segunda-feira, março 29, 2010
O que conta é a intenção
Hoje recebi. de uma amiga minha paulistana de gema, um convite para esta sessão de camerata aberta. Eu gostava de de dizer que seria uma óptima (ótima) ideia para viajarmos ao Brasil. Mas, assim como assim, o mais longe que normalmente me desloco para um espectáculo, é quando vou ao Alentejo aos fados. E mesmo assim só se acompanhado de um grande vinho tinto e de um queijo de Serpa amanteigado (vá lá, se for curado também vou) e umas azeitonas novas. Por falar em queijos, este fim de semana estive em Cabanas de Palmela no festival do Queijo do Vinho e do Pão, parei em todos os pontos de venda, provei vinhos e queijos, mandei o orçamento mensal a baixo e engordei mais um bocadinho. Mirian, vamos lá aos finalmentes. O que é que se come de bom em S. Paulo?
segunda-feira, março 22, 2010
1525. Crónica de um gajo phodido
Umas vezes sinto-me perplexo, outras estupefacto e outras, ainda, fico mesmo fodido. Foi assim que me senti, anteontem, no parque de estacionamento do Leroy Merlin em Almada. Uma fulana bate no carro de outra num dos cruzamentos do parque de estacionamento. Porque não oferece qualquer dúvida de interpretação tomo a liberdade de afirmar que a jovem que bateu no carro da outra pessoa foi efectivamente a culpada. Não só eu o achei, como a própria, pois acto contínuo quis pirar-se. Corajosamente, a outra senhora, já não tão jovem quanto a batente, impediu-a mesmo quando esta, depois de ter sida pedida a intervenção das autoridades pelo 112, alegou estar muito mal disposta e que portanto se ia embora. Eu já vi este filme antes e não gostei nada da fita. Ainda mais que tive de engolir as pipocas todas. Mas isso conto-vos noutra ocasião.
E porquê fodido, perguntais vós e com toda a propriedade amigas leitoras e amigos leitores do PreDatado uma vez que esta situação se passa em cada dia num país, em que a educação cívica sofre de males tão grandes quanto outras educações cá no burgo. Pois eu, se não vos maçar muito que estas coisas, nós sabemos que cansam de facto, passar-vos-ia a dizer o porquê do meu estado de espírito (não leveis o fodido à letra pois que, por muito respeito que eu tenha aos homossexuais, eu pertenço à outra equipa). E aqui vai. Dirigi-me a um dos seguranças da entrada do Leroy solicitando-lhe que ajudasse a vítima, chamemos-lhe assim, a impedir que a outra desse de frosque enquanto as autoridades chegassem. Que não, que não faziam segurança ao parque, que só actuavam lá em cima, que não havia ninguém para estas situações etc., etc. e tal, ou seja, o parque de estacionamento do Leroy Merlin, em Almada, segundo o segurança de serviço na entrada da loja, não é vigiado. Na verdade, nem eu me deveria de admirar, a segurança nestas lojas serve para evitar alguns gamanços à loja e ponto final. O cliente que se lixe com f ou com ph que tanto faz.
Oh Pre, mas isso deixou-te assim tão lixado que venhas para aqui escrever um post de caca como este, voltais vós a perguntar amigas leitoras e não menos amigos leitores. Não, não foi isso, isso apenas me fará pensar duas vezes antes de voltar ao Leroy. Não, não foi por isso. É que quando eu voltei ao local do incidente e informei a senhora de que não deveria contar com os seguranças do Leroy e me quis inteirar se a polícia já vinha a caminho, fui informado que a resposta da PSP era de que se tratava de um parque privado e que não iriam intervir. Como é que é? Hein? Como é que é? Bom, na verdade não podemos acreditar em tudo o que ouvimos, no entanto, pelo menos na primeira hora após a ocorrência ainda não tinha aparecido polícia nenhum. Se calhar o parque do Leroy não pertence a Portugal, ou aliás, se calhar pertence. Eu é que sou de fora e vim só cá ver a bola. Muito prazer em conhecê-la Sr.ª D. República das Bananas.
Foto descoberta aqui
terça-feira, março 16, 2010
1524. Foi o que se pode arranjar.
Não se pode dizer que tenha sido uma grande resposta mas foi a que recebi. Só que não sou de me ficar e retorqui. Por mim dou o caso por encerrado e vou esperar pela box no início de Abril. Tenho mais que fazer e não vos quero maçar com questões pessoais.
