sábado, dezembro 31, 2005

893. Receita de Ano Novo

A todas as minhas amigas leitoras e a todos os meus amigos leitores, que me concederam a honra de visitarem o meu blog, desejo um próspero ano de 2006. E deixo-vos a receita escrita por um dos poetas da lusofonia que mais admiro: Carlos Drummond de Andrade.

Receita de Ano Novo

Para você ganhar belíssimo
Ano Novo cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido),

Para você ganhar um ano não apenas pintado de novo,
remendado às carreiras, mas novo nas sementinhas
do vir-a-ser, novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia, se ama,
se compreende, se trabalha,

Você não precisa beber champanha
ou qualquer outra birita, não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens? passa telegramas?).
Não precisa fazer lista de boas intenções para
arquivá-las na gaveta.

Não precisa chorar de arrependido pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar que por decreto da esperança
a partir de Janeiro as coisas mudem e seja tudo claridade,
recompensa, justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro
e gosto de pão matinal, direitos respeitados,
começando pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um ano-novo que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo
de novo, eu sei que não é fácil, mas tente,
experimente, consciente.

É dentro de você que o Ano Novo cochila e
espera desde sempre.

Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, dezembro 30, 2005

892. Bota-de-elástico ou o Peido Natalício

Quando eu era puto, uma das coisas que os meus pais nos ensinaram foi de que se nos quisesse-mos peidar deveríamos fazê-lo numa casa de banho. E sobretudo que o não deveríamos fazer em público. Ainda sou do tempo em se contava que a condessa aflita por se ter peidado numa festa da “soçaite” foi pedir a Bocage que arranjasse maneira de dizer que fora ele, tal era a vergonha (para quem não saiba, Bocage era um gajo a quem a sociedade tudo desculpava, dada a sua pose extravagante, uma espécie de Herman José, mas com talento). Já fumar nunca ninguém me disse que era feio. Todos me aconselharam a não fumar, porque era caro e mais tarde, à medida que foi evoluindo a investigação médica, porque, e principalmente por isso, era prejudicial à saúde.
E o que é que isto tem a ver com o Natal? Ora bem, há dias vi um anúncio na TV para download de toques de telemóvel, nem mais nem menos que uma conhecida música de natal, mas em som de peidos. Ora eu que não sou nada bota-de-elástico, começo a achar estas coisas cada vez mais normais. Desde aquela campanha, paga com dinheiros do Estado e portanto com o meu agreement, em que os jovens se peidam em público, mas onde afinal feio é fumar, que tudo o que meta merda ou o seu respectivo cheiro me parece da mais comum normalidade. Espero é que nunca inventem um toque de telemóvel em que ao som de um qualquer chá-chá-chá ou de uma rumba, este comece a deitar fumo como se fosse um puro cubano. Porque isso sim seria muito feio.

quinta-feira, dezembro 29, 2005

segunda-feira, dezembro 26, 2005

890. Fun(tastic) Service

Na passada quinta feira, recebi da TV Cabo uma carta onde me explicavam que o período promocional do serviço Funtastic Life tinha terminado, pelo que, se eu pretendesse continuar a usufruir dos cerca de mais 20 canais deste pacote deveria solicita-lo através de um determinado número de telefone. Por um acréscimo de custo que me parecia razoável, face ao preço do serviço base, decidi dizer que sim. Segui os procedimentos, liguei para o número fornecido e anuí ao pacote Funtastic Life. A assistente, a meu pedido, informou-me simpaticamente de que não necessitaria de nada mais e que o Funtastic Life iria ser de imediato activado. Cerca de 2 horas depois um outro funcionário da TV Cabo ligou-me a perguntar se eu queria aderir ao pacote. Achei estranho mas pareceu-me apenas ser um feed-back de confirmação. Para o efeito, solicitou-me alguns dados pessoais, nomeadamente os meus números de BI e Contribuinte. Finalmente, depois de confirmar a correcção dos dados, disse-me que o pacote iria de imediato ser activado. Hoje, 3 dias depois os canais do Funtastic Life estão desactivados. Belo serviço! E vivam os monopólios!

