O lado para o qual me deito melhor é o de
considerarem esta minha opinião de esquerda ou de direita. Posto isto, afirmo
que a minha convicção é de que uma companhia aérea comercial não me parece
estratégica para a economia e desenvolvimento de um país. Nem que esse país se
chame Portugal e tenha relações (hoje em dia relevadas pelo PR na constituição
do governo) privilegiadas com a CPLP e nas suas rotas inclua Moçambique,
Angola, Guiné e por aí fora... e, se calhar também a Guiné Equatorial que o
(ainda) governo atual colocou no mapa
dos países lusófonos. Uma empresa que tem mais de 100 milhões de prejuízos
anuais, quanto mais depressa um governo se ver livre dela, melhor. E a mais um governo (e outros anteriores) que
deveriam corar de vergonha por pagarem salários principescos (quantos salários
mínimos isso dá, quantos?) a gestores de uma companhia que acumula, ano após
anos, prejuízos. Até abriria um parêntesis para dizer que se alguém a compra
não será para perder dinheiro, antes pelo contrário e que, como consequência,
porá no olho da rua todos estes gestores incompetentes. Se o não fizer e a TAP
passar a dar lucros então o que o próximo governo tem de fazer é colocar os
atuais gestores em tribunal por eventual boicote à economia nacional. Mas posto
isto, o que me leva hoje a escrever este post não é facto de eu achar que a TAP
deve ao não deve ser privatizada. Já dei isso de barato. O que eu quero chamar
a atenção é para o oportunismo e falta de caráter de um governo demitido
avançar com este processo à revelia de uma nova maioria parlamentar que o
relegou para fora das portas de S. Bento. É que nesta política de vale tudo não
sobra vergonha na cara a estes descarados. As metas do deficit justificam isto? E a dignidade
de quem quer ser, aos olhos dos outros efetivamente digno, hein? Não vale nada?