- Eles:
Estimado Cliente,
Na sequência do seu contacto, que desde já agradecemos, informa-mos, devido à elevada adesão aos nossos serviços, a ZON BOX está temporariamente indisponível por ruptura de stock. Contudo, prevemos retomar as entregas a partir do dia 04 de Abril, pelo que entraremos em contacto a partir desta data para agendarmos a entrega do equipamento.
Apresentamos desde já as nossas desculpas por qualquer incómodo que lhe possamos ter causado.
O contacto telefónico preferencial que consta nos nossos registos é o 9145xxxxx. Caso o mesmo tenha sofrido alterações, solicitamos, por favor, que nos reenvie o presente e-mail com o seu número de contacto preferencial.
blá, blá, blá cumprimentos (assinada)
- Eu:
Caro Senhor,
Em primeiro quero informar que esse número de telefone que têm como meu telefone de contacto preferencial, não me pertence, nunca me pertenceu e como tal nunca vos foi, por mim, fornecido. Só pode tratar-se de um lapso dos vossos serviços. Eu poderei ser contactado pelo 9172yyyyy. Aliás, muito estranho que me diga que esse é o número de telefone que consta no vosso ficheiro porque hoje mesmo recebi uma chamada telefónica da ZON no meu telefone celular, vulgo telemóvel.
Em segundo lugar a vossa resposta ao meu e-mail é similar à informação que eu tinha obtido na vossa loja e que, por isso, motivou o meu e-mail. Assim, considero que não respondem no fundamental ao meu protesto mas também entendo que não têm outra forma de o fazer. Tire deste meu entendimento as ilações que quiser.
Finalmente, na primeira linha da sua resposta escreveu "informa-mos" quando deveria ter escrito "informamos". Mas não se preocupe, eu já estou acostumado.
Cumprimentos,
Vítor Fernandes
E ponto final!
segunda-feira, março 08, 2010
1523. O fado é um gajo porreiro
Primeiro, o jantar. O arroz de coentros fez uma excelente companhia à batatinha assada e à salada de alface, no adorno ao (tenríssimo) lombo de porco no forno. As entradas com pequenos pastéis de bacalhau, queijo de cabra e de ovelha, paio da região, a macedónia de cenouras com molho vinagrete, as azeitonas com orégãos já nos tinham deixado de água na boca. A simpatia e, porque não, o profissionalismo da Ana Rita, da Sandra e das outras pequenas que nos serviram não deixaram por mãos alheias os créditos que lhes são devidos. Quanta à rega, ela foi feita com João Pires branco, um terras do Sado escorreito e claro com um alentejano de estalar os lábios, um tinto da Herdade de Lagos no Vale de Açor, Mértola.
Segundo, o fado. Eu gosto de fado de todas as qualidades. Quero dizer eu gosto de ouvir cantar o fado, seja em vinil ou em cedê de plástico, seja no carro ou na hi-fi, seja na TV ou na telefonia. Se eu tiver à minha frente um prato de bacalhau assado, temperado com o belo azeite português, alho, pimenta e coentros picados e também um jarro de vinho tinto e um copo de vidro grosso, ponho a rodar um disco dos saudosos Manuel de Almeida ou Fernando Maurício já que é impossível voltar a tê-los em cartaz. Quem esteve em cartaz foram os, por mim até à data não conhecidos, Ana Tareco e Carlos Filipe. Se o Carlos é de Santarém, cidade com largas tradições fadistas já a Ana é uma fadista de Beja, cidade onde normal e naturalmente pontifica o Cante. Mas esta voz rendeu-se, e muito bem digo eu, à sedução do Menor, do Corrido e do Mouraria e desatou a cantar o fado. Ambos mereceram um fortíssimo BRAVO da assistência que enchia por completo as mesas.
Finalmente, mas não menos importante, a mesa. O Zé Augusto e a Cristina, A Paula e o Fernando, O Álvaro e a São e a Maria José e eu comemos, rimos, acompanhamos com larilolé, com certeza, e batemos palminhas. Alguns mais bêbados do que outros mas todos colhemos a rosa branca, estivemos numa casa portuguesa, perguntamos à comadre Maria Benta pelo seu filho e terminamos (sem dó) na maior.
E agora é que é finalmente mesmo, para deixar registado que tudo isto se passou na Casa do Guizo, Monte do Guizo, Mértola. Parabéns Ana Rita pela organização do evento, pela qualidade e como já se disse pela simpatia.
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