segunda-feira, julho 31, 2006



1008. CPLP
(onde o Pré fala de férias e de pobres e isso)

Estava o PreDatado com os pés nas férias mas com a cabeça ainda no mundo real, em herética postura face aos que o acompanhavam (as férias são férias, tal como os que dizem a guerra é a guerra). E foi assim que se lhe deu conta das conclusões da cimeira da CPLP do passado dia 16 – vejam como tempo passa, parece que foi no século passado e quase já ninguém se lembra. Que agente vá de férias tudo bem, mas para que a memória colectiva não entre em letárgico repouso deixem-me cá voltar ao tema.

Nos dias que a antecederam a referida cimeira, ouvi muitas perguntas, muitos comentários e muitas análises sobre para que servia a CPLP. Infelizmente, não ouvi muitas opiniões coincidentes pelo que me parece que andam todos à nora com a questão. Mas se para outra coisa não servisse, esta cimeira tomou uma deliberação que considero demasiado importante para não ser levada à letra. Comprometeram-se a acabar com a fome e a pobreza até 2015. Ou pelo menos erradicar metade (diga-se de passagem que um desvio de 50% não deveria deixar muito alegres os políticos). E Aníbal Cavaco Silva e José Sócrates subscreveram. O que se subentende que não é apenas na África, em Timor ou no Brasil que essa acção deva ser levada a cabo. Também aqui em Portugal. E, atendendo às estimativas da União Europeia que diz que temos 2 milhões de pobres, isso significa que em cada ano, dos nove que faltam, 222 mil portugueses (ou pelo menos 111 mil) deixarão de ser pobres. Eu estou aqui para cobrar, porque eu sou uma das pessoas que não se esqueceu dos 150 mil novos empregos prometidos por Sócrates. E esses estão muito longe de estar conseguidos. Eu estarei atento porque as férias não são eternas.

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