quinta-feira, dezembro 22, 2005

889. Privilegiado

Grão Vale de Lençol e Penas é a firma de dois grandes amigos meus. Enquanto no balcão do Lençol me abasteço de cambraia de algodão que me aprazenteia o corpo, no balcão do meu caro Edredon Penas encontro um insubstituível conforto e aconchego para estes tempos frios. Aliás, conforto e aconchego estes a que não é alheio o Sr. Pijama, também um amigo de longa data. E é por ter amigos destes que estar DESEMPREGADO é um privilégio que vós, desgraçados leitores e desgraçadas leitoras, não podeis usufruir quando tendes o inimigo despertador a fazer-vos levantar os respectivos rabinhos da cama às 7 da manhã.

terça-feira, dezembro 20, 2005

888. Quem ganhou o debate

Venho aqui dizer-vos que não sei quem matou o António, no entanto não tenho dúvida nenhuma de quem perdeu o debate desta noite:

Canastrões 2 x Portugal 0.

Assim não dá para colocar a bandeira na varanda.
887. Os culpados

Dentro de momentos vão estar frente a frente, na TV, a atirar farpas um ao outro, os dois principais culpados do estado em que Portugal se encontra. Apesar de toda a gente o saber, mais de 70% dos portugueses irão votar num destes dois. É bem feito!

quarta-feira, dezembro 14, 2005

886. Por Correio



Caro Vitor,

Hoje não te mando nem um e-mail, nem te faço um telefonema. Nem tão pouco te escrevo um telegrama ou envio a mensagem por fax. Não, meu caro. Hoje vou-te escrever uma carta. E porquê, poderás tu perguntar, uma vez que sempre me elogiaste o gosto pelas novas tecnologias, desde o dia que apareci em tua casa com um ZX-Spectrum onde ficávamos sempre mais de seis horas seguidas jogando a olhar para um écran de televisão, em vez de cruzarmos as pernas no chão, Monopólio estendido, dados a rebolarem por debaixo do sofá, notas e casinhas a ocuparem toda a carpete. Pois, meu caro, decidi aderir à iniciativa dos CTT que vai incentivar as crianças a escreverem umas às outras a modos que salvaguardem o selo. Se bem que é esta a explicação desta minha decisão, não é o único motivo pelo qual te decidi escrever uma carta. Eu sei que raramente compras ou lês jornais, tal como um antigo primeiro-ministro que hoje em dia parece querer ser Presidente da República. E como sempre fui o teu assessor para as notícias mundanas (não esqueças que foi por mim que ficaste a saber que o Nuno Gomes fez aquele gesto da seringa e não pelo Pinto da Costa, como a Liga de Futebol), não resisti a contar-te uma pequena nota que li na revista do Expresso. Então não é que eles noticiam, que segundo estudos científicos da Universidade de Bristol, no UK, que os tipos mais baixos têm um QI menor? Já sei, estás a rir às gargalhadas porque já me estás a imaginar mentecapto no alto do meu 1 metro e 63 centímetros. Pois meu caro Vitor, agora entendo muitas coisas que não entendia antes. Entendo perfeitamente o que aconteceu em Waterloo e mais entendo o que se passa actualmente com o PSD com Marques Mendes a liderar e, como não podia deixar de ser, entendo porque é que António Vitorino nunca conseguiu assumir um alto cargo nem no PS, nem no País. E sendo assim prepara-te, porque quando voltar a haver eleições legislativas eu vou votar na equipa de basquetebol do Queluz. A partir de hoje, só posso confiar em gajos altos. Para bem do país.

PS. Tinha obviamente que te dizer que não deves extrapolar as minhas palavras como um indefectível apoiante de Soares devido à sua estatura física. É que para mim, outras estaturas mais altas se alevantam.

terça-feira, dezembro 13, 2005

885. M’engasgo às vezes, outras emburro...

Foi com esta frase que comecei um comentário num blog que li há pouco, dada a minha inabilidade para escrever algo mais. E de facto, é assim que me sinto actualmente, gago e burro para escrever algo de jeito. E nem me posso queixar do tempo. Nem do tempo, nem do tempo. Quero dizer, com o frio que tem feito, tudo parecia se proporcionar para que no calor exarado do roupão os textos começassem a jorrar. E por outro lado, tempo é o que não me falta pois, praticamente, já assumi a minha condição de desempregado compulsivo e como tal, tirando roçar o rabo pelos sofás e cadeiras cá de casa e uma ida ou outra ao urinol nada mais faço. Mas não, não me sai nada, nem da política, num momento em que começa a aquecer o ambiente da campanha, nem do futebol, agora que o meu clube parece querer estar a arribar, nem de religião, pois devem ter visto que nunca me referi à questão do crucifixo ou dos padres homossexuais. Também não estou com pachorra para vos dizer como vai lindo o despontar da salsa e dos coentros e ainda dos rabanetes que o meu sogro plantou nos vasos da varanda, não me apetece fazer nenhuma correlação entre um aeroporto na OTA e a explosão dos tanques de combustível no aeroporto de Londres, tão pouco estou disponível para dissertar sobre mais uma execução de um presumível culpado ou inocente na Califórnia. E é por esta falta de inspiração que vos peço que tenham um pouco de paciência comigo uma vez que, acho eu, melhores dias virão. Assim sendo, prometo que hoje não escrevo nada. Mas também não sei se estou disponível para cumprir esta promessa.
884. Não percam

