1028. O Mistério da Perfumaria
(onde o Pré esclarece como aproveitar o tempo que lhe é dado de bandeja e também cisma sobre velhas superstições)
A propósito do meu post 1025 abaixo editado, alguns comentadores se indagavam como seria possível ter eu tempo para tanta coisa. Alguns, escreveram-me e-mails aconselhando-me a abrir uma Clínica de Gestão do Tempo, outros, que eu deveria dar Conferências ou organizar Seminários sobre o tema e houve até, não digo qual, um director de uma Faculdade que me pediu para que eu fizesse um currículo e uma descrição programática para uma nova cadeira num Curso de Engenharia. Confesso-vos que um dos meus leitores caiu até no exagero de me tratar por Mestre e num dos telefonemas que recebi uma voz feminina de alto potencial engatador perguntava, posso falar com o Professor PreDatado, é o próprio respondi e, juro-vos só não levamos a coisa mais adiante por manifesta falta de tempo. Paradoxos!
Como achei quase todas estas reacções exageradas, excepto as dos meus comentadores no blog, os quais prezo demais para renunciar à sua intervenção ( I have a dream – ter mais de 20 comentários num post) e, na impossibilidade de responder a cada um individualmente, não por falta de tempo, mas sim de criatividade, venho por este meio esclarecer o mistério que tantos vos apoquentou. É que o calendário que eu uso tem 32 dias em Agosto. Bem sei que o “dia duplicado” é o dia 13, mas é tudo uma questão de sorte. Se fosse o dia 31 tenho a certeza que o meu patrão se iria atrasar 1 dia para me pagar o ordenado. E agora, beijinhos e abraços.
quarta-feira, agosto 30, 2006
terça-feira, agosto 29, 2006
segunda-feira, agosto 28, 2006
sábado, agosto 26, 2006
1025. Esclarecimento
(onde o Pré confessa que ouve todas as explicações sobre os incêndios, por António Costa e explica coisas, como por exemplo a subtracção como operação inversa da adição e fala de gajas nuas)
Estas minhas intermitências da escrita têm para mim razões que a razão conhece. Não fora já razão suficiente o estarmos no mês de Agosto para actualizar este blog, que é como quem diz, quem escreve, escreve para alguém, a verdade é que em Agosto a maioria dos alguéns pirou-se da blogosfera, como ainda outras se lhe juntaram e que passo a descriminar. O mês de Agosto (já referido) não afecta só os outros. Aqui o Je – que é como quem diz, Eu, I, Yo, Ich (só Banco se diz apenas Caixa) – também não tem dispensado uns mergulhos nas límpidas, embora frias, águas da Caparica o que lhe tem ocupado praticamente todas as manhãs. As tardes, quentes e secas convidam a uma soneca e, palavra de honra, se por acaso desse direito a um sorteio anual como aqueles das Selecções do Reader’s Digest, ou a descontos de 5 cêntimos por litro de combustível, como as compras no Continente, já me teria inscrito no Clube da Sesta. A somar à falta de tempo, para quem sabe de matemática é equivalente a dizer a subtrair ao tempo restante, estou a dar explicações de Álgebra a umas meninas que querem passar na 2ª época lá da faculdade delas. E mais, como não estou de férias, ainda junto algumas horas (que é como quem diz, subtraio, basta ter em conta o sinal), a trabalhar no meu métier. Só que não contente com isso, ando a ler em simultâneo, quer dizer intercaladamente pois que apesar de ter 2 olhinhos, embora míopes, não dá para estar com um numa página e o outro na outra, O Código de Avintes, O Tempo dos Espelhos do murcón que por acaso também tem um blog e Maya – o romance da criação do, para mim, imprescindível filósofo Jostein Gaarder. Papo todos os jogos do Benfica, as conferências de imprensa do Valentim Loureiro, as entrevistas do Soares Franco e do Filipe Vieira, as explicações dos incêndios por António Costa, as explicações dos incêndios por António Costa e mais explicações dos incêndios por António Costa. Propus-me fazer uns arranjos cá em casa, colocar uns candeeiros, umas prateleiras para arrecadações e finalmente tomar mais comprimidos de Nolotil e Donulide para contra-atacar a ciática que ontem me deixou paralisado entre o sofá e a cama. E se não fossem estas malditas dores que me enviaram logo às 6 da manhã para frente do computador, arrancando-me do doce leito, onde já não havia posição que me confortasse e, eu teria passado mais um dia sem botar escritadura neste espaço que é meu, mas que também é vosso. Há até males que vêm por bem.
PS. Um dia destes irei colocar aqui umas fotos de gajas nuas. Na blogosfera ainda não encontrei nenhum site que o fizesse. Aposto que vai ser um êxito.
