quarta-feira, dezembro 08, 2010

1564. O Ómega

Existu uma fase, não sei se depois veio uma segunda ou uma terceira vaga, em que vai não vai se discutia o porquê de ter um blog. Normalmente, alheei-me desse(s) debate(s), eu tinha um blog porque sim. Se no início o blog serviu-me para coisas, mais tarde foi-me servindo para mais coisas. Houve contos e poemas, reflexões e intervenções, sabores e aromas, piadas e cores, brincadeiras e intimidades e partilhas q.b. porque o blog é meu não é da Joana. Teve também uma função catalizadora, se não mobilizadora, da minha vontade de escrever ou da minha vontade de dizer algo. Foi também um divulgador e um desabafador mas nunca um muro de lamentações. Não lamento ter criado este blog e muito menos lamentarei acabá-lo. E da discussão dos porquês de ter um blog, é o de gostar de ser lido. Não vale a pena negá-lo seria até desonesto, ou melhor, intelectualmente desonesto não o admitir. Isto é, se fosse só para mim, seria privado, serviria de bloco de apontamentos e ponto final. Se o abri ao público é porque, obviamente, gosto de ser lido. Só que isso, há muito que não acontece, salvo os poucos, a quem agradeço publicamente e mais uma vez, que têm o prazer de aqui vir dar uma espiadela quase diária. Tenho muitissima consideração por eles mas este pequeno membro blogosférico murcha hoje. Eu ando por aí e vou dizendo umas e ameaçando outras no facebook. Sete anos e tal por aqui, blá, blá, blá... ósculos e amplexos para todas as minhas amigas leitoras e todos os meus amigos leitores.

PS. o Schubert miou, deu meia volta e voltou a adormecer.

terça-feira, dezembro 07, 2010

1563. Quando o frio passar


Cheira-me a âmbar e jasmim,
fragâncias que emanam do teu corpo.
És a minha primavera.



Foto e texto PreDatado

sexta-feira, dezembro 03, 2010

1562. Fumos

Tirou o último cigarro do maço e deve ter exclamado, bolas. Provavelmente por não ter mais cigarros ou, talvez, zangado com ele próprio por estar já a esvaziar o segundo maço do dia. Mas era noite e não tinha onde comprar mais. Iria fumar apenas metade e deixar o resto para quando lhe fizesse mais falta. De resto o livro estava à beira do fim, este seria um best-seller, ele já o imaginava nos escaparates com o um dístico redondo com o número 1. Foram mais de dois meses de escrita e de algumas pesquisas, poucas porque, a verdade seja dita, era rapaz de muita cultura e, se a uma personagem lhe queria dar um corpo de um Modigliani ele sabia exactamente como o descrever ou se outro tocava trombone então era um potencial Glenn Miller. Para não falar que era quase formado em botânica. Daria umas boas 350 páginas em Sabon/12 A5, a editora iria ficar satisfeita. A Rosália sorriu, um pobre e desmaiado sorriso quando a imagem de Jaime lhe veio à memória. E de tantos anos de mágoa apenas uma a fustigava naquele momento. Nunca ter dormido em lençois de linho. Levantou-se e foi espevitar o lume que, àquela hora, já morria na lareira. Ponto final, estava pronto. Retirou a folha da máquina, ajeitou a resma e foi para a janela olhar a estrelas. Deu duas baforadas na outra metade do cigarro.

Foto e texto PreDatado 2010

quarta-feira, dezembro 01, 2010

1561. Ciúme






Por razões editoriais o poema foi retirado do blog e figurará na coletânea Palavras Nossas, Esfera do Caos, a editar em Novembro de 2012.
Vítor Fernandes (aka PreDatado)


segunda-feira, novembro 29, 2010

1560. Como eu gostaria de ser poeta

Ritmo e som. Ah sim, ritmo e som. Sobe Luísa, Luísa sobe, sobe que sobe sobe a calçada. Ritmo e som. Teu nome antes mesmo do caderno teu nome na negra lousa eu escrevi eu o escrevi e apaguei e se perdeu e renasceu. Ritmo e som, sonoridade e fonética, alma e coração, faísca que se acende ou água que se espelha entre os corpos. Ai Gedeão, Ai Alegre, ai Urbano, ai Pessoa como eu gostaria de ter este ritmo, como eu gostaria de acender a faísca, como simularia a dor que deveras sinto, como eu subiria a calçada. E escreveria, por toda a parte eu escreveria o nome dela.

Foto e texto PreDatado 2010

sexta-feira, novembro 26, 2010

1559. Outonos

Era matemático! Àquela hora, lá estava ele, de livro debaixo do braço, sobretudo e chapéu se fosse inverno, mangas de camisa, usava sempre camisas de manga comprida e boné, pois claro, se fosse verão. Conheciam-no como o homém dos mil chapéus. Era coisa que não dispensava fosse por moda, por cultura ou por habituação. E também não falhava nenhum dia da semana, a sua chegada era pontual. De um rigor matemático. Tinha até um chapéu especial para os domingos, não lhe sei dizer o nome mas era assim a modos como que uma cartola. A garotada gostava de se sentar ao lado dele e disfrutar dos caramelos espanhois que sempre trazia no bolso. A senhora que passava a empurrar o carrinho de bebé (devem ter sido muitas, pois uma delas lembro-me de a ter visto, mais tarde, passar com o pequenote pela mão e, mais tarde ainda, ter visto o garoto aos pontapés numa bola e, se a memória me não falha, vi-o mesmo passar com a sacola da escola), em troca de um sorriso recebia uma vénia de chapéu na mão e de corpo, alguns anos depois, já curvado. A moça do vestido às flores sentava-se ao lado dele e passavam largos minutos a conversarem. Não eram poucas as vezes em que se ouviam sonoras gargalhadas. A moça deixou de vestir vestidos com flores e os cabelos começaram a ficar mais curtos mas, ainda assim, se sentava ao lado do velho fazendo reluzir uma aliança de ouro. Já não soltava tão grandes gargalhadas mas ainda se ouvia rir. Os miúdos cresceram, não lhe pediam mais rebuçados. Àquela hora, todos os dias, o homem dos mil chapéus, o último que se lhe viu era um chapéu de coco que não lhe assentava particularmente bem com a gabardinha beje, chegava com um livro na mão e sentava-ve à espera de alguém a quem tirar o chapéu. Quando deixou de apararecer soube-se que todos os dias, rigorosamente à mesma hora, recebia sobre a campa uma flor. Flores de mil cores, como os seus mil chapéus chegavam-lhe à mesma hora. Era matemático.

Foto e texto PreDatado 2010

quarta-feira, novembro 24, 2010

1558. Introspecção



Coloco os auscultadores nos ouvidos. Hoje não estou cá. Estou longe de tudo e de todos mas pior do que isso sou eu que quero estar longe de tudo e de todos. Tenho dias assim, quero ficar comigo só, mas não é mau, não é mau ficarmos só conosco nem que seja por umas horas, por uns minutos, por ligeiros momentos. Nestes momentos passam-nos tantos anos pela cabeça, passam-nos tantos minutos pela cabeça, passam-nos até alguns instantes pela cabeça. Um encontrão aqui, outro ali e, de repente, abro os olhos entretanto semi-cerrados e fico a pensar que um valium me ajudará a passar esta pancada. E depois digo eih meu, vai dar uma voltinha, vai. Retiro os ascultadores dos ouvidos e desligo o Lou Reed da minha cabeça.

