Durante alguns anos, após a inauguração do metro do sul do
tejo na região de Almada, a ex-presidente da Câmara criou uma zona pedonal numa
área nobre da cidade, nomeadamente, o eixo central desde a praça S. João
Baptista até, aproximadamente, metade da
Av. D. Afonso Henriques. Na verdade não era totalmente reservada a peões, havia
via aberta para algumas carreiras de autocarros, táxis, veículos em marcha de
urgência e os chamados veículos autorizados. Aqui d’El Rey, gritaram os
comerciantes e alguns outros que não tendo nada a ver com o comércio, faziam
coro ideológico contra a Câmara Municipal de Almada (CMA). E Aqui d’El Rey que
as alterações feitas tiravam a frequência dos clientes às lojas por ausência de
estacionamento e de passagem pelas montras, etc. e tal e mais um par de botas e
um conjunto de imbecilidades, perdoem-me a franqueza. Não sei por que razão, se
tática ou se de falta de coragem ou mesmo falta de convicção numa solução que
fazia parte integrante da mobilidade reconhecida internacionalmente, vejam os
prémios recebidos, caraterística da cidade de Almada. Hoje o “canal está aberto”,
a circulação pedonal é um perigo e uma aventura para corajosos, misturam-se
zonas de passeio com faixas viárias (já assim era, na verdade, mas com um
número muito reduzido de veículos) e um estacionamento anárquico. Vou desde já
pedir ao Exmo. Presidente Dr. Joaquim Judas, pessoa por quem nutro estima, para
que arrepie o caminho entretanto traçado e volte à fórmula antiga dos veículos
prioritários. Porque o comércio no centro de Almada continua às moscas, é
penoso o número de lojas fechadas e os que gritavam por esta solução hoje
parecem bem mais calados porque se calhar ainda estão a engolir a própria
gritaria. Deem uma voltinha pelo centro de Almada e confirmem. É que enquanto
houverem zaras e pulls e outras âncoras
espanholas em grandes superfícies comerciais, só se safam as lojas de chineses
no chamado comércio tradicional. E não me venham com o tratamento personalizado
e de proximidade que eu já não ganho para isso.
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