(onde o Pré confessa que ouve todas as explicações sobre os incêndios, por António Costa e explica coisas, como por exemplo a subtracção como operação inversa da adição e fala de gajas nuas)
Estas minhas intermitências da escrita têm para mim razões que a razão conhece. Não fora já razão suficiente o estarmos no mês de Agosto para actualizar este blog, que é como quem diz, quem escreve, escreve para alguém, a verdade é que em Agosto a maioria dos alguéns pirou-se da blogosfera, como ainda outras se lhe juntaram e que passo a descriminar. O mês de Agosto (já referido) não afecta só os outros. Aqui o Je – que é como quem diz, Eu, I, Yo, Ich (só Banco se diz apenas Caixa) – também não tem dispensado uns mergulhos nas límpidas, embora frias, águas da Caparica o que lhe tem ocupado praticamente todas as manhãs. As tardes, quentes e secas convidam a uma soneca e, palavra de honra, se por acaso desse direito a um sorteio anual como aqueles das Selecções do Reader’s Digest, ou a descontos de 5 cêntimos por litro de combustível, como as compras no Continente, já me teria inscrito no Clube da Sesta. A somar à falta de tempo, para quem sabe de matemática é equivalente a dizer a subtrair ao tempo restante, estou a dar explicações de Álgebra a umas meninas que querem passar na 2ª época lá da faculdade delas. E mais, como não estou de férias, ainda junto algumas horas (que é como quem diz, subtraio, basta ter em conta o sinal), a trabalhar no meu métier. Só que não contente com isso, ando a ler em simultâneo, quer dizer intercaladamente pois que apesar de ter 2 olhinhos, embora míopes, não dá para estar com um numa página e o outro na outra, O Código de Avintes, O Tempo dos Espelhos do murcón que por acaso também tem um blog e Maya – o romance da criação do, para mim, imprescindível filósofo Jostein Gaarder. Papo todos os jogos do Benfica, as conferências de imprensa do Valentim Loureiro, as entrevistas do Soares Franco e do Filipe Vieira, as explicações dos incêndios por António Costa, as explicações dos incêndios por António Costa e mais explicações dos incêndios por António Costa. Propus-me fazer uns arranjos cá em casa, colocar uns candeeiros, umas prateleiras para arrecadações e finalmente tomar mais comprimidos de Nolotil e Donulide para contra-atacar a ciática que ontem me deixou paralisado entre o sofá e a cama. E se não fossem estas malditas dores que me enviaram logo às 6 da manhã para frente do computador, arrancando-me do doce leito, onde já não havia posição que me confortasse e, eu teria passado mais um dia sem botar escritadura neste espaço que é meu, mas que também é vosso. Há até males que vêm por bem.
PS. Um dia destes irei colocar aqui umas fotos de gajas nuas. Na blogosfera ainda não encontrei nenhum site que o fizesse. Aposto que vai ser um êxito.
quarta-feira, agosto 23, 2006
1024. Com bolinha vermelha no canto superior direito.
(onde o Pré que ainda não era Pré se faz recordar aulas de Português em que estava mais com a cabeça na coisa do que a meter coisas na cabeça; Post não aconselhável à leitura por pessoas cuja sensibilidade não lhes permite distinguir um cacete de uma pilinha).
Às vezes o que venho aqui editar tem como inspiração outras leituras. Desta vez, a propósito de um capítulo do Código de Avintes, que estou a ler, lembrei-me que a mim, aí por volta dos meus 15 anos, me fazia espécie como é que certos casais adultos encaravam o sexo. Mais propriamente como é que seria a relação entre ambos, uma vez na cama. Lembro-me de ter um casal de professores, ele de Geografia e ela de Português, pessoas eruditas e muito conservadoras, já não muito jovens (aos olhos de um puto, qualquer quarentão é velho, cota como hoje se diz), formais no trato entre eles e na relação com os alunos. Será que faziam amor ou copulavam? Davam uma queca ou acasalavam? Estariam no coito ou a fornicar? Ele estava a comê-la ou a fodê-la? Além disso o que diriam um ao outro? Ai, tens uma vagina deveras apertada. Cuidado amor ao penetrares porque o teu pénis está a magoar-me. Posso introduzir o pénis todo ou preferes apenas a glande. Queres uma sucção no viril membro? Vem, movimenta a tua língua à volta do meu clítoris e dos lábios vaginais. Ai que me ejaculo no teu canal uterino. Porra mas esta merda daria alguma tusa? Ou será que pelo facto de ela me ensinar a interpretar Os Lusíadas outros valores mais alto se alevantavam e eles passavam mesmo o Bojador? Pénis me penetrem pela cavidade anal (que é como quem diz, caralhos me fodam) se alguma vez eu vou entender os adultos …
(onde o Pré que ainda não era Pré se faz recordar aulas de Português em que estava mais com a cabeça na coisa do que a meter coisas na cabeça; Post não aconselhável à leitura por pessoas cuja sensibilidade não lhes permite distinguir um cacete de uma pilinha).