a hilariante carta aos pais que o Manoel Carlos escreve hoje no seu Agrestino.

domingo, dezembro 11, 2005

883. Moreanes, 11 de Dezembro de 2005 – Coisas de Fim-de-semana

A Maria não apareceu como habitualmente. Fazia 2 ou 3 dias que ninguém a via. Acabamos por a descobri-la no palheiro do Ti Romão, tinha tido canitos. Não os abandonou nem um minuto o que significa que passou todos esses dias sem comer. Tremia quando se assomou à pequena janela do palheiro. Chamei-a para que fosse comigo mas não veio, pois recusou-se a abandonar as crias. Se a Maria não vai à comida, vai a comida à Maria. Devorou uma pratalhada de carne, cozinhada propositadamente para ela, que até dava gosto ver. Nos dias seguintes repetimos a operação, duas vezes por dia.

*
A Ti Clarisse fez 91 anos, este Domingo. Uma lucidez impressionante. Diz que já lhe vai escasseando a vista mas a memória está intacta. Conta histórias como ninguém, sabe nomes, datas, as antigas e as recentes, está a par de tudo quanto se passa no país e no mundo. É ela que cozinha as suas próprias refeições, di-lo com orgulho. Quando a fomos visitar estava a fazer um bolo para mandar para o filho que vive em Barcelona. Sem olhar para relógios, sem preocupação, tirou o bolo do forno, no ponto. Como a massa restava fez mais dois. Ofereceu-nos um deles e, garanto-vos, estava delicioso. Das histórias que ouvimos conto-vos apenas uma. Em discurso directo.
Em descendo estes dois degraus, faltaram-me as pernas. Nem sei como foi, bati com a cabeça na esquina deste armário (mostrou-nos o local). Fiz um golpe na cabeça que só visto. Escorria sangue por todo lado e o pior é que sentia a cara dormente. A custo lá me fui amparando numa cadeira e nesta mesa e lá me levantei. Fui direita à cozinha, preocupada com a cara dormente e peguei um pedacinho de pão. Mastiguei-o e disse cá para comigo: - pelo menos não parti os queixos.

*
O Liedson e o Bruno Vale poderiam ser chamados de Os Justiceiros. O avançado rematou e não marcou, o guarda-redes estirou-se e defendeu. Bem vistas as coisas também não tinha sido penalty, coisa só vista pelo árbitro. Fez-se justiça.

*
O idoso Cavaco referiu, no último debate da TVI, que se viera a ser Presidente da República mandará efectuar um estudo sobre a sustentabilidade da Segurança Social. Este estudo foi acabadinho de fazer e apenas uma mente idosa e cansada (quando se trata de um candidato ao mais alto cargo da nação) poderia cometer esta gaffe. Aliás, já há uns tempinhos atrás, o idoso Soares tinha cometido uma gaffe similar sobre um outro assunto que, penso, todos estareis recordados. Já que estes candidatos estão sempre a falar nas oportunidades que devem ser dada aos jovens, porque é que não se reformam?

*
Não é actor quem quer, é actor quem p(h)ode. No canal 13 da TV Cabo, um dificílimo e muitíssimo bem elaborado diálogo.
Ela: - á á á á, ô, ô, ô, ô, hum, hummmmm...
Ele: - áááááááá, ááááááá...

É tão fácil ser actor. Haja tesão!

*
Por falar em TV Cabo, mais uma rocambolesca história de mau serviço. Vou continuar a peleia e depois conto-vos os principais e os finalmentes. Agora não, se não, vou voltar a ficar mal disposto.