Foto e texto PreDatado 2010

segunda-feira, novembro 22, 2010

1557. Doces e outras iguarias

Hoje foi dia de saborear. Bem sei que te empenhaste, puseste tudo o que é teu de sabedoria culinária só para me agradares e eu fico feliz quando estás com a colher de pau em riste e com um sorriso nos lábios. Sei que algo de muito delicioso me vai ser presenteado, sei que os sabores dos nosso avós, mesmo se já não nos lembramos deles, nos vão ser servidos à mesa. Sabes como sou bom de mesa, um bom garfo como me costumas dizer. Tiveste até o cuidado de ires à minha garrafeira particular e escolher o vinho, Não é que sejas uma enófila nata mas, provavelmente, porque confias na minha garrafeira particular. Mas sabes também que eu, por mais maravilhosos que sejam os teus cozinhados, por mais cheirosos que sejam os teus temperos e por mais subtileza que tenhas em escolher um dos meus tintos preferidos só fico feliz quando te tenho por sobremesa. Tu, sim, és a minha verdadeira mousse de chocolate.

Foto e texto PreDatado 2010

sábado, novembro 20, 2010

1556. Estados de alma

Estou alegre hoje. Quando estou alegre gosto de escrever. Mas tenho de ter cuidado pois se começo para aqui a debitar frases atrás de frases ou nunca mais paro ou quem me veja escrever acha que estou numa de digito-suicidio. Por isso vou-me conter, vou dar uma sonora gargalhada, vou tomar um abafadinho, vou ver um desenho animado do bip-bip e do coyote, vou ler um bocadinho do Mário Zambujal, vou ouvir cantar uma desgarrada brejeira, depois vejo um tube (ou dois) dos Monty Phyton. Saio para a varanda, respiro uma lufada deste ar fresco que o outono manda e dou, sim dou, ofereço, partilho, sem querer nada em troca, uma sonora gargalhada.

Foto e texto PreDatado 2010

sexta-feira, novembro 19, 2010

1555. A minha cimeira

Um a um fui-os alinhando à minha frente. Fiz um risco no chão, o mais direito que fui capaz com a ponta de uma cana apanhada ali mesmo, no valado. Depois joguei fora a cana (não me lembro bem desta parte, se a joguei fora ou se a pus de lado). Continuei a alinhá-los, todos da mesma cor, camisa azul e calça cinzenta. Peguei na cana de novo (já sei, não a tinha jogado fora pois voltei a usá-la) e fiz um risco em frente ao outro. Mais tarde aprendi que se chamava paralelo. E alinhei os outros. As camisas eram vermelhas, tinham umas correias cruzadas em diagonal, brancas, sobre as camisas vermelhas. Alinhei-os em frente aos azuis. Todos tinham uma arma, alguns em riste, outros alinhada paralelamente, cá está, paralelamente, ao corpo. Mentira, não eram todos, um deles tinha um tamborzinho e outro, com umas bochechas gordas, tocava uma corneta. Atrás de cada fila alinhei os que montavam a cavalo. Também tinha cavaleiros com camisas vermelhas e outros com camisas azuis. Só que os que andavam a cavalo tinham espadas, não eram como os que andavam a pé. Da outra caixa tirei os canhões. Eram quatro e pu-los em cada uma das pontas das filas da frente. Não sei se eram aqueles os lugares deles mas também não me importei. Deixei ali mesmo os soldadinhos de chumbo e fui jogar à bola. Não gosto de guerra.

Foto e texto PreDatado 2010

quinta-feira, novembro 18, 2010

1554. Outono






Por razões editoriais o poema foi retirado do blog e figurará na coletânea Palavras Nossas, Esfera do Caos, a editar em Novembro de 2012.
Vítor Fernandes (aka PreDatado)

quarta-feira, novembro 17, 2010

1553. Propriedade

Pediste-me para te fazer um poema e eu respondi-te que não se faz um poema sem acreditar no que o Eugéneo disse uma vez. A mão certeira, a intimidade, o coração. Pareceu-me, quando me viraste as costas, ter visto uma lágrima correr no teu rosto. Não te menti apenas acho que não me entendeste. Não posso escrever um poema se não estou certo que o que escrevo é o que é quero escrever, se a mão me treme. Não posso escrever se não te vejo cúmplice dele, se não és a terra que a água precisa de regar e muito menos se não és o coração em que me empenho. Os meus poemas são propriedade privada e ela sabe-o.

Foto e texto PreDatado 2010

terça-feira, novembro 16, 2010

1552. Vagueando nos teus sonhos

Sorris, vejo-te sorrir e tu nem imaginas que te estou a ver sorrir. Ou talvez imagines pois, mesmo sem esperar que nos vigiam, ficamos de alerta. E tu mais do que eu. És mulher, dizem que tens um sexto sentido. E sorris. Gosto de te ver sorrir. E eu sorrio também. E sem sairmos deste poema de sorrisos, viras-me as costas e eu abraço-te. Oiço-te murmurar mas não quero perturbar-te o sono. Nem o sonho. Continua a sorrir.

Texto e Foto de PreDatado - 2010

segunda-feira, novembro 15, 2010

1551. Liberdades


Sobre a almofada, entre o sono e o madrugar oiço uma música de fundo que me perturba e que ao mesmo tempo me comove. Sons de outros tempos e de outros lugares e sons que me soam tão actuais. Quero ficar assim no limbo apesar do sol teimar em invadir-me pela frincha da janela. Os partigiani estão lá longe, e as pálpebras essas continuam teimosamente a não se querer abrir. Não, não há invasores é só o Sol. Bella ciao, bella ciao, bella ciao, ciao, ciao. Cobri o rosto com os rubros lençois de cambraia. E abracei-te como se fosses a minha bandiera rossa, a minha liberdade.

Foto e Texto PreDatado 2010

sábado, novembro 13, 2010

1550. Nú

E ali estava eu, nu, sem muito bem saber o que fazer, sem muito bem saber se ir se ficar. Mas é assim que eu gosto de estar, despido de obrigações e à margem dos mandamentos da vida e da sociedade. Sozinho com os meus pensamentos e nem com os botões para partilhar. E ali sim, monto no cavalo da fantasia, o meu pégaso mais-que-tgv e deixo o pensamento tomar as rédeas da liberdade. Não sei se divago se me afago em deliciosos momentos. Que são meus.