Às vezes o que venho aqui editar tem como inspiração outras leituras. Desta vez, a propósito de um capítulo do Código de Avintes, que estou a ler, lembrei-me que a mim, aí por volta dos meus 15 anos, me fazia espécie como é que certos casais adultos encaravam o sexo. Mais propriamente como é que seria a relação entre ambos, uma vez na cama. Lembro-me de ter um casal de professores, ele de Geografia e ela de Português, pessoas eruditas e muito conservadoras, já não muito jovens (aos olhos de um puto, qualquer quarentão é velho, cota como hoje se diz), formais no trato entre eles e na relação com os alunos. Será que faziam amor ou copulavam? Davam uma queca ou acasalavam? Estariam no coito ou a fornicar? Ele estava a comê-la ou a fodê-la? Além disso o que diriam um ao outro? Ai, tens uma vagina deveras apertada. Cuidado amor ao penetrares porque o teu pénis está a magoar-me. Posso introduzir o pénis todo ou preferes apenas a glande. Queres uma sucção no viril membro? Vem, movimenta a tua língua à volta do meu clítoris e dos lábios vaginais. Ai que me ejaculo no teu canal uterino. Porra mas esta merda daria alguma tusa? Ou será que pelo facto de ela me ensinar a interpretar Os Lusíadas outros valores mais alto se alevantavam e eles passavam mesmo o Bojador? Pénis me penetrem pela cavidade anal (que é como quem diz, caralhos me fodam) se alguma vez eu vou entender os adultos …
domingo, agosto 20, 2006
1023. Lista dos (meus) Devedores
Esta lista é provisória e poderá ser actualizada a qualquer instante
S.L. Benfica – Vários campeonatos e algumas taças
Estradas de Portugal – Um IC entre Castro Verde e Mértola
Cavaco, Guterres, Durão e Sócrates – As promessas não cumpridas
Zacarias F. – 25 cinco tostões que lhe emprestei em 1971
Ministério das Finanças – Reembolso do IRS de 2005
Justiça Portuguesa – transparência e celeridade
Educação – Um ministro a sério
Câmara do Seixal/Câmara de Almada – A rua atrás do meu prédio
TVI – Um (só um mesmo) programa de televisão.
Esta lista é provisória e poderá ser actualizada a qualquer instante
S.L. Benfica – Vários campeonatos e algumas taças
Estradas de Portugal – Um IC entre Castro Verde e Mértola
Cavaco, Guterres, Durão e Sócrates – As promessas não cumpridas
Zacarias F. – 25 cinco tostões que lhe emprestei em 1971
Ministério das Finanças – Reembolso do IRS de 2005
Justiça Portuguesa – transparência e celeridade
Educação – Um ministro a sério
Câmara do Seixal/Câmara de Almada – A rua atrás do meu prédio
TVI – Um (só um mesmo) programa de televisão.
sexta-feira, agosto 18, 2006
1022. Um abraço do tamanho do mundo
Para todas e todos que, pelo telefone, por SMS, por e-mail, via Orkut, em postal e pessoalmente, me felicitaram pelo meu aniversário com palavras e gestos que me encheram o coração.
Quero, também, deixar uma nota de apreço ao Ante e Post e aos seus autores, com um especial beijo para a Karla, pelo carinho com que me trataram (e que me tratam no dia a dia).
Para todas e todos que, pelo telefone, por SMS, por e-mail, via Orkut, em postal e pessoalmente, me felicitaram pelo meu aniversário com palavras e gestos que me encheram o coração.
Quero, também, deixar uma nota de apreço ao Ante e Post e aos seus autores, com um especial beijo para a Karla, pelo carinho com que me trataram (e que me tratam no dia a dia).
quinta-feira, agosto 17, 2006
1021. Quase que apostava que…
… os que, aqui na blogosfera e nos média portugueses, têm criticado Fidel Castro e o seu regime, estiveram a escutar embevecidos a entrevista de Judite de Sousa à filha de Marcelo Caetano, esse arauto da democracia que até se dignou acabar com a PIDE. Ontem, hoje e amanhã não faltaram, nem faltarão editoriais elogiando tão primaveril figura.
