinella retirado do blog à frente referido com a devida vénia a ambos, ao fotógrafo e à blogger

1257. A sobremesa

Durante vários meses, aí pelos idos de 2005 e 2006 (ou seria 2004 e 2005?), o PreDatado escrevia uns textos com alguma frequência, chamados Lunch Time Blog, por muitas das minhas amigas leitoras e dos meus amigos leitores também conhecido por LTB. Pois o Lunch Time Blog aka LTB misturava situações com pratos, fazia referência à sua confecção e aspecto, algumas vezes indicava os ingredientes e a forma de os misturar. O vinho era apresentado com devoção e as reacções ao conteúdo, do então seu único (agora são quatro) gato, o Schubert, eram também relatadas, normalmente em post-scriptum. O LTB de vez em quando ainda aparece revisitado quando ao seu autor lhe dá na real veneta, embora o tenha deixado de escrever com a regularidade de outros tempos. Lendo e relendo os textos de antanho constata este escriba que as sobremesas nunca foram o forte, nem tão pouco o leitmotif de tais escritos. E não poderiam sê-lo, porque dessem as voltas que dessem na forma ou no forno, na geladeira ou na máquina dos batidos, levassem natas ou creme de ovos, tivessem frutos silvestres ou tropicais, misturassem chocolate com baunilha ou simplesmente menta com nozes a verdade, a verdadinha é que nenhuma sobremesa chegaria aos calcanhares desta com que nos presenteou a Madalena.

PS. Embora as terças tenham ultimamente sido reservadas para o “às terças…” esta rúbrica não é exclusiva. Quando se justifica escreve-se mais um bocadinho. E a Madalena justificou-o.



foto Predatado

1256. Às terças...











Amo te amar

E é tão prateada a tua voz
Quanto são de prata as ondas do mar.

E se cantas
São as sereias no seu meloso trinado.

Quando te aproximas
É o marinho perfume que me sacode os sentidos.

O teu deitar
Tem a beleza do pôr-do-sol.

Quando fazes amor
É como se o mar galgasse a muralha.

E quando adormeces, os ventos sossegam
E a brisa acalma o mar.


Versos de PreDatado©

segunda-feira, outubro 20, 2008



1255. Lambam-se

Estou a acabar de preparar um delicioso frango na púcara. Até já.

quinta-feira, outubro 16, 2008


1254. Trovoada

Desligou o motor. Devagar, fechou as janelas e desligou o rádio. Tirou o cinto, aproximou-se dela e beijou-lhe o rosto, acordando-a. – Chegamos, disse .
Já fora do carro, espreguiçou-se, deu alguns estalidos aos joelhos e respirou fundo. Uma canícula completamente fora de tempo, fazia-se sentir. Pelos seus cálculos estariam uns 28 graus o que, para uma noite de Outono, não era costumeiro. Quando ela saiu do carro transmitiu-lhe os seus receios. – Trovoadas, alvitrou.
Por entre um véu de nuvens ligeiras espreitava um projecto de luar. Dentro de três dias seria noite de lua cheia e o que seria normal era terem luz que lhes alumiasse o resto do caminho até à casa. Mas o cheiro da noite e o ar quente, que numa ligeira brisa soprava de Sul, convidaram-nos a ficar por ali mais uns minutos. Encostados ao carro abraçaram-se. Um abraço forte e longo, tão longo quanto o beijo que encetaram. Ele imaginou que se estivesse luar aquela teria dado uma bonita fotografia. Ao mesmo tempo pensou, e bem, que não poderia ser fotógrafo e objecto em simultâneo. Aquilo não era um jogo de espelhos, antes sim um jogo de sedução.
Já no quarto abriram um pouco a janela. Os corpos já incendiados pelos beijos como achas em fogueira de sentidos começavam a ceder. Pouco mais resistiriam a uma noite de amor. Lá fora trovejava.
E quando por fim ele se introduziu no seu corpo suou o ribombar de um trovão. Mas apenas a casa estremeceu. O vento aumentou de intensidade e abriu-lhes as janelas de par em par. Lá fora a chuva caía abundante. A trovoada continuava a fazer estremecer as estruturas de betão. Eles só mais tarde estremeceram. Juntos.
foto encontrada aqui

quarta-feira, outubro 15, 2008

1253. Queiroz

Não há por aí um treinador suplente para substituir este? Um treinador que mete em campo um suplente do Chelsea, um suplente do Inter, um suplente do Manchester, um suplente do Benfica, um suplente do Werder Bremen, provavelmente mereceria que a houvesse um suplente dele próprio para o substituir.

terça-feira, outubro 14, 2008


Foto de Marta Laura, inevitavelmente encontrada no Aliciante


1252. Às terças...















