Ele diz que é perito naval e eu acho que é. Pelo menos essa é a sua profissão e, segundo consta, exerce-a bem. Mas quando o conheci não foi medindo calados e calculando deslocamentos, aplicando aqui e ali o princípio de Arquimedes, mas apenas como amigo de um amigo meu. Não tivemos o tempo suficiente para nos conhecermos bem, mas deu para entender o personagem, o humanista, até o artista de muita artes que ali se me apresentava e, também o homem solidário que acorreu em nosso auxílio à primeira dificuldade. Mas quando ainda não se conhecem bem as pessoas atentam-se aos pormenores. E um desses foi um profundo conhecimento de um país que ele desconhecia e que, curiosamente, era (é) o seu. Um português que não conhecia Portugal mas que sabia muito da sua história. Para o Alexandrino, lá por terras de Vera Cruz o meu abraço consubstanciado numas quadras suas que descobri aqui nos meus arquivos.
(porque Eh!Poh!peia é um texto longo, apenas umas quadras tiradas ao acaso)
“. . .
Trocavam-se coisas boas
Como um paninho de chita
Pelas de nenhum valor:
Ouro, ferro, dolomita.
E coisas melhores chegavam
Numa permuta constante,
O espelho da vaidade
Pelo marfim do elefante.
Vinha vinho abençoado
Vinha azeite, que escaldante,
Temperava a nova comida
Trocado por diamante.
. . .”
Espero que o Alexandrino, um português de Angola que vive no Brasil continue a escrever. Ainda hoje, me parto a rir quando leio a resenha histórica da descoberta do Brasil que ele me ofertou. Agora é mais fácil. Ele tem o meu e-mail pode me escrever sempre. Saravah!
Sem comentários:
Enviar um comentário