… os que, aqui na blogosfera e nos média portugueses, têm criticado Fidel Castro e o seu regime, estiveram a escutar embevecidos a entrevista de Judite de Sousa à filha de Marcelo Caetano, esse arauto da democracia que até se dignou acabar com a PIDE. Ontem, hoje e amanhã não faltaram, nem faltarão editoriais elogiando tão primaveril figura.
terça-feira, agosto 15, 2006
1020. E no entanto eles “andem” aí
(Onde o Pré reflecte sobre a pobreza do seu álbum de fotografias e mostra o orgulho de ter tido uma vez o currículo enriquecido)
As minhas relações pessoais com figuras públicas são completamente insignificantes. Talvez os dedos das duas mãos sejam demasiados para contá-las. Não me refiro a ter amigos mas sim a conhecimento pessoal (exclui-o a visualização televisiva). Senão vejamos. Da política conheci e conversei algumas vezes com um ex-primeiro-ministro e fui colega de liceu e amigo de juventude de um outro. Mas a questão nem é exactamente contactar com eles. É mesmo vê-los ao vivo e a cores. Eu nunca vi, nem de longe nem de perto, nenhum presidente da República, nenhum outro primeiro-ministro que os dois acima referidos, nem nenhum das dezenas de ministros que já tivemos. Viajei uma vez, lado a lado, de Bruxelas para Lisboa com um ex-secretário de estado e conheço pessoalmente outro. Para as centenas que já tivemos, reconheço que são poucos. O mesmo se poderia dizer dos milhares de deputados que já passaram quer pela Assembleia Nacional do tempo da outra senhora quer pela Assembleia da República. Só dois, apenas doizinhos. Um, vi-o numa missa a que assisti e outro passei por ele numa praia do Algarve. No mundo da cultura e das artes e do desporto o panorama não é muito diferente. Tirando os espectáculos ao vivo e os jogos a que assisto, poucas são as pessoas com quem já me cruzei na rua. Almocei uma vez num restaurante onde, ao meu lado, almoçava o Manoel de Oliveira e conversei muitos quinze minutos com Canto e Castro nas viagens de cacilheiro de Lisboa para Cacilhas. Conheço, desde miúdo, o vocalista dos UHF e cruzei-me num centro comercial com o jogador Mário Jardel. É verdade, também estive uma vez à conversa com o Ricardo Araújo Pereira. E é quase tudo no que diz respeito a minha presença simultânea no mesmo espaço com as figuras do mundo social, político e artístico. Mas tenho uma coroa de glória, ah isso é que tenho. Embora tivesse estado a conversar mais de dez minutos com ela antes de saber de quem se tratava, posso vos dizer que me encheu de orgulho conhecer uma certa pessoa importante. Refiro-me à Encandescente que tem o melhor (para mim, o melhor) blog de poesia da blogosfera portuguesa. Digam lá se não vale a pena conhecer pessoas assim?
(Onde o Pré reflecte sobre a pobreza do seu álbum de fotografias e mostra o orgulho de ter tido uma vez o currículo enriquecido)
As minhas relações pessoais com figuras públicas são completamente insignificantes. Talvez os dedos das duas mãos sejam demasiados para contá-las. Não me refiro a ter amigos mas sim a conhecimento pessoal (exclui-o a visualização televisiva). Senão vejamos. Da política conheci e conversei algumas vezes com um ex-primeiro-ministro e fui colega de liceu e amigo de juventude de um outro. Mas a questão nem é exactamente contactar com eles. É mesmo vê-los ao vivo e a cores. Eu nunca vi, nem de longe nem de perto, nenhum presidente da República, nenhum outro primeiro-ministro que os dois acima referidos, nem nenhum das dezenas de ministros que já tivemos. Viajei uma vez, lado a lado, de Bruxelas para Lisboa com um ex-secretário de estado e conheço pessoalmente outro. Para as centenas que já tivemos, reconheço que são poucos. O mesmo se poderia dizer dos milhares de deputados que já passaram quer pela Assembleia Nacional do tempo da outra senhora quer pela Assembleia da República. Só dois, apenas doizinhos. Um, vi-o numa missa a que assisti e outro passei por ele numa praia do Algarve. No mundo da cultura e das artes e do desporto o panorama não é muito diferente. Tirando os espectáculos ao vivo e os jogos a que assisto, poucas são as pessoas com quem já me cruzei na rua. Almocei uma vez num restaurante onde, ao meu lado, almoçava o Manoel de Oliveira e conversei muitos quinze minutos com Canto e Castro nas viagens de cacilheiro de Lisboa para Cacilhas. Conheço, desde miúdo, o vocalista dos UHF e cruzei-me num centro comercial com o jogador Mário Jardel. É verdade, também estive uma vez à conversa com o Ricardo Araújo Pereira. E é quase tudo no que diz respeito a minha presença simultânea no mesmo espaço com as figuras do mundo social, político e artístico. Mas tenho uma coroa de glória, ah isso é que tenho. Embora tivesse estado a conversar mais de dez minutos com ela antes de saber de quem se tratava, posso vos dizer que me encheu de orgulho conhecer uma certa pessoa importante. Refiro-me à Encandescente que tem o melhor (para mim, o melhor) blog de poesia da blogosfera portuguesa. Digam lá se não vale a pena conhecer pessoas assim?