Ao vento

E eu esperava o momento
E o momento se fez hora
E a hora se fez noite.

E tu esperavas o momento também
E fizeste do momento eternidade.

Param as horas, param os tempos
Só se não acalmam os ventos
Que estremecem os nossos corpos.

Não, não viramos ampulhetas.
Quando nos amamos, abrimos janelas.
versos de PreDatado©

segunda-feira, outubro 13, 2008



1251. Reininhos e Reizinhos

Olá amigas leitoras e amigos leitores deste blog. Não tenho escrito porque estive fora. Quer dizer, por acaso estive dentro. Não, não fui de cana. Ainda não assalto bancos (eles é que me assaltam a mim), nem conduzo bêbado. Estive dentro porque o mau tempo que se fez sentir lá no nosso Alentejo foi de tal ordem que, praticamente, não deu para sair à rua num passeio digno desse nome. E quando a gente está dentro o que é que faz? Vê um filme, cozinha (ah pois não!), lê livros jornais e revistas e quando começa a ver as letras aos zigues e aos zagues, liga a televisão e… ouve o Rui Reininho. É um querido aquele rapazinho, eu farto-me de chorar quando o oiço. É contagioso, ele desata a chorar e eu, influenciável e sensível como sou, desato num pranto. O moço para mim é assim tipo um anti-Amália. Enquanto esta chorava a cantar, o Reininho canta a chorar. Mas no meio de tanta lágrima não resisti a dar uma gargalhada. Cantava ele com Sílvia Machete quando no meio da canção apelou à participação do público “everybody”, gritou (chorou) ele. Não informaram o Reininho de que aquilo era uma gala da Fundação Luso-Brasileira? Ou ter-lhe-ão dito que era Luso-Britânica? – Oh cara, era “todo mundo” que você devia ter falado, viu?

Depois de ter visto entregar mais um prémio a José Manuel Durão Barroso fiquei a pensar se com tantas medalhas, prémios e doutoramentos honoris causa, este não será o português mais premiado de sempre. Acho que era por causa de homens como ele que Camões escrevia “…aqueles que por obras valerosas se vão da lei da morte libertando”. Era por causa dele era!

quarta-feira, outubro 08, 2008








1250. Ninguém vai preso?



José Sócrates hoje e já ontem Teixeira dos Santos “descansaram” o País assegurando que o Governo (leia-se também o Estado) garantiria os depósitos do portugueses nos bancos nacionais. Tanto quanto eu me lembre nunca ouvi nenhum banqueiro ter vindo a público assegurar que se houvesse uma crise (tipo a que está em curso na Islândia e que nada nos garante que não possa atingir Portugal) o sistema bancário português não deixaria o país entrar na bancarrota. Afinal o que é que estes gajos fizeram aos fabulosos lucros acumulados? E ninguém vai preso? Insisto, ninguém vai preso?





19/02/2008 - 19h47
Banco português Milennium BCP fecha 2007 com lucro de 563 milhões de euros



Quarta, 8 de Outubro de 2008

O banco Millennium bcp anunciou hoje que o seu resultado líquido aumentou 3,5% para os 780 milhões de euros no ano passado, contra os 753,5 milhões de euros registados em 2005 e acima da média dos analistas que apontava para os 766,7 milhões de euros.


BES escapa à crise com lucros de 607,1 milhões de euros em 2007

Lucro do BES supera estimativas em 2006

01 de Fevereiro 2007
O Banco Espírito Santo (BES) revelou hoje ter registado no ano passado um resultado líquido consolidado de 420,7 milhões de euros (M€), mais 50% do que os 280,5 M€ verificados em 2005 e acima das expectativas dos analistas, os quais esperavam um lucro entre os 402 e os 446 M€.