Foto e texto de Vítor Fernandes a.k.a. PreDatado

quarta-feira, novembro 10, 2010

1549. Viagem dos Sentidos









Por razões editoriais o poema foi retirado do blog e figurará na coletânea Palavras Nossas, Esfera do Caos, a editar em Novembro de 2012.
Vítor Fernandes (aka PreDatado)

sexta-feira, novembro 05, 2010

1548. Este país não é para quem?

Era uma festa. Contavam-se quase os dias e os minutos, anunciava-se antes, avisavam-se os amigos. Preparava-se a data com um texto, uma foto, um poema. Tudo era especial nesse dia. O blog fazia anos, xiribitátátá, urra, urra, urra. Foi assim durante vários anos em muitos blogs, alguns chamados de culto e outros de gente famosa e de intervenção pública mediática. Foi assim também neste modesto blog e noutros blogs que se quiseram projectar como simples e modestos mas que, tinham ou têm por detrás gente de elevada estatura intelectual, moral e sobretudo humana alguns dos quais, autores, me concerderam o previlégio de vir a ser seu amigo. Escrevo isto porque se foi questionando sempre, ao longo da já mediana vida da blogosfera, para que serve um blog. E entre as mais vastas discussões de todos os carizes o blog, não digo que por unanimidade mas até imagino que alguns dos que não o faziam tinham uma pontinha de ciúme, dizia eu, o blog servia também para festejar o seu próprio aniversário. Com muitos parabéns a você e muitos beijinhos nas caixas de comentários. Bem sei que já não tenho 150 leitores diários, mas pelo menos os 10 que religiosamente vêm cá espreitar se tenho novidades, teriam merecido que eu fizesse referência ao 7º aniversário do PreDatado. Foi no passado dia 29 e mando eu agora ósculos e amplexos para todas e todos vós amigas e amigos leitores.

Mas afinal para que serve um blog, principalmente um blog como este que não é actualizado mais do que uma ou duas vezes por mês, deixou de contar piadas, de publicar as fotografias que o seu autor tira pror aqui e ali, que há quase um ano não publica um poema inédito do prezinho (ainda se lembram que eu sou o prezinho, não lembram?), que não fala mal do Sócrates, que não festejas vitórias ou chora as derrotas do seu Benfica, que não emite opinião político-financeira sobre os mercados, que não deixa aqui receitas das belas comezainas que se entretem a fazer ou a inventar na cozinha, que não conta as peripécias do gato Schubert, que não escreve episódios de contos com palavras que até o Aurélio lhe custa enunciar, que deixou mesmo de ser bispo da sua própria igreja?

Eu não sei a resposta completa a tão vasta pergunta e, mesmo que a soubesse, seria complicado detalhar tin-tin por tin-tin. Mas uma coisa é certa e essa eu sei. Seve para dizer que escrevi um e-mail à EDP na passada segunda feira e ainda não recebi resposta. Este país está na mesma e portanto... o blog ressente-se.


Foto: PreDatado, tirada no Pulo do Lobo

quinta-feira, outubro 21, 2010

1547. Egas Moniz

No próximo mês de Novembro terá lugar uma greve geral que se prevê venha a ter uma adesão nunca vista neste canto da Europa. O IVA subiu para 23% e o leite enriquecido com cálcio passou a ser considerado um produto dispensável passando, por isso, dos antigos 6% de IVA para 23% (pelo menos, quem tem osteoporose pode gabar-se de ter uma doença de luxo). Nunca a palavra responsabilidade foi tão bastas vezes dita e redita pelos nossos políticos. Por acaso eu acho uma patetice e diria mais que isso, um logro. Não acredito que nenhum deles alguma vez coloque a corda no pescoço como o fez o velho Egas Moniz, para pagar os erros de governação. Isso sim seria assumir as responsabilidades e o resto é treta. Os salários dos funcionários públicos vão ser cortados em valores que chegam a atingir os 10%, numa medida inédita e que, dizem os economistas sérios, terá graves consequências na nossa economia, enquanto qualquer secretariozeco de estado se passeia em automóvel topo de gama. Estão todos muito empenhados em salvar Portugal, destruindo os portugueses. Provavelmente transformar isto num baldio que não serve para nada. Portugal não é um conceito, Portugal são os portugueses.

Quero eu dizer na minha que com tudo isto e mais algumas coisas o futebol não é tudo na vida, nem tão pouco o mais importante. Mas o Benfica é o meu clube e eu tenho também o direito de saber o que se passa por aquelas bandas. Apenas saíram dois jogadores da época passada e a equipa desmoronou-se. E não é só por culpa dos olegários benquerenças. Ontem em Lyon, como antes em Gelsenkirchen e em mais outra mão cheia de estádios não se encontram o Javi, o Maxi, o David Luiz, o Saviola, o Cardozo que brilhavam no ano passado, nem os novos Jara ou Sálvio parecem ter estofo para se aguentar à bronca, para já não falar nos sempre lesionados Fábio Faria e Ruben Amorim. Nem, tão pouco, já Jesus salta no banco. Está na hora do presidente do Benfica começar a olhar para o futebol tout court e deixar os pintos da costa em paz. É que a nós benfiquistas, apesar da crise, apesar dos sócrates e dos teixeiras dos santos do nosso descontentamento, ainda gostamos de ganhar. E se este estado de coisas continua, senhor presidente, alguém lhe vai pedir, também, as suas responsabilidades, quem sabe exigindo-lhe que se comporte como o velhinho Egas Moniz.

domingo, outubro 03, 2010

1546. Como é que se faz para explicar a um tipo que a PIDE já acabou?

De repente, na net e sem darmos por isso arranjamos um inimigo de estimação. Estava eu muito descansadinho no Facebook, que tenho ultimamente como passatempo, quando achando engraçada uma foto que alguém na minha lista de “amigos” lá colocou, a comentei com todo o prazer. Eis senão quando, passados alguns minutos, sob a mesma foto existia um comentário, entretanto apagado pelo autor da foto, que dizia mais ou menos assim (cito de cor) “mais uma vez tive de apagar um comentário de uma pessoa que é cúmplice de uma mentira a qual eu estou farto de denunciar, bla bla bla,” e cocluia no comentário que eu o teria desmentido. Ora o comentário apagado na foto do gato e da garrafa de vinho era o meu. Entrei depois em diálogo com esse “amigo”, em primeiro lugar para saber de que página eu era cúmplice e em segundo afirmando-lhe que fosse qual fosse o assunto eu, que apenas o conhecia da blogosfera, não me sentia com autoridade para desmenti-lo publicamente.

Sem mais delongas vou concluir. O senhor Vitorino censura-me porque eu aderi (na altura da adesão, convictamente) a uma página que apelava ao não pagamento pela utilização do Facebook. Depois dos desmentidos sucessivos no próprio Facebook feitos pelo senhor Vitorino (a quem eu deveria, publicamente, dar créditos ou elogiar) como eu não anulei a adesão á respectiva página tornei-me um proscrito e alvo de censura. Felizmente que o senhor Vitorino não é coronel de lápis azul, nem governante, nem agente da autoridade. Tenho em crer que se o fosse, provavelmente mandar-me-ia prender. Ou então talvez eu tivesse tempo de me exilar, sem, claro está, poder levar comigo o meu notebook, o FB e a tal página a que estou coladinho com uma grude que não se desfaz nem com a prosápia do senhor Vitorino. Sabe o que eu tenho para lhe dizer? Passe muito bem senhor Vitorino e olhe que a PIDE já foi fechada há mais de 30 anos e que o muro de Berlim também já caiu. Ou não deu por isso?