segunda-feira, agosto 14, 2006
1019. Cuba e nosotros
(Onde o Pre se indigna com quem não devia pois é dar importância demais a quem não tem importância nenhuma)
Não se pode pedir a um jornalista, reconhecidamente reaccionário e director de um jornal propriedade do maior capitalista português que defenda o regime Cubano. Eu próprio, sem ser nem uma coisa na outra, não o defendo. Apenas o compreendo o que não me inibe de o criticar quando para tal sou solicitado. Mas pode-se sugerir que o jornalista seja honesto ou, como está na moda dizer-se, intelectualmente honesto. È só o que eu sugiro, sei que em vão, a José Manuel Fernandes (JMF). Para que o Público, que eu lia assiduamente em tempos e que acompanhei desde o primeiro número e ao longo de vários anos, pudesse voltar a ser comprado por mim não apenas quando me falta o papel higiénico em casa.
Esta introdução é para referir o editorial de domingo no supra referido pasquim onde para além de uma soberba ficção sobre o que faria ou não Luís Buñuel se fosse vivo (como se o pensamento de Buñuel pudesse alguma vez ser comandado pela atrofiada linha de raciocínio de JMF) acerca das dinastias comunistas, como ele lhe chama. E com um título a dar ao bom cinéfilo escreve JMF, se não exactamente uma carrada de asneiras, um bom punhado de jargões de honestidade duvidosa, sobre Cuba e Fidel Castro. Fala nas “ruas tristes de Havana”. O JMF esteve em Havana ou na Avenida de Roma, na rua dos Fanqueiros, na avenida de Ceuta ou em mais de um milhar de tristes ruas Lisboetas? Conhece ruas mais tristes do que as da sua capital? A não ser que quando refere a tristes ruas de Havana esteja com o pensamento na alegria dos tiroteios na 24 de Julho de sexta feira à noite, nas cenas de pancadaria nos bares do Cais do Sodré, dos assaltos à mão armada em ourivesarias e agência bancárias da nossa cidade, nos roubos por esticão em qualquer rua, avenida ou beco cá do burgo. Haja alegria! Esteve mesmo em Havana ou contaram-lhe? Fala na “dificuldade de comprar aspirinas”. Mau exemplo JMF. O senhor está a falar do país do ocidente mais evoluído em termos de saúde pública.Com certeza não teve nenhuma dor de cabeça em Cuba, nem conhece os acordos entre a Bayer e o seu inimigo (seu, do JMF) Fidel Castro. Informe-se que eu não tenho obrigação de o fazer. Mas provavelmente não estava a falar de Cuba. Talvez de Portugal onde há dois milhões de seres que, esses sim, têm muita dificuldade em encontrar aspirinas. Talvez até outras coisas de maior necessidade. Fala nas “cadernetas de racionamento”, pois que as há sim senhor. E os dois milhões de Portugueses que acima referi agradeceriam, com certeza, uma igual. Para nesta sua (sua, do JMF) democracia, poderem comprar o feijão, o arroz, o açúcar, o pão, o leite, a farinha. E para poderem pagar a luz, a água, o gás, o telefone e a renda de casa. È que consta que muitos destes (dos tais 2 milhões, Sr JMF) não ganham nem para a renda de casa. Se o ganhassem Sr. JMF o senhor nunca ouviria falar dos nossos 300 mil sem abrigo, não era? O senhor não acha normal que “Fidel, em particular, seja tratado com recursos a que nenhum cidadão comum pode sequer ter acesso”. Eu também não acho isso normal, valha a verdade. É por essa razão que eu tanto critico Fidel por isso, como critico a utilização de uma suite presidencial de 340 contos a diária nas férias algarvias do chefe da nossa, tão amada por si, democracia. É que são recursos a que nenhum cidadão comum tem acesso, percebe?
