quarta-feira, dezembro 27, 2006
Tempos de festas, tempo de Natal e de Ano Novo, multiplicam-se os votos. Seja na blogosfera, seja no Messenger ou seja via e-mail, a Internet aumentou-nos a capacidade de comunicar e mandar aquela mensagem que os correios, provavelmente, não entregariam a tempo, fosse por culpa própria, fosse porque o remetente se lembraria apenas à última da hora meter no marco do correio. E há também o telefone celular, que onde nós estivermos está lá, e que nunca nos deixará ficar sem uma mensagem, um SMS como se vulgarizou, de palavras abreviadas e muitos bjs, ou sem uma meia dúzia de palavras ditas de viva voz que, confesso, são as que mais gosto. E foi numa destas chamadas, que um familiar meu me desejou que o Ano Novo fosse pelo menos 5% melhor do que o Ano que agora finda. Na verdade estava a tentar ser simpático e generoso, uma vez que a inflação prevista não deverá ultrapassar os 3% e portanto se o meu ano, no global, aumentar o meu estado de felicidade 2 pontos acima da inflação, eu seria um bafejado pela sorte. Na tentativa de ter alguma graça poderá ter olvidado que não é apenas a questão material que se mede em aumentos percentuais. Não vou especular sobre o aumento da conflitualidade, da guerra, do terrorismo, da fome, do SIDA, das doenças cárdio-vasculares, do cancro, do número de acidentes na estrada, dos das empresas que fecham ou se deslocalizam e de tudo isso que faz parte das minhas preocupações diárias. Mas mesmo atendendo aos votos do meu familiar, terei de viver às escuras, andar a pé, não ir aos hospitais, não comer pão e deixar de fumar. É que os aumentos previstos para estes itens vão muito além da taxa de inflação. Como diz José Sócrates, estamos a melhorar passo a passo. Só que para uns os passos são de caracol, mas para outros, Ricardo Salgado ou Belmiro de Azevedo que o digam, os passos são de canguru. Será que poderíamos modificar o ditado e dizer que os governos não se medem aos passos?
quarta-feira, dezembro 20, 2006
sexta-feira, dezembro 15, 2006
Que me desculpem os meus leitores mais pudicos, mas não me vou coibir de me expressar no vernáculo que desde há alguns dias me arrebenta o peito. Se há coisa que me deixa fodido é a puta da hipocrisia. Há duas semanas atrás um filho da puta de um nazi veio confessar às páginas da Visão que tinha feito a bomba que assassinou Sá Carneiro. Logo os crânios da intelectualidade, da política e da jurisprudência, comentadores profissionais, politólogos de todas as áreas, constitucionalistas (um dia destes escrevo um artigo sobre estas novas profissões) encartados vieram cagar postas de pescada sobre os factos relevantes dessas revelações, na reabertura de processos já prescritos (quanto a mim mal, mas isso são outros quinhentos) e etc etc etc, que não me quero alongar. “Má sina ter nascido puta”, pode-se dizer de Carolina Salgado. Escreveu (?) um livro onde comete dois grandes pecados. Filhos de uma grande puta os pecados com que a Santíssima Igreja resolveu estigmatizar a nossa porca e miserável vida ao cimo da Terra. O primeiro foi o de denunciar Pinto da Costa e os seus acólitos. O segundo o de ter decidido escrever, ou mandar fazê-lo, sendo uma simples puta de casa de alterne. Logo a mesma intelectualidade, quiçá comandada ou tele-comandada por ventos nortenhos perdeu a compostura tratando de imediato de considerar não credíveis as suas denúncias. E porquê? Porque não foi ela que fez a bomba que matou Sá Carneiro? Não! Apenas porque o livro denuncia um dos Papas do nosso pobre e conspurcado mundo do futebol e principalmente porque a D. Carolina Salgado é puta. Amanhã, quando este episódio estiver esquecido, os mesmos intelectuais botarão faladura nos mais importantes momentos televisivos a defender os direitos das mulheres. Vão-se foder!
quinta-feira, dezembro 14, 2006
Por força da minha actividade profissional e da empresa onde trabalhava, as minhas viagens a Aveiro e principalmente a Cacia eram como que o pão-nosso de cada dia. Com alguma frequência também dedicava a minha hora de repasto do meio-dia a saborear um belo leitão em Angeja, numa pequena tasca de gaveto. Confesso que de Angeja apenas conheço aquele cantinho que, embora aprazível pelo ar familiar que transmitia, servia também um Leitão Assado dos melhores que se comiam na região. Voltei lá depois de mais de cinco anos de ausência. Com a mesma porta de entrada (ou melhor, com o mesmo local de entrada) fui agora encontrar um restaurante totalmente remodelado, escorreito, bem decorado, iluminado, com toalhas e guardanapos em pano, em suma agradabilíssimo. Faltou-me aquele ambiente familiar com que éramos tratados antes, mas o Leitão – e vamos ao que interessa – continua excelentíssimo. A Casa dos Leitões é um local a revisitar.