PS. Aqui poderá comentar à vontade que pode ter a certeza, seja qual for conteúdo, não será censurado. Mas acredito que apesar de tudo seja elevado..

quarta-feira, setembro 15, 2010

1545. Um post com setes

Já lá vai o tempo em que eu fazia um passeio à arrentela, via um caniche a fazer o pino, tirava meia dúzia de fotografias à beira da baía do seixal e ao caniche também, chegava a casa, dava-me um “vaipe” e escrevia um tratado sobre pinos de caniches, um livro de visitas guiadas às ruas da arrentela e ainda elaborava um álbum de fotografias do rio Tejo com caniches e vinha a correr para o blog publicar isto tudo. Ora agora que há matéria para escrever à fartazana tipo, começaram as aulas para crianças que têm a escola primária mais próxima a 30 kms de distância, que o Benfica tem andado escandalosamente a ser roubado pelos árbitros, que o governo aumentou em cinquenta cêntimos o apoio social para manuais escolares, que já estamos bem lançados em setembro e apesar disso a temperatura do ar ainda se manda acima dos 35 graus, que comemorei o meu trigésimo aniversário de casamento no passado dia sete do corrente (corrente não, reserva ou garrafeira que fica mais a condizer), tinha eu tantos motivos para escrever, sei lá coisas como termos novas sete maravilhas naturais ainda não totalmente destruídas pelos incêndios, que já tivemos o orçamento com um queijo limiano saído da cartola e que agora vamos ter o orçamento com passos de magia ou seja passos de coelho sem cartola, isto é, troco um orçamento por uma razão legalmente atendível, ou se a inspiração fosse escassa podia até escrever sobre o despedimento do carlos queiroz ou da sentença casa pia, tanta coisa, tanta coisa e eu aqui paradinho, num blog que até me dá vergonha de dizer que falta pouco mais de mês e meio para fazer sete anos de existência, uma das sete maravilhas da blogosferas, digo eu, tal tem sido o desprezo a que, coitadinho, tem sido votado.

Pois hoje teria uma matéria muito mais interessante que, como já referi, daria para fazer um livro de visitas guiadas, não é que não existam outros mas este seria à moda do PreDatado assim tipo um musical da Broadway mas com cantores convidados porque o Pre não sabe cantar. Na realidade o Pre não foi à arrentela, desviou-se um bocadinho e esteve a passar uns sete maravilhosos dias de férias em nova Iorque, mas anda com tão pouca vontade de escrever ou então com falta de imaginação que para compensar os seus amigos leitores e as suas não menos amigas leitoras, que estão sempre ávidos e ávidas de novidades de tal modo que ainda aqui vêm uns sete visitantes por dia, para compensar dizia eu e não me alongo mais para não maçar as leitoras e as leitoras ficam aqui umas fotozitas. E bye bye que eu agora falo muito bem americano.

segunda-feira, agosto 23, 2010

1544. Remexendo no baú



Ninguém é perfeito, tenho a certeza que será o comentário, quiçá paternalista de muitos vós amigos leitores, quiçá de afecto com que vós costumais me brindar, queridas e amigas leitoras. Pois mesmo assim, sabendo que ninguém é perfeito, custa-me aceitar que da minha pobre garganta não saia um dó que não pareça um mi, um fá que não se assemelhe a um ré. Pronto, resumindo e concluindo entre algumas outras coisas (poucas, passe a imodéstia) para as quais não fui talhado está a arte de imitar canários e rouxinóis. Não sei cantar, é pena mas é verdade. Eu bem tento, quando alguém num grupo de amigos puxa de uma guitarra, eu bem tento, dizia, acompanhá-los mas, ou a corda se parte ou o músico perde a palheta, ou tem de ir comprar cigarros, a verdade é que não sou boa companhia canora. No carro os meus filhos pedem-me encarecidamente para que lhes proporcione uma viagem tranquila, sem poluição de qualidade nenhuma, sei eu porque sou perspicaz que eles se referem a poluição sonora e não poucas as vezes em que quando tento os primeiros acordes vocais logo oiço por perto uma sonora gargalhada e um assobiar para o ar tipo não fui eu que me comecei a rir (isto na vida há sempre engraçadinhos em todo o lado). A pior que já me aconteceu, acreditem ou não, eu se fosse a vós acreditava, foi eu ter ensaiado cantar um fado em pleno duche e acto contínuo ter faltado a água.
Mas nem sempre foi assim. As luzes apagavam-se na plateia e acendiam-se no palco. Seis aves canoras de tenra idade disputavam entre si, sacos de rebuçados, livros de pintar, caixas de lápis de cor. As claques, já que ainda não tinha sido inventado o televoto de valor acrescentado, encarregavam-se de escolher o melhor. O cronometrista contava os segundos, às vezes minutos em que os aplausos troavam pela sala e eis senão quando, este que vos escreve aqui com as pontinhas dos dedos que o chão há-de comer, verdade verdadinha ganhou o primeiro prémio. Uma fotografia dezoito por vinte e quatro e um bolo-rei. Não era o que ele mais queria, mas enfim, não se pode ser primeiro e ainda ter o direito a escolher uma caixa de 6 lápis de cor da Viarco.
A foto, está aí no post, o bolo-rei foi comido há uns 45 anos atrás e a letra era assim. “o ratinho foi ao baile / de cartola e jaquetão / sapato de bico fino / e um par de luvas na mão”. Bom, quem souber o resto da letra que cante que eu não tenho jeitinho nenhum. Antes que o computador crash, o melhor é ficarmos por aqui.

segunda-feira, julho 12, 2010

1543. Lunch Time Blog - Camarão à PreDatado (onde o Pre retoma o caminho da cozinha e inventa coisas que outros já inventaram antes)





Vocês sabem aqueles dias em que o que nos apetece mesmo são pimentos? Não sabem? Bom eu conto-vos, de repente, passam na loja das hortaliças e outros legumes e também de frutas, porque uma loja nunca é só especializada numa única coisa, passe o pleonasmo, por exemplo, eu já tenho ido a garrafeiras, escolher qual o tinto que vou levar para aquele convite para jantar, onde nunca chego a provar o vinho que levei, diga-se de passagem nem isso era pressuposto e, no entanto, essa loja que deveria ser especializada em vinhos, onde não é difícil encontrar os grands crus de Bordéus, lado a lado os Saint-Émilion, os Côtes du Rhon, os Chateau Lafite, mas também as melhores Reservas da Granja da Amareleja, o Syrah das Cortes de Cima, o Pêra Manca da Cartuxa ou um Artadi Pegos Viejos, o Calvario ou o Sierra Cantabria, estes últimos de la Rioja, bom eu acho que me estou a perder, porque o que eu queria dizer é que encontrei à venda nessas lojas, saca-rolhas e termómetros. Vêm agora vocês caríssimas leitoras e não menos caros leitores dizerem-me que faz parte. Pois faz, mas também faz parte venderem coentros onde se vendem melões, tomates e pimentos onde se vendem cerejas, rabanetes onde se vendem azeitonas, paios, chouriços caseiros e alheiras de caça. Faz parte, pois faz parte. Foi assim que me vi com três pimentos na mão, verde, vermelho e amarelo, assim num misto da bandeira portuguesa com a espanhola, em justa homenagem aos nuestros hermanos, um limão um raminho de coentros e uma cebola e, não na mão mas por baixo do boné, o meu subconsciente a incitar-me a misturar aquilo tudo, depois de cortar às rodelas a cebola e às tirinhas os pimentos, dizia eu misturar tudo aquilo numa frigideira onde picadinhos os coentros e raspado meio limão, lhe juntei 3 dentes de alhos esmagados, umas pitadas de sal e também um piri-piri. Refoguei aquele misto em azeite puro de oliveira juntei-lhe umas gotas do meio limão raspado anteriormente e, helas, o que dará nome a este prato, ou seja camarão à moda do Predatado, os camarões já descascados e sem cabeça nem rabo. Acompanhei com um branquinho da adega Cooperativa de Pegões porque o Sr. Engº Sócrates fez-me o favor de me levar no IRS deste mês os trocos que eu tinha reservado para comprar uma garrafinha de Grande Reserva Branco da Adega de Vila Real. E digo-vos que o pitéu que preparei bem o merecia.