Entre outras palermices fala JMF das deslocações à boleia por falta de bons transportes públicos. Eu confirmo, é verdade! Há maus transportes públicos em Cuba. Já na nossa democracia há bons transportes públicos, daqueles que JMF não usa porque não precisa. Daqueles que em hora de ponta levam duzentas pessoas como se fossem latas de sardinha. Daqueles que volta e meia, porque comprados, sabe-se lá ao abrigo de que interesses, a outras democracias ocidentais como a alemã, em segunda mão e que já não servem nesses países, se espetam frequentemente contra os candeeiros de Lisboa. Daqueles em que um bilhete entre duas paragens custa mais de 1 Euro. E que, mesmo assim, tão bons, modernos e acessíveis, não são usados por uma grande maioria dos tais 2 milhões que não têm recursos a eles. E que sem boleia (veja o espírito de solidariedade que se cria na sua douta democracia) têm de se deslocar bastos quilómetros a pé. Já agora Sr. JMF alguma vez saiu de Lisboa? Conhece os transportes públicos portugueses nas mais diversas vilas e aldeias?
É por estas e por outras que eu considero que o editorial não é honesto. Falar do que de mal tem Cuba com o exemplo que tem em sua própria casa é de muita pobreza intelectual. E há tanta coisa de que se poderia falar para criticar Cuba e Fidel. Mas com gente deste tipo não faço coro.
(Onde o Pre se indigna com quem não devia pois é dar importância demais a quem não tem importância nenhuma)
Não se pode pedir a um jornalista, reconhecidamente reaccionário e director de um jornal propriedade do maior capitalista português que defenda o regime Cubano. Eu próprio, sem ser nem uma coisa na outra, não o defendo. Apenas o compreendo o que não me inibe de o criticar quando para tal sou solicitado. Mas pode-se sugerir que o jornalista seja honesto ou, como está na moda dizer-se, intelectualmente honesto. È só o que eu sugiro, sei que em vão, a José Manuel Fernandes (JMF). Para que o Público, que eu lia assiduamente em tempos e que acompanhei desde o primeiro número e ao longo de vários anos, pudesse voltar a ser comprado por mim não apenas quando me falta o papel higiénico em casa.
Esta introdução é para referir o editorial de domingo no supra referido pasquim onde para além de uma soberba ficção sobre o que faria ou não Luís Buñuel se fosse vivo (como se o pensamento de Buñuel pudesse alguma vez ser comandado pela atrofiada linha de raciocínio de JMF) acerca das dinastias comunistas, como ele lhe chama. E com um título a dar ao bom cinéfilo escreve JMF, se não exactamente uma carrada de asneiras, um bom punhado de jargões de honestidade duvidosa, sobre Cuba e Fidel Castro. Fala nas “ruas tristes de Havana”. O JMF esteve em Havana ou na Avenida de Roma, na rua dos Fanqueiros, na avenida de Ceuta ou em mais de um milhar de tristes ruas Lisboetas? Conhece ruas mais tristes do que as da sua capital? A não ser que quando refere a tristes ruas de Havana esteja com o pensamento na alegria dos tiroteios na 24 de Julho de sexta feira à noite, nas cenas de pancadaria nos bares do Cais do Sodré, dos assaltos à mão armada em ourivesarias e agência bancárias da nossa cidade, nos roubos por esticão em qualquer rua, avenida ou beco cá do burgo. Haja alegria! Esteve mesmo em Havana ou contaram-lhe? Fala na “dificuldade de comprar aspirinas”. Mau exemplo JMF. O senhor está a falar do país do ocidente mais evoluído em termos de saúde pública.Com certeza não teve nenhuma dor de cabeça em Cuba, nem conhece os acordos entre a Bayer e o seu inimigo (seu, do JMF) Fidel Castro. Informe-se que eu não tenho obrigação de o fazer. Mas provavelmente não estava a falar de Cuba. Talvez de Portugal onde há dois milhões de seres que, esses sim, têm muita dificuldade em encontrar aspirinas. Talvez até outras coisas de maior necessidade. Fala nas “cadernetas de racionamento”, pois que as há sim senhor. E os dois milhões de Portugueses que acima referi agradeceriam, com certeza, uma igual. Para nesta sua (sua, do JMF) democracia, poderem comprar o feijão, o arroz, o açúcar, o pão, o leite, a farinha. E para poderem pagar a luz, a água, o gás, o telefone e a renda de casa. È que consta que muitos destes (dos tais 2 milhões, Sr JMF) não ganham nem para a renda de casa. Se o ganhassem Sr. JMF o senhor nunca ouviria falar dos nossos 300 mil sem abrigo, não era? O senhor não acha normal que “Fidel, em particular, seja tratado com recursos a que nenhum cidadão comum pode sequer ter acesso”. Eu também não acho isso normal, valha a verdade. É por essa razão que eu tanto critico Fidel por isso, como critico a utilização de uma suite presidencial de 340 contos a diária nas férias algarvias do chefe da nossa, tão amada por si, democracia. É que são recursos a que nenhum cidadão comum tem acesso, percebe?