Já ao contrário de Aveiro, Viseu raramente fez parte dos meus itinerários. Pecado meu, sei-o bem, pois do sempre que por lá passei guardo boas recordações. Sendo que a penúltima vez, foi apenas trajecto sem paragem já que, sem tempo para chegar ao destino a que me propus e porque sempre gostei da pontualidade, apenas a contornei. Prometi a mim mesmo que lá voltaria e assim o fiz. E voltarei a fazê-lo, espero que em breve, pois que uma visita em trabalho não é, obviamente, a mais indicada para o reconhecimento, sendo que quase tudo voltou a ficar por ver. Ainda assim tive tempo para me deter alguns minutos na pastelaria O Lobo e provar uma autêntica especialidade. Não nego que sou maluco pelos pastéis de Torres Vedras. Mas acho que nunca comi uns pastéis de feijão como os da pastelaria O Lobo, em Viseu.
PS.
1. É raro, por aqui por estas bandas onde moro, num restaurante que não é de luxo, as mesas serem cobertas por tolhas brancas de pano e os guardanapos, impecavelmente lavados e passados a ferro, serem também de pano, em lugar dos vulgares guardanapos de pic-nic. Não sei se estes últimos são regras da CEE mas, se o forem que se f… a CEE.
2. Em O Lobo, aproveitem e comprem castanhas de ovos. São também uma especialidade de Viseu. Em minha casa deliciaram-se.
quarta-feira, dezembro 13, 2006
- Boa noite. Pode indicar-nos a saída para o IP3 em direcção a Coimbra?
O agente da PSP olha para os documentos que tinha em mãos, olha para a cara da automobilista que estava ser inspeccionada e olha também para o relógio.
- Ainda tenho tempo, eu vou convosco.
Entrega os documentos à senhora, com a recomendação de que ela tem de ter cuidado com o local onde estaciona e comenta-nos com um ar meio desculpabilizante "é chato ficarem à espera um do outro". Seguimo-lo. Fez de nosso batedor até à saída de Viseu. Na última mudança de direcção, a partir da qual seria sempre a direito, abrandou, acendeu os blinkers, colocou-se ao nosso lado, desejou boa viagem e boas festas. Retribuímos. Obrigadinho.
segunda-feira, dezembro 11, 2006
1073. Uma semana fora…
À hora que escrevo este texto, estou com a cabeça encostada a uma almofada, o chá de limão e as aspirinas na mesa de cabeceira e meia dúzia de pacotes de lenços para expelir os fluidos gripais que deixam o nariz em forma de batata.
Por falar em expelir, ficamos a saber que Pinto da Costa gostava de expelir uns gases mesmo em reuniões sociais. À parte os fait-divers do livro da Carolina o que possa constituir matéria policial não constitui novidade. Podem os processos prescrever, as investigações estarem eivadas de irregularidades, a corrupção desportiva não existir à luz da constituição. O povo pouco quer saber disso. Eu pelo menos não quero. Não é por acaso que há vários anos que não vou ao futebol.
Quem nunca foi julgado nos tribuinais, foi Pinochet. Agora, só à História e à Memória compete fazer o seu julgamento. Morreu, mas não consigo desejar paz à sua alma. Nem tenho a certeza se ele tem alma.
Com alma, garra, genica e querer foi a participação dos nadadores portugueses com deficiência nos mundiais que acabaram há poucos dias. Parabéns!
Infelizmente as marés continuam a fazer das delas na Costa da Caparica. Já ouvi várias propostas de remédios, não ouvi ninguém ainda fazer relações de causa efeito. A Costa da Caparica tem vindo a ser vítima de uma inadequada política de águas e de protecção ambiental. Um dia se tiver pachorra discorrerei aqui sobre este tema. Ah, é verdade, fiquei a saber que temos um Ministro do Ambiente. Acreditam que eu nem desconfiava que existia este Ministério?
You may say I'm a dreamer /But I'm not the only one /I hope someday you'll join us /And the world will be as one.
Pode ter morrido o sonhador. Mas John Lennon continua vivo na memória. Fez no passado dia 8, vinte e seis anos que o mataram. No sonho já me juntei, John.
Já poucas empresas estão nacionalizadas. Os “gestores públicos”, quer dizer os boys têm cada vez menos lugares disponíveis para distribuição de tachos. Take it easy, men! Os Governos estão atentos. (Sobre a criação de mais uma empresa pública/”privada”, desta vez para gerir a função pública).
Isto já vai grande, até logo.
PS. Quando é que o Fernando Santos vai embora?
sábado, dezembro 02, 2006
Os jornais e as televisões deliram quando sabem que a Judiciária irrompe pelo Estádio da Luz ou pela casa de algum dirigente benfiquista para fazer investigação por isto ou aquilo. Hoje o meu maior receio é que o "circo" se monte em roda da equipa do Benfica. Cá para mim, está em marcha uma campanha para acusarem os jogadores do Glorioso de pedófilos. De facto, reconheço que não é bonito abusar assim dos meninos do Sporting.