PS. Vocês ainda se lembram do Schubert? Pois, esse mesmo, o meu gato. Sempre me acompanhou nos meus LTB só que desta vez, antes de eu me sentar à mesa, retirou-se de mansinho, não sem antes de me olhar olhos nos olhos como quem diz, olha lá rapaz, há gente que não gosta de comida picante. Esse piri-piri pode ser dispensado.

1542. Algumas notas tiradas nas férias (iii)


Resolvi seguir o exemplo do Expresso e adotei o acordo ortográfico. Para falar verdade, faz muito que tou nessa. Tenho amigos brasileiros de montão e teclo com eles e elas nos bate-papos da internet, por isso que estou acostumado demais com esse tal de acordo. Ainda nem se sonhava que iria haver essa bendita reforma e muito menos se pensava que a seleção do Brasil e a de Portugal íam voltar nas oitavas da copa e já eu escrevia ação, ato e seção nas minhas conversas cibernéticas. Aliás, posso até falar para vocês que apesar de eu ser ligado no facebook, tou também no orkut e deveria protestar contra a reforma por não introduzir a grafia orkutchi para ficar muito mais consonante com a dição. Outro dia, uma amiga minha falava para mim que eu não estava sendo justo com eles porque eles tinham acabado de ceder e perder também o trema. Aí eu falei para ela, Ora amiga se você perdeu o trema o pior que pode ter acontecido é que lhe venha a faltar a lingüiça, mas pode mandar vir de aqui um belo chouriço de trás dos montes que é terra de vovô. Quem não está muito de acordo com o acordo é minha esposa que não acha nada legal eu falar que sou espetador da TV. Ela fala que espetar nessa posição pode quebrar a espinha.

PS. (8/7) Estava a ouvir as notícias da manhã, creio que na RTP, quando a jornalista referiu que na volta à França, Rui Costa mantinha o trigésimo oitavo lugar e Sérgio Paulinho o cento e vinte e quatro. Fiquei com a dúvida se hoje em dia ainda ensinam os ordinais na escola. Se calhar só até ao centésimo.

Foto PreDatado - Moinho de Odeceixe

domingo, julho 11, 2010

1541. Algumas notas tiradas nas férias (ii)


Hoje (6 de Julho) foi dia de comprar jornais e de comer caracóis. E de ver o espetacular golo do Van Bronchorst que não sei se se escreve assim, mas sei que foi lindo. Hoje (naquele dia) foi dia de ficar a saber que o Cristiano Ronaldo é pai de um filho de mãe incógnita, ou incónita?, e que José Castelo Branco andou a ser papado por um jogador de futebol nos anos 80. Como se isto tivesse algum interesse ainda venho eu para aqui encher chouriços e a fazer-vos perder tempo, isto é presunção minha como se alguém ainda lesse o meu blog, mas adiante, continuemos para bingo. Há também uma telenovela nos jornais e nas televisões chamada Vivo, vamos a ver quem é que vai abandonar quem no altar. Ops, isto era a capa de uma outra revista, de outras telenovelas. A sardinhada estava espetacular. O que é prometido é de vidro, às vezes quebra-se, mas desta vez eu saltei mesmo para os grelhados, quer dizer, depois de uma breve passagem pelas bifanas, pecado meu. Quem eu não consigo entender muito bem é o dr Jekyll de Sousa Tavares nem o sr Hyde de Sousa Tavares. Como é que escreve com a qualidade que evidencia no Expresso, raiando por vezes o brilhantismo e escreve em A Bola, coisas que, pelo menos a mim, chegam a ir ao vómito, talvez sejam dois diferentes, não sei, adiante que hoje foi dia de caracóis e de mines e de golos, e de golos nas mines, está claro. As águas da costa vicentina estão fresquinhas, como as mines, mas a noite está um show, show de bola. Hoje houve caracóis e jornais e lá estava, num deles, ou em mais do que um, o dr. Marinho Pinto, se não estava pareceu-me que estava, a rezar para que o processo Casa Pia prescreva. Eu não percebo nada de advogados, mas de caracóis…

Foto PreDatado, Zambujeira do Mar

PS. No ano passado, por esta altura, o meu blog atingia quase as 3 dezenas de comentários. Acho que está a ficar moribundo. Vamos lá a ver quanto tempo mais dura.

sábado, julho 10, 2010

1540. Algumas notas tiradas nas férias (i)


Na ementa, vinho branco à pressão. Pergunto ao empregado de mesa, De onde é o vinho, e ele, Não sei, aquilo vem sem rótulo. O empregado não sabe de onde é o vinho. Deu-me vontade de rir, mas não me deu sequer vontade de provar. Será que nunca ninguém lhe perguntou antes? Bem sei que me tinha prometido a mim mesmo que neste verão só comeria grelhados e saladas e, vá lá, condescenderia num ou noutro prato cozido, tipo umas belas caras de bacalhau com hortaliça. Comecei com feijoada de búzios. Prometo que vou recuperar.

Foto PreDatado - Praia de Odeceixe

segunda-feira, junho 28, 2010

1539 . Alugo apartamento



Características:

Alugo apartamento mobilado a estudantes, professores ou profissionais de saúde. O apartamento tem 3 quartos mobilados, cozinha, casa de banho, hall e duas despensas. Todos os quartos têm roupeiro, uma secretária com cadeira e um pequeno sofá. A cozinha está equipada com loiças e acessórios, mesa e cadeiras e, ainda, com máquina de lavar roupa, frigorífico, micro-ondas, fogão e esquentador. Na despensa há aspirador, tábua e ferro de engomar, cestos de roupa e um estendal móvel. No hall existe um sofá e uma televisão. Há possibilidade de se instalar TV por cabo e internet a combinar na altura. O apartamento que está preparado para alojar 3 residentes não será alugado em quartos mas sim como um todo.



Localização:

Localizado no Bairro do Matadouro, Pragal em Almada é contíguo ao Hospital Garcia de Orta e fica muito próximo do Instituto Piaget (menos de 5 minutos de carro). A pé, está a 10 minutos da estação de comboios (ligações a Lisboa e outras regiões) e do Metro Sul do Tejo (ligações a Almada e Universidade Nova – FCT, Monte da Caparica). De carro demora-se cerca de 5 minutos à FCT da Universidade Nova ou à Escola Superior de Saúde Egas Moniz, no Monte de Caparica. É servido também pela rede de autocarros da TST com carreiras para Cacilhas (Almada), Monte da Caparica (Universidades), Costa da Caparica (praias). Além desta rede tem as carreiras da Fertagus para ligações à rede ferroviária.