Entre outras palermices fala JMF das deslocações à boleia por falta de bons transportes públicos. Eu confirmo, é verdade! Há maus transportes públicos em Cuba. Já na nossa democracia há bons transportes públicos, daqueles que JMF não usa porque não precisa. Daqueles que em hora de ponta levam duzentas pessoas como se fossem latas de sardinha. Daqueles que volta e meia, porque comprados, sabe-se lá ao abrigo de que interesses, a outras democracias ocidentais como a alemã, em segunda mão e que já não servem nesses países, se espetam frequentemente contra os candeeiros de Lisboa. Daqueles em que um bilhete entre duas paragens custa mais de 1 Euro. E que, mesmo assim, tão bons, modernos e acessíveis, não são usados por uma grande maioria dos tais 2 milhões que não têm recursos a eles. E que sem boleia (veja o espírito de solidariedade que se cria na sua douta democracia) têm de se deslocar bastos quilómetros a pé. Já agora Sr. JMF alguma vez saiu de Lisboa? Conhece os transportes públicos portugueses nas mais diversas vilas e aldeias?
É por estas e por outras que eu considero que o editorial não é honesto. Falar do que de mal tem Cuba com o exemplo que tem em sua própria casa é de muita pobreza intelectual. E há tanta coisa de que se poderia falar para criticar Cuba e Fidel. Mas com gente deste tipo não faço coro.
sábado, agosto 12, 2006
1018. Pequenos acidentes
(onde o Pré arranja motivo para um post, deixando os grandes acontecimentos da humanidade de fora, a cargo de especialistas)
Este calor provoca uma reacção de moleza nos meus gatos. Há gatos deitados ao comprido por tudo quanto é casa. A ventoinha ligada é um convite para os bicharocos. Não tão perto quanto poderiam, dado o receio e a desconfiança de tal objecto mas, estrategicamente colocados onde a corrente de ar lhes torna o local aprazível. Um dos donos (eu, I, moi, ich) gosta de andar pela casa às escuras. Conhecedor dos seus cantos não precisa de acender luzes para caminhar. Só que se esquece que os gatos estão espalhados. Uma pisadela na Florinha, uma reacção instantânea – assim é que é sua felina – um forte miado acompanhado de um alto berro (meu, claro) um esguicho de sangue como se jorrassem mangueiras e eis-me a estancá-lo sobre os vários orifícios provocados por caninos (ou gatinos?) dentes. Felizmente que a gatinha parece nada ter sofrido senão a momentânea dor e o susto. Eu também já estou bem, obrigado.
(onde o Pré arranja motivo para um post, deixando os grandes acontecimentos da humanidade de fora, a cargo de especialistas)
Este calor provoca uma reacção de moleza nos meus gatos. Há gatos deitados ao comprido por tudo quanto é casa. A ventoinha ligada é um convite para os bicharocos. Não tão perto quanto poderiam, dado o receio e a desconfiança de tal objecto mas, estrategicamente colocados onde a corrente de ar lhes torna o local aprazível. Um dos donos (eu, I, moi, ich) gosta de andar pela casa às escuras. Conhecedor dos seus cantos não precisa de acender luzes para caminhar. Só que se esquece que os gatos estão espalhados. Uma pisadela na Florinha, uma reacção instantânea – assim é que é sua felina – um forte miado acompanhado de um alto berro (meu, claro) um esguicho de sangue como se jorrassem mangueiras e eis-me a estancá-lo sobre os vários orifícios provocados por caninos (ou gatinos?) dentes. Felizmente que a gatinha parece nada ter sofrido senão a momentânea dor e o susto. Eu também já estou bem, obrigado.
terça-feira, agosto 08, 2006
1017. Há dias assim
O dia acordou-se-me estragado. A manhã enevoada e a baixa temperatura, tendo em conta a expectativa, convidaram-me a não vestir os calções e a deixar a toalha no respectivo armário. Era uma vez um dia de praia. Logo aproveitei para tratar de alguns assuntos adiados pela boa causa das férias quando me deparei com o vidro da janela do meu carro escancarado. Uma olhada rápida permitiu ver que não se tratou de tentativa de furto pois nada faltava no seu interior. O motivo foi facilmente detectado. O elevador do vidro não o fazia ascender e o veredicto final foi da oficina: motor da janela pifado. Como há pouco mais de 15 dias tinha acontecido o mesmo ao carro da minha mulher terei de preparar uns duzentos euros para o estrago. Sobrou-me mais tempo ainda do que eu pensava para ocupar o meu dia sem praia. Andava há vários dias para reformatar o meu computador pois ele apresentava queixas que pediam um tratamento radical. Pois meus amigos, o computador não me reformata. São erros atrás de erros. Tenho a impressão que a reciclagem o espera. Há dias em que as coisas correm mal, mas como costumo ouvir dizer, antes isto do que partir uma perna. Por isso enquanto ainda faltam cerca de uma hora e meia para o dia acabar, vou-me deitar sossegadinho para ver se não tropeço em nada. Dasse.