*
Três sons. Apenas 3 sons. Os pássaros, os balidos das ovelhas e o crepitar da lenha na lareira. Como é boa a vida no campo.

*
Alberto João Jardim. Haja paciência. Se existisse um amplo movimento para a independência da Madeira eu encabeçaria a lista. Vá lá gozar com a *** que o pariu.

*
SUOR. Tinha-o lido pela primeira vez em 1978. Quase trinta anos depois revisitei este momento extraordinário da obra de Jorge Amado. Infelizmente, tão actual.

*
Crueldade. Tiraram os canitos à Maria. Veio ter connosco a chorar. Impotentes, não conseguimos esconder uma lágrima. Também se chora pelos cães.

quarta-feira, dezembro 07, 2005

882. Eles matam-me

Terminei o jogo com 16,7 / 11,4 de tensão arterial e 125 pulsações/minuto. Agora despeço-me até Domingo. Vou descansar de tanta pressão.
881. Cuidado com eles

Hoje, a partir da 19h45, os Vermelhos vão paralizar o País!
880. Hoje vos linko

Tão simples como 2 mais 2 serem 4. Quando deixo de ler retiro da lista quando passo a ler vão para a lista. Às vezes não o faço logo mas apenas por preguiça. Como já me acostumei a estes, vão figurar na lista da direita. E pronto, só falta dizer quem são: Passarinha, xatoo, história da internet, dos olhares, linguagem das flores, corpos e almas , haspargus.
879. Este é um post de inexorável fé!


Tenho ouvido muitos comentários de “especialistas”, nomeadamente alguns benfiquistas dizendo que o Glorioso tem poucas hipóteses, amanhã, frente ao Manchester United. Eu não partilho desta opinião. Desde quando o Benfica, jogando em casa, no inferno da Luz deixou de ser favorito? Que medo temos de quem quer que seja em nossa casa? Por acaso trememos quando recebemos o FCP bi-campeão europeu, bi-campeão mundial de clubes? Nós que temos 8 finais europeias, 7 das quais na Taça dos campeões Europeus, mesmo que apenas tenhamos ganho duas, alguma vez baixamos a cabeça? Quantos clubes têm o nosso historial? Quem é que por essa Europa (e pelo mundo) não respeita o S.L.B.? Ombreamos com Milan, Liverpool, R. Madrid, Barcelona, Manchester, Inter, Bayern, Ajax, só para falar de alguns e ficamos sempre na primeira fila da foto de família. O que é isso de não termos chances? Somos mais pobrezinhos? Pois somos, somos o retrato de pobreza que é este país. E daí? É algum desígnio nacional? Pois meus caros leitores e leitoras e gente interessada na bola. Vamos ganhar! Vamos ganhar! E a mim ninguém consegue abalar esta minha FÉ.

Força Benfica!
Força Benfica!
Força Benfica!

terça-feira, dezembro 06, 2005

878. O Google chegou ao Pragal

Vivi 15 anos da minha vida na região do Pragal, concelho de Almada. Fui lá fazer 10 anos e saí com 25, no dia do meu casamento. De repente, coisas que o Sitemeter tece, reparo que há uma pessoa do Pragal que visita este blog. Mas não é que o amigo visitante veio aqui por via de uma pesquisa de “bilhetes para o circo Cardinalli”? E logo pelo Google. Está bem pronto, bilhetes não há, mas palhaços sempre vai havendo. Por azar hoje eu não estou com o nariz vermelho mas com um pouco de paciência tudo se consegue.
877. O 25 de Novembro contado aos senhores telespectadores

Ontem assistiu-se na RTP1 a mais um Prós e Contras, este sobre o 25 de Novembro de 1975. Em primeiro lugar gostaria de referir o estúpido (propositado?) erro de casting de um programa que costuma contrapor duas correntes no tratamento de um tema, ou seja, como a próprio nome indica, uma pró outra contra.

E o que vimos? Um Otelo Saraiva de Carvalho, patético, que não estava lá a fazer nada pois segundo ele, e não desmentido pelos outros, não preparou nem participou em nada que tivesse a ver com o 25 de Novembro. Aliás Otelo, ontem, ou já está gagá e portanto tudo o que disse vale o que vale, ou então mostrou que aparte o 25 de Abril não teve qualquer outra influência nem política, nem militar. Apresentou-se como o militar ingénuo, sempre enganado ou desleixado como uma “Maria vai com as outras”. Esteve na Revolução para assinar papeis redigidos por outros, para dizer que “sim” e que “está bem”.