Contactos:

Posso ser contactado pelo e-mail afixado no cabeçalho do Blog. Será colocado anúncio similar nas escolas referidas Piaget, FCT e Egas Moniz com números de telefones disponíveis.




Divulgação:

Se algum dos meus amigos ou das minhas amigas leitoras tiver conhecimento de procura nesta área, agradeço que informem os vossos amigos deste anúncio. Obrigado.


terça-feira, junho 15, 2010

1528. Emoções

Ele há dias em que as emoções tomam-nos conta do corpo e da mente e por mais que a gente pense o que vai fazer (neste caso escrever) as pontas dos dedos apresentam-se-nos tolhidas, parece até que a caneta emperra ou as teclas queimam, Outros há em que as mesmas emoções se colam à flor da pele e são elas que comandam a mente e libertam o físico e somos capazes de correr como se tivéssemos asas ou voássemos como se fossemos peixes, E ainda outros dias mais ou menos controlados e controláveis pelas ditas emoções, que fazem o papel de racionais o que contraditoriamente não são nada emotivas ou se o foram já foram antes. Em mim, as emoções actuam das três maneiras descritas e se há mais perdoem-me as leitoras e os leitores mas não as consegui caracterizar e, tão depressa me prendem os movimentos como me mandam sentar rapidamente e em força em frente do teclado e ordenam-me que desabafe, que conte, que conte a rir, que ria a chorar, que ria e que chore e que deixe soltar a gargalhada, quando de gargalhada o motivo é e até mesmo que morda um lábio por que é o que está mais perto dos dentes, já que a fazê-lo à língua seria, pressupostamente mais doloroso. Pois é inundado de emoções que hoje vos digo que acabei de assistir ao mais recente (provavelmente amanhã haverá outro) doutoramento no Instituto Superior Técnico. E a doutorada é a minha filha Ana, de quem vos falo amiúde neste blog e que, juntamente com o meu filho João são o orgulho da minha existência. E não me digam que não é para viver as emoções desta maneira, com uma lágrima no olho mas com um sorriso a desenhar-me no rosto um traço de orelha a orelha. E logo a mim que até tenho umas orelhas muito sui generis.

sexta-feira, maio 28, 2010

1537. Prioridade à cordialidade

Não me dei ainda ao trabalho de fazer estatística que para isso há os INEs e outros organismos mas, percepcionalmente, diria que há para aí uns 90 por cento, mais coisa menos coisa, de automóveis que vêm com um equipamento completamente inútil. Ou então avariado. São os piscas que mesmo que estejam a funcionar bem, avariam instantaneamente mal os condutores chegam a uma rotunda.

Por falar em rotundas, acho que a Federação Portuguesa de Automobilismo anda a proceder muito mal. Isto de marcar as provas de velocidade exactamente nas entradas das rotundas não me parece boa coisa. Ou então são só os treinos. Na verdade é muito raro eu ir a entrar numa rotunda que não se aproxime um da minha esquerda a acelerar desalmadamente para que não lhe roube a prioridade. Ou será mesmo um corredor em treino? Prioridade e cordialidade, rimam mas são completamente incompatíveis.

Já agora a propósito de cordialidade, nunca vos aconteceu apanharem os cordiais velhotes que colocam o pé na passadeira, a gente pára, o velhote pára também e começa a gesticular para que a gente avance. Então, nós, cá de dentro do cubículo, fazemos o gesto de que quem tem prioridade é ele e, ele que não, continua numa de polícia sinaleiro a mandar-nos avançar. E é no momento que decidimos que não há mais nada a fazer e avançamos que ele volta a pôr o pé na passadeira. Ufa.

Sobre passadeiras há uma coisa que eu queria protestar com as Câmaras Municipais. É exactamente a da colocação de passadeiras de peões e a respectiva disposição. Primeiro estão todas no local errado. Deveriam estar 4 ou 5 metros acima do que estão ou então abaixo, pois é por aí que os peões atravessam normalmente e não sobre as que estão pintadas. Em segundo, em vez de as colocar na perpendicular dos passeios deviam colocá-las de viés porque, quando um pião, por acaso, entra numa passadeira é de viés e não em frente que a atravessa. E má nada!

Fotografias daqui e daqui.

quinta-feira, maio 27, 2010

1536. Parabéns

Ainda ontem eu escrevia aqui sobre o tempo e como ele passa por nós, sem aparentemente nos darmos conta, mas deixando-nos inabaláveis marcas e já hoje volto, de novo, para dizer que parece que foi ontem. Pois é amigas leitoras e amigos leitores do PreDatado, ainda parece que foi ontem que passei intermináveis horas (minutos) agarrado aos cigarros, a minha horrível muleta de outros tempos, andando de um lado para o outro na sala de espera, roendo ao mesmo tempo as unhas até ao sabugo quando me foi anunciado que tinha nascido uma menina. Parece que foi ontem e a minha menina faz hoje 29 anos. Parabéns filhota. Adoro-te.

quarta-feira, maio 26, 2010

1535. Tempo

Parei no lugar reservado a residentes, não estacionei porque não sou residente e fiquei à janela do carro enquanto o meu amigo Paulo comprou o autoclismo. Fiquei parado o mesmo tempo do que se estacionasse, evitei a multa e vi passar o Franquelim. Há muito tempo que o não via e nem sei se ele me conhece ou se ainda se lembra de mim. Outras gerações, malta de Almada e do Almada. Passaram uma mãe e três filhos comendo gelados, pareciam ser de pistáchio pela cor ou talvez de menta. Mas não, se fossem de menta ter-me-ia cheirado. Um dos putos percorria a estrada junto aos carros em vez de seguir pela calçada. Vi também a Maria. A Maria é uma bacana, era uma bacana, ganda maluca, mas no bom sentido. A Maria é preta mas não é uma preta assim sem mais nem menos. A Maria já é preta há muitos anos, desde aquele tempo em que eu a conheci. Ou até antes. Gosta de todos não por ser preta e gostamos dela não por ser preta mas por ser Ela. Já não sei se ainda exala aquela maluquice de antigamente quando ria a bom rir por tudo e por nada, achei-a velha. O tempo não perdoa. Se calhar também foi por causa do tempo que o Franquelim não me reconheceu, ele que era um dos companheiros do meu finado tio Fernando. A quem o tempo parece não querer perdoar é à idosa que seguia o percurso do garoto do gelado de pistáchio (ou seria de menta?). Avózinha, deveria ir pelo passeio, aqui é perigoso. Sabia disso mas não podia caminhar “pelas pedras”. O autoclismo custou o mesmo preço comprado no comércio tradicional. E se tiver sorte ainda me sai o automóvel da rifa. Antes do pisca-pisca, olhei o retrovisor para tirar um pequeno grão de areia que se me introduziu numa vista. Tenho mais cabelos brancos. Será que é por isso que nos deixamos de reconhecer?