Banca 2008-01-24 16:53
Lucro do BPI cresce 15% e supera estimativas em 2007
O Banco BPI revelou hoje ter registado no ano passado um resultado líquido de 355,1 milhões de euros (M€), mais 15% do que os 308,8 milhões de euros verificados em 2006, e acima do esperado pelos analistas, que esperavam que o lucro da instituição liderada por Fernando Ulrich se tivesse situado entre os 310 e os 339
M€.



1249. Breves

1. Foram atribuídos os prémios Nobel da medicina a 2 franceses e um alemão. Foi atribuído o prémio do melhor carpinteiro europeu a um português.

2. Uma juiza de Sintra mandou em liberdade 3 cadastrados que tinham em casa um arsenal de armas e uma investigação policial de mais de 4 meses. À saída do tribunal um deles declarou à imprensa “felizmente que não pirateamos nenhum disco na internet, pois corríamos o risco de ir daqui direitos para a prisão”.


3. O nosso Procurador-geral parece não ter visto mal nenhum no cartaz do PNR que foi mandado retirar pela CM de Lisboa. No cartaz uma ovelha branca expulsava à patada várias ovelhas pretas. Eu estou com o Procurador. Crime seria se em vez de ovelhas pretas, houvessem também ovelhas mulatas e ovelhas amarelas, já para não falar de ovelhas loiras mas tipo ucraniano não vá serem confundidas de loiras alemãs.


4. O César das Neves tem uma sensibilidade modelada pelo 007, Indiana Jones, Star Wars e outras ficções e de repente diz “nós”. Vade-retro, meu. Mas mesmo que eu estivesse incluído não o apoiaria nessa de criar “contratos” de casamento entre coabitantes tipo tios e tias, sobrinha e sobrinhos, amigas e amigos. Só na tua cabecinha depravada, oh meu. E essa de achares que a maioria da população está contra os casamentos de pessoas do mesmo sexo deve ser só no teu referendo da segunda secção de neurónio do lado supra-orelhal esquerdo da tua cabecinha.


5. O Partido Socialista/Governo reconheceu a independência do Kosovo contra as determinações da ONU. Longe vão os tempos em que o PS criticava a invasão do Iraque exactamente pela mesma razão.


6. Eu sei que a crise económica e financeira também me vai bater à porta mais minuto menos segundo. Mas enquanto ela está ali ainda ao virar da esquina deixem-me rir com estes neo-liberais que passam o tempo a reivindicar menos Estado, agora todos de joelhos a pedirem ajudas aos governos. Parece até que Fidel vai ser reabilitado pelos americanos. Segundo consta a administração americana nacionalizou em alguns dias mais do que Fidel Castro em 50 anos.


7. Rui Costa tem de explicar muito bem ao Quique que o Benfica não é o Getafe. Não se mete um médio defensivo, em detrimento de um avançado, para segurar um resultado de 1-0 a 10 minutos do fim quando se joga contra o Leixões. Ou então explicar que o Leixões não é o Manchester United. O Benfica quando está a ganhar por 1-0 deve querer ganhar por 2-0 e não segurar a vantagem. Desejo-te bom trabalho Rui!

terça-feira, outubro 07, 2008


1248. Às terças feiras


Suor

Vieste ter comigo
Tão casta e pura
Em ti não havia passado de homem
Nem vestes de fantasmas ou memórias.

Tão limpa como o céu de Agosto
Tão alva como o lençol de linho
Antes que nele nos deitámos.
Tão pura e tão cristalina
Como a água que brota em virgem encosta.

E de virgem encosta brotaram suores.

versos de PreDatado©

foto de
João Morgado em Olhares

domingo, outubro 05, 2008



1247. E o Jesualdo disse...

tá quieto macaquinho!

(foto recebida por e-mail)



1246. Blog Sweet Blog

E se olhas para 750 gramas de açúcar amarelo e dois paus de canela, se ao lado tens um quilo e meio de abóbora menina descascada e três laranjas, a primeira coisa que te vem à cabeça não é ires fazer um sumo de laranja ou fazeres uma sopa de abóbora (onde é que estão as nabiças? E o feijão?). Então não te resta outro remédio do que cortares a abóbora em cubos, juntares o sumo das três laranjas e levares a lume brando juntando tudo (incluindo a canela), com o açúcar. Bem sei que não é rápido, que leva um bom tempinho até que ao passares a colher de pau no fundo do tacho faça uma estrada mas, entretanto, porque não sentares-te um pouco no sofá, leres o último da Steva Casati , se te fizer o género, ou ouvires the best of Radiohead? Mas não adormeças porque precisas de vez em quando de ires mexendo o doce. No final juntas-lhe miolo picado de noz e não te esqueças de comprar requeijão para acompanhar. Dá uma deliciosa sobremesa.


