1076. Que se fodam...
Que me desculpem os meus leitores mais pudicos, mas não me vou coibir de me expressar no vernáculo que desde há alguns dias me arrebenta o peito. Se há coisa que me deixa fodido é a puta da hipocrisia. Há duas semanas atrás um filho da puta de um nazi veio confessar às páginas da Visão que tinha feito a bomba que assassinou Sá Carneiro. Logo os crânios da intelectualidade, da política e da jurisprudência, comentadores profissionais, politólogos de todas as áreas, constitucionalistas (um dia destes escrevo um artigo sobre estas novas profissões) encartados vieram cagar postas de pescada sobre os factos relevantes dessas revelações, na reabertura de processos já prescritos (quanto a mim mal, mas isso são outros quinhentos) e etc etc etc, que não me quero alongar. “Má sina ter nascido puta”, pode-se dizer de Carolina Salgado. Escreveu (?) um livro onde comete dois grandes pecados. Filhos de uma grande puta os pecados com que a Santíssima Igreja resolveu estigmatizar a nossa porca e miserável vida ao cimo da Terra. O primeiro foi o de denunciar Pinto da Costa e os seus acólitos. O segundo o de ter decidido escrever, ou mandar fazê-lo, sendo uma simples puta de casa de alterne. Logo a mesma intelectualidade, quiçá comandada ou tele-comandada por ventos nortenhos perdeu a compostura tratando de imediato de considerar não credíveis as suas denúncias. E porquê? Porque não foi ela que fez a bomba que matou Sá Carneiro? Não! Apenas porque o livro denuncia um dos Papas do nosso pobre e conspurcado mundo do futebol e principalmente porque a D. Carolina Salgado é puta. Amanhã, quando este episódio estiver esquecido, os mesmos intelectuais botarão faladura nos mais importantes momentos televisivos a defender os direitos das mulheres. Vão-se foder!
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