Foto PreDatado©, Almada 2009

terça-feira, maio 18, 2010

1534. Sempre que eu achar que tenho razão, reclamo






Nem sempre o cliente tem razão mesmo quando julga que a tem. Foi exactamente o que eu aprendi e mais nada há a dizer. Mas eu por acaso ainda vos vou contar, já que hoje não tinha mais nada para escrever. Normalmente uso na minha impressora tinteiros originais, mas um dia, levado pela promoção da funcionária de uma loja de electrónica/electrodomésticos de uma grande superfície comercial, decidi comprar tinteiros da marca deles. Logo de início tive problemas no sentido de que a impressora detectava tinteiros não originais e passava o tempo a chatear-me com warnings. Mas veio um dia, não sei se por actualização do software da impressora, se por alguma não codificação no chip dos tinteiros, a impressora passou a recusar-se a imprimir com tinteiros não originais. Vou eu daí, armado em espertinho e pensando que tinha razão, falar com um funcionário da dita loja de electrónica/electrodomésticos da tal grande superfície comercial, a quem perguntei se percebia alguma coisa da cena e que depois de se confirmar um conhecedor me disse que era natural pois os tinteiros não originais podem danificar a impressora. Como é que é? Perguntei eu, assim como que a modos de estupefacto com a resposta, mas ele confirmou que era isso mesmo. Ora foi aqui que eu pensei erradamente que tinha razão. Se uma funcionária, vestindo a camisola da tal loja de electrónica/electrodomésticos da mencionada grande superfície comercial me aconselha uns tinteiros que a minha impressora não reconhece e outro funcionário da mesma loja de electrónica/electrodomésticos da mesma grande superfície comercial me diz que a impressora está no seu direito de não querer lá intrusos, sob pena de ir parar ao hospital com uma intoxicação alimentar qualquer, julguei eu, na minha, que deveria estar lá no expositor um aviso tipo “Esta loja de electrónica/electrodomésticos desta grande superfície comercial avisa que os seus tinteiros podem ser recusados pelas impressoras e mesmo que o não sejam pode lhes causar maleita, sei lá, uma urticária desconhecida”. Não havendo este aviso, este que vos escreve dirigiu-se ao balcão do pós-venda da loja de electrónica/electrodomésticos da mais que referida grande superfície comercial, pediu o livro de reclamações e escreveu em resumo isto que vos conta acima. E como não tinha nada que o fazer, pois como é óbvio não tinha nenhuma razão, recebeu ontem mesmo uma carta da ASAE que lhe informa que não existindo da parte da tal loja de electrónica/electrodomésticos da grande superfície comercial em causa, prática contrária à da lei, a reclamação seria arquivada. Pronto, assim estou mais descansado.

domingo, maio 16, 2010

1533. Uma dica turística


Decidimos fazer um passeio de dois dias, mais coisa, menos coisa pelo Alto Alentejo, principalmente visitando vilas e lugares que não conhecíamos ainda. Daí que, como bom benfiquista não tenha ficado indiferente ao Sport Cabeção e Benfica (foto) filial nº 15 do Glorioso. Muito interessante foi ver a exposição na casa-museu de Manuel Ribeiro de Pavia, na vila de Pavia da qual, o artista, retirou o nome (foto de uma rua de Pavia). Ao olharmos os desenhos de Manuel Ribeiro ficamos com a sensação de já ter visto aquele traço em qualquer lado e rapidamente nos vêm à memória os desenhos na prisão de Álvaro Cunhal. Pois foi no traço de Manuel Ribeiro que Cunhal bebeu a inspiração. Uma obra de se lhe tirar o chapéu. E porque o objectivo principal tinha sido a visita ao Fluviário de Mora digo-vos que vale a pena. O aquário não é muito grande, percorre-se com satisfação e dá tempo, até, para se lerem as explicações. É excelente para quem tem filhos em idade escolar e, claro, para quem gosta da vida animal, neste caso aquática e piscícola. Infelizmente as lontras deviam estar a dormir e não as conseguimos ver. Suas lontras! Quando se começou a fazer tarde rumamos ao Solar dos Lilases. Não tinha referências anteriores mas em boa hora o elegi. Um solar novecentista, totalmente recuperado e restaurado pelos actuais proprietários – daqui saúdo o sr. Jaime Pires, esposa e filha que foram de uma simpatia indescritível para connosco. As salas com frescos muito doces de cores e excelentemente pintados a criarem alguns equívocos a quem olha, mas mais não conto porque é quase obrigatório lá ir. Fica em Mora e deixo-vos uma foto do salão. O dia seguinte foi dedicado a um passeio urbano em Mora, na compra dos bolos caseiros da D. Otília, para almoçar e, principalmente, para visitar o Monte Selvagem, que fica na estrada entre Lavre e Ciborro e que, mais uma vez, aconselho a quem tem crianças ou a quem gosta particularmente da vida animal. Duas palavras ainda para este roteiro turístico. Uma para a Igreja de Nossa Senhora das Brotas. Farei um post a seu tempo sobre a igreja, as lendas e como fomos acompanhados pela D. Catarina. A outra para os gourmets. Ir a Mora e não almoçar ou jantar no Afonso é um crime de lesa gastronomia. E mais não digo.

Fotos de Vítor Fernandes, aka PreDatado ©, 2010

quarta-feira, maio 12, 2010

1532. 23, 24, 30

Uma das coisas que os meus amigos leitores e as minhas amigas leitoras já sabem é que eu sou um grande adepto de futebol. Nunca segui a carreira de futebolista mas tinha jeito. Só que a ter jeito como eu tinha havia pelo menos mais 10 na minha rua, mais 20 no meu bairro, mais 100 na minha Freguesia, mais 1000 no meu Concelho, mais 10000 no meu Distrito e pelo menos mais 300 mil no país inteiro. Por isso fiquei-me por jogador popular, jogava na rua, no bairro, na escola e no trabalho. Mas isso nunca me retirou a aficcion. Por isso sou também um observador atento das coisas que se vão passando no mundo do futebol, com muitas falhas, é óbvio, porque não sou, nem quero ser, um especialista. E também eu, parece que à semelhança de pelo menos 90% de outros portugueses, não concordo com a lista dos 24 de Carlos Queiroz para o Mundial. Eu escrevi 24 e não 30, propositadamente. Já me confrontei com as listas de convocados da Argentina, do Brasil, do Uruguai, da Austrália (31), da Espanha, da Alemanha (27), do Gana (29), da Inglaterra, da França e da Holanda e nenhuma destas selecções tem uma lista de 23 ou 24 jogadores mas sim de 30 (entre parêntesis as diferentes). Aliás, a FIFA é isso que pede. Uma lista de 30 jogadores e a confirmação dos 23 finais até 10 de Junho. Podia Carlos Queiroz ter evitado toda esta confusão se, na primeira hora, tivesse de imediato listado os 30 escolhidos, o que veio a fazer horas depois. Depois logo se via, porque na véspera do início do campeonato todas as opções são mais facilmente aceites.

quinta-feira, maio 06, 2010

1531. Declaração de amor

Gosto do cheiro da relva acabada de cortar e de d. rodrigos.

Gosto de cerveja fresca tomada numa esplanada à beira-mar e de t-shirts pretas.

Gosto de sericaia adornada com ameixas de Elvas e do cheiro da terra depois da chuva.

Gosto da brisa do fim das tardes de Verão e de andar descalço numa batemilha.

Gosto de fotografar flores molhadas e viajar em primeira classe.