PS. Quem não lhe apetece fazer mais nada elaborado faz doces de fruta. Há coisa mais fácil? E mais doce?

sábado, outubro 04, 2008



1245. Dia Mundial dos Animais

O Schubert é o mais velho. Tem quatro anos e meio e foi oferecido ao João como prenda de aniversário. Não lhe conhecemos a origem mas pensamos que nunca terá sido exactamente um gato abandonado. É arraçado de siamês e faz o papel de meu guarda-costas. Cá em casa está onde eu estiver e nem sozinho gosta de comer. Chama-me para que o acompanhe. A Yasmim veio depois. Quando a Ana decidiu que também queria um gato para ela, depois de perder o pavor que ao longo dos anos a acompanhava de tudo quanto era bicho, encontrou-se com a Yasmin num sótão de uma casa de uma dona emprestada. O seu olhar apaixonou-a e, sendo que a primeira escolha seria por uma gata clarinha trouxe a mais parecida com um rato. A Yasmin é a mais meiga e ternurenta dos gatos. Encontrada no meio da rua perdida e abandonada foi a Florinha. É a única que passa as tardes a dormir em cima da nossa cama e a que de manhã nos vem acordar com beijos nas mãos. Não pede nada a não ser festas, rebolando-se à nossa frente. A Charline foi achada no motor de um carro. Chegou-nos a casa com o branco do seu pelo mais preto que o preto do seu pelo. Esta gata preta e branca de bigode à Charlot, dorme nas carpetes e é a mais brincalhona de todos. A alegria dela é esconder-se atrás das portas à espera que brinquemos com ela pela frincha junto à aduela.

Há ainda duas tartarugas num grande aquário que vieram para casa do tamanho de uma moeda de 2 euros e hoje pesam 1,5 e 1,0 kg, respectivamente a fêmea e o macho.

Tratamos da Maria, uma cadela que nos adoptou quando íamos à terra. Apesar de apenas semi-abandonada pois vários na aldeia lhe davam de comer, não tinha dono. Era “nossa” sempre que lá estávamos. Infelizmente a Maria morreu atropelada.

Estes são os nossos animais, até que um dia destes voltemos a salvar pardais caídos do ninho ou pintos acabados de sair do ovo e rejeitados pela própria galinha.

No dia mundial dos Animais fica aqui mais um apelo, porque nunca é demais, NÃO ABANDONEM OS VOSSOS ANIMAIS!

quarta-feira, outubro 01, 2008



1244. Falar futebolês – Equipas portuguesas?


Ontem assisti ao jogo Arsenal vs. FC Porto. Uma vez que sou Benfiquista e não sou hipócrita não venho para aqui chorar lágrimas de crocodilo. O resultado pouco ou nada me interessou fosse este ou o seu inverso. O que na realidade me preocupa, sob o ponto de vista futebolístico evidentemente, o que, diga-se de passagem, nem de perto nem de longe constitui uma das minhas principais preocupações quotidianas, dizia eu, é a descaracterização completa daquilo a que alguns “especialistas” ainda continuam teimosamente a chamar futebol português. O FC Porto entrou em campo com apenas 2 jogadores portugueses. Bruno Alves e Raul Meireles tantos quantos é costume ver alinhar de início no Manchester United, no Atlético de Madrid, no Chelsea ou no Inter e até menos do que em outras equipas da Europa como por exemplo o Cluij da Roménia. É claro que não estou a colocar à margem deste fenómeno, nem o meu clube, o Benfica, nem o outro nosso rival o Sporting, pese embora no último derby o Benfica tenha iniciado o jogo com 6 portugueses (e um treinador espanhol) e o Sporting com 7. Do mal, o menos. Mas chamar a isto futebol português é uma deturpação da realidade e até um abuso de linguagem. Poderemos sim chamar clubes portugueses (e nunca equipas portuguesas) pois isso é inegável, desde a sua origem e historia até à formalidade de estarem inscritas em organismos tutelares portugueses. Quanto ao meu Benfica, isso é outra história. Aquela camisola é tão linda!