Por outro lado, o painel era constituído por 4 individualidades, a saber, Tomé Pinto, Castro Caldas, Sousa e Castro e Ramalho Eanes, todos eles do lado dos que “venceram” o 25 de Novembro. Do lado dos chamados “derrotados” não estava ninguém. E deveria ter estado?

De facto, a população civil armada, eram militantes do PS a quem os militares cederam armas. O PPD, pela voz de Castro Caldas recusou essa oferta pois tinha outros meios para se armar. Havia uma esquadra muito bem preparada de meios aéreos em Cortegaça. Os comandos da Amadora preparados para atacar os “revoltosos”. O ELP e O MDLP preparados para o que desse e viesse. E do outro lado? Uns pára-quedistas que se renderam nos primeiros momentos e 3, vejam bem 3, majores que controlavam a PM e que não quiseram obedecer ao Presidente da República. Ah, há mais. Havia a extrema-esquerda que, com a votação nas eleições de 25 de Abril de 1975, tinha mostrado a todo o País que não tinha qualquer apoio popular.

Então para que serviu toda aquela encenação? Pura e simplesmente para afastar o PCP e o Vasco Gonçalves dos órgãos de poder e tentar ilegalizar quer o PCP, quer toda a extrema esquerda, não fosse o atalho percorrido por Melo Antunes, não sei se corajoso, se com medo de algo que pudesse vir da ex-URSS.

E pronto, foi assim que, se fosse preciso, com um programa televisivo pessimamente elaborado, como o de ontem, mais uma vez se veio informar os senhores telespectadores que a Direita e a Extrema-direita, conluiadas com o PS de Mário Soares deram um Golpe de Estado para evitar uma guerra civil. Contra 3 majores!

E felizmente! Assim temos uma democracia que não nasceu do 25 de Abril, mas sim do 25 de Novembro e que em trinta anos de governação de Direita, muito bem secundada pelo PS já conseguiu fazer coisas maravilhosas. O nosso País na Europa dos 25 já (ainda) não é o último, isso era na Europa a 15, só temos 26% da população na pobreza, ou seja uns míseros 2 milhões e 600 mil, só temos alguns desempregados, coisa pouca, apenas meio milhão, temos uma filita de espera para cirurgias na ordem dos 200 mil, mas o que é que isso interessa, temos alguns corruptos, é verdade, mas são poucochinhos, e temos a ponte Vasco da Gama, 10 estádios de futebol novinhos e o Centro Cultural de Belém.

Viva o 25 de Novembro!

segunda-feira, dezembro 05, 2005

876. Nunca é demais prevenir

Um conselho do PreDatado com a devida vénia daqui.
875. Ando muito distraído

Esta manhã ouvi na rádio que o Saddam Husein está a ser julgado num tribunal internacional pela morte de 142 xiitas. Ok, concordo que se tivesse mandado matar só um que fosse, já seria razão suficiente para ser julgado. Mas foi por ele ter morto 142 xiitas que Bush invadiu o Iraque? E Bush quantos já mandou matar? Não tem julgamento?

domingo, dezembro 04, 2005

874. Junto a minha à tua indignação

Sei que pareço um ladrão,
Mas há outros que eu conheço
Que não parecendo o que são,
São aquilo que eu pareço.


Lembrei-me desta quadra de António Aleixo quando li o post de ontem da Encandescente. Acho uma pouca vergonha o que se passa em certa blogosfera e estou completamente solidário com ela.
No entanto, acrescento que isso só acontece porque, de facto, a Encandescente tem uma qualidade muito acima da média e os seus poemas são uma tentação para aqueles que são “aquilo que pareço”. Oiçam cá ó infames plagiadores, façam o favor de citar a fonte. Porque ela merece.

sábado, dezembro 03, 2005

873. Inquérito

Quem viu o Porto x Sporting?
Quem viu a entrevista de Cavaco Silva na RTP?

quinta-feira, dezembro 01, 2005

872. Para ler

1. Em português com sotaque. Escreve, que chego a sentir saudade quando não escreve. Tudo talvez não, mas creio que o Papai Noel não vai esquecer você.

___

2. Descobri há pouco e já é imprescindível. Está aqui e tem um excelente blog.
871. Desconfio...

que este ano não vou ser capaz de enfeitar a Árvore de Natal.