Gosto do anticiclone dos Açores e de navegar na internet.

Gosto de fazer amor à luz do dia e de banda desenhada.

Gosto de dançar foxtrot e de pássaros fora das gaiolas.

Gosto de rimar inconsistente com dor de dente.

Gosto de ler Saramago, de ver Woody Allen e de ouvir Pat Metheny .

Gosto do cheiro que emana das lojas que moem café.

Gosto de TV HD, de cinema 3D, e do velho LP.

Gosto de mulheres nuas, de guarda-chuvas às riscas e de amendoeiras em flor.

Gosto de laranjas, de amoras, de ameixas e de sapatos de atacadores.

Gosto do Benfica, de fecho-éclair, de camisas aos quadrados e de alho francês.

Gosto de meias pretas, de mexilhão à marinheira e de vinho tinto.

Gosto de matemática e de azulejos do século XVII.

Gosto do som da balalaica, gosto de bicicletas e de canivetes suíços.

Gosto de pintar a acrílico e de filetes de pescada com abacaxi.

Gosto de pimentos, de orelha de porco, de canja de galinha e de polvo à lagareiro.

Gosto de esferográficas azuis, de rosas amarelas e de vinho verde branco.

Gosto de livres directos, de gin tónico e de espetadas de lulas.

Gosto de havaianas, de jeans, de gravatas Dior, de lenços Hermès e de sopa de agrião.

Gosto de expressões latinas e dar os bons dias no elevador.

Gosto de futebol, de rendas de bilros, de cabelos curtos e de óculos graduados.

Gosto de gatos, gosto de queijo de ovelha e gosto de dormir no sofá.

Gosto de rock and roll, de badmington, de lápis de cor e de cortinas translúcidas.

Gosto de ti! Gosto muito de ti!

Foto: PreDatado©, 2010 – Menir dos Almendres

terça-feira, maio 04, 2010

1530. Passeios


Vós, amigos leitores e amigas leitoras sabeis da minha (nossa, cá da casa) paixão pelos gatos. Não só temos quatro, mais os dois que a Anita tem desde que casou e, tantos outros de que fizemos de FAT e depois “distribuímos”. Mas também lá na terra, para quem levamos montes de comida e afecto se faz a festa, numa reunião que chega a atingir mais de uma dúzia de convivas. Já aqui vos falei do Pessoa e de outros. Desta vez o Pessoa não veio. Nem o Ronaldo, nem a Katua, nem o Mantorras. Temo que lhes tenha acontecido o pior.



Fui, pela primeira vez à Ovibeja. Não sou um entendido em gado, embora goste de apreciar os seus melhores exemplares. De alfaias agrícolas, nem das virtuais que uso na Farmville eu entendo, quanto mais de toda aquela maquinaria que por lá havia. Quanto aos espectáculos, cujo cartaz me parecia tentador, acabei por não assistir grande coisa pois tinha já o compromisso de assistir aos festejos da Santa Cruz na Vila Nova de S. Bento. Perguntais-me vós e com toda a propriedade o que fui para uma feira destas fazer? Sabores, meus amigos. Prazeres, minhas amigas. Mas ele há melhores sabores do que os alentejanos? Ainda o ar me cheira a poejos e já estou com saudades do presunto do porco preto, do queijo de Serpa e do pão de rala. E mais não digo, para não sujar o texto com a água que me sai da boca.



Não conhecia as festas da Santa Cruz de Vila Nova de S. Bento. São quatro dias com procissões, cantos e bailaricos. São ruas cobertas de rosmaninho e ranchos cantando pelas ruas. Só assisti a um pouco destes festejos e do que vi gostei. Fomos também muito bem recebidos por uma nossa amiga, aldeense (ex-Aldeia Nova) que nos falou das tradições e nos mostrou o essencial.


Ando numa de visitar os castelos de Portugal. Desta vez “fui” a quatro dos quais três
pela primeira vez. Gostei e voltei a gostar, respectivamente, do Castelo de Montemor-o-Novo e do Castelo de Mértola. O castelo do Alvito foi transformado em Pousada pelo que já não é visitável ao público e o de Viana do Alentejo estava fechado mas não entendi bem se era facto normal ou se era apenas devido a obras. No entanto, vistos de fora são muito bonitos. Tenho de explorar melhor.



Fotos PreDatado 2010

quarta-feira, abril 28, 2010

1529. Adiante, que o gajo fundiu os filamentos

Não sei se as minha amigas leitoras e se os meus amigos leitores ainda estão recordados do tamagotchi. O tamagotchi era um “bichinho” virtual , inventado pelos japoneses, assim em estilo de porta-chaves, que precisava de comida, de banho, de carinhos e de outras coisas a horas certas e que amuava se não lhe fizessem as vontades.

Hoje em dia viciei-me, como muitos milhões de outros cretinos como eu, numa quinta virtual, através do facebook (se somarem os que são viciados em quintas / fazendas via Orkut, Hi5 e outros espaços de perda de tempo cibernético, os cretinos são muitos milhões mais, mas adiante…). É ver-me a cultivar uvas que crescem em um só dia, morangos em quatro horas e arroz em dez. Se uma propriedade destas, por mais pequena que fosse, pudesse ser real, não haveria fome no mundo, mas adiante, que hoje não estou virado para a salvação da humanidade.

Tenho quatro gatos lindos. O Schubert, a Yasmin, a Florinha e a Charline. Na verdade tenho três gatas e um gato e ainda o Donatello e o Michelangelo que são duas tartarugas que receberam os nomes antes de lhe conhecermos os sexos. Na verdade tenho uma tartaruga e um tartarugo. A tartaruga põe ovos e o tartarugo põe-se na tartaruga. Mas adiante que hoje não vos vou falar nas posições kamasutricas dos meus bichos. Só sei que alimento estes meninos e meninas, os felinos a Royal Canin e as tartarugas a camarão, as finórias, custam-me os olhos da cara (só esses, claro), dou mimos aos gatos, levo-os até à varanda para me comerem os malmequeres, falo com as tartarugas. Quando vou para fora, se por acaso incluir um fim-de-semana, ou a D. Fátima, nossa empregada, ou a minha filha fazem-me o favorzinho de ir lá a casa dar de comida à malta, conversar com eles, dar-lhes carinho e levá-los à varanda para comer malmequeres.

Ontem, peguei no telefone e disse à minha filhota que era provável que no próximo fim-de-semana me ausentasse. Quis saber das disponibilidades que ela teria para ir lá dar o respectivo alimento, os carinhos, bom já disse isto várias vezes não foi? Adiante que vós amigas e amigos leitores já sabeis tudo sobre cuidados primários. E, uma vez que para onde vou não tenho acesso à internet, nem estou disposto a pagar os balúrdios que custam a banda larga em Portugal (10 euros / 10 horas, não é?), adiante que este não é o tema de hoje, dizia eu telefonei à minha filha se me fazia o favor de dar a ração ao Bobbymanuel e ao Zacarias os meus dois cachorrinhos virtuais que pululam (e pulam) lá pela minha Farmville que é como quem diz a minha propriedade rústica na WWW. Mas o gajo não está pirado da mona? Voltamos ao tamagotchi ou quê?

Foto PreDatdo©2010 “Schubert e os malmequeres”