Ontem à noite, Domingo, ouvi nas notícias que tinham sido contabilizados nas estradas portuguesas sete mortos na operação Carnaval, mais cinco do que no ano anterior, isto desde sexta à noite. Quer dizer, em dois dias. Ninguém, não sei se convém ou não, fez ainda uma comparação, uma analogia, sequer uma especulação, se estes acidentes estão ou não relacionados com um maior afluxo às estradas “alternativas” às antigas SCUTs, hoje em dia autoestradas com portagem. A muita gente estes dados não interessam para nada até porque viriam logo alguns daqueles comentadores das rádios, TVs e jornais, sempre os mesmos, que até ganham para dizer palermices, do género das que eu aqui digo mas que o faço de borla, que a medida do Governo de taxar as SCUTs é perfeitamente adequada porque não só faz entrar dinheiro nos cofres do Estado por via direta, as portagens, mas também por via indireta já que alguns dos mortos são funcionários públicos a quem deixará de pagar ordenados ou pensionistas e reformados a quem se deixarão de pagar pensões. Esquecem-se os comentadores oficiais do regime que também o Governo a alguns deles vai deixar de poder roubar os 13º e 14º meses e, pior ainda, vai ter de pagar alguns subsídios de funeral e pensões de viuvez. E se calha, algumas horas extras a coveiros e outros funcionários dos cemitérios. Numa visão economicista, que tanto agrada a este governo, há ou não que repensar as SCUTs?