PS. Pois então! Este post foi escrito para ser publicado aqui. No entanto quando o submeti aconteceu-me um INTERNAL SERVER ERROR. Só podia...
O dia acordou-se-me estragado. A manhã enevoada e a baixa temperatura, tendo em conta a expectativa, convidaram-me a não vestir os calções e a deixar a toalha no respectivo armário. Era uma vez um dia de praia. Logo aproveitei para tratar de alguns assuntos adiados pela boa causa das férias quando me deparei com o vidro da janela do meu carro escancarado. Uma olhada rápida permitiu ver que não se tratou de tentativa de furto pois nada faltava no seu interior. O motivo foi facilmente detectado. O elevador do vidro não o fazia ascender e o veredicto final foi da oficina: motor da janela pifado. Como há pouco mais de 15 dias tinha acontecido o mesmo ao carro da minha mulher terei de preparar uns duzentos euros para o estrago. Sobrou-me mais tempo ainda do que eu pensava para ocupar o meu dia sem praia. Andava há vários dias para reformatar o meu computador pois ele apresentava queixas que pediam um tratamento radical. Pois meus amigos, o computador não me reformata. São erros atrás de erros. Tenho a impressão que a reciclagem o espera. Há dias em que as coisas correm mal, mas como costumo ouvir dizer, antes isto do que partir uma perna. Por isso enquanto ainda faltam cerca de uma hora e meia para o dia acabar, vou-me deitar sossegadinho para ver se não tropeço em nada. Dasse.
PS. Pois então! Este post foi escrito para ser publicado aqui. No entanto quando o submeti aconteceu-me um INTERNAL SERVER ERROR. Só podia...
sábado, agosto 05, 2006
1016. Listas
(é pedir muito?)
Grandes insurgências contra o Governo pela publicação da lista de devedores ao fisco. Logo vozes se levantaram que também deveria ser publicada a lista (com certeza muito maior) das dívidas do Estado às pessoas e às empresas.
Ontem a revista Exame trazia a lista dos 100 mais ricos de Portugal e o valor das suas fortunas e, abreviando, informava que eles estão 13% mais ricos do que no ano passado. Claro está que nenhuma revista publica a lista dos 2 milhões mais pobres em Portugal, do seu rendimento mensal e de quanto aumentou a sua pobreza em relação ao mesmo período.
E já agora, à pala do que Vital Moreira escreveu no seu blog, onde sugeria que também fosse colocada a morada nas listas de devedores, eu sugeriria que, na lista dos pobres, fosse escrito para qual daqueles 100 mais ricos eles trabalham.
É pedir muito?
(é pedir muito?)
Grandes insurgências contra o Governo pela publicação da lista de devedores ao fisco. Logo vozes se levantaram que também deveria ser publicada a lista (com certeza muito maior) das dívidas do Estado às pessoas e às empresas.
Ontem a revista Exame trazia a lista dos 100 mais ricos de Portugal e o valor das suas fortunas e, abreviando, informava que eles estão 13% mais ricos do que no ano passado. Claro está que nenhuma revista publica a lista dos 2 milhões mais pobres em Portugal, do seu rendimento mensal e de quanto aumentou a sua pobreza em relação ao mesmo período.
E já agora, à pala do que Vital Moreira escreveu no seu blog, onde sugeria que também fosse colocada a morada nas listas de devedores, eu sugeriria que, na lista dos pobres, fosse escrito para qual daqueles 100 mais ricos eles trabalham.
É pedir muito?
1015. Adivinha
(ou como o Pre embora não tenha, como disse anteriormente, capacidade para escrever sobre a guerra Israelo-palestiniano-libanesa, vai seguuindo os acontecimentos)
Sabem qual a diferença entre uma folha de plátano, um cedro e uma estrela de David?
A resposta encontra-se nesta página.
(ou como o Pre embora não tenha, como disse anteriormente, capacidade para escrever sobre a guerra Israelo-palestiniano-libanesa, vai seguuindo os acontecimentos)
Sabem qual a diferença entre uma folha de plátano, um cedro e uma estrela de David?
A resposta encontra-se nesta página.
quinta-feira, agosto 03, 2006
1014. Digam-me para onde foge a vossa voz
(Aceitei o desafio da Hipatia lá no seu blog Voz em Fuga)
Talvez a intenção não fosse bem esta. Mas eu tenho por minha mania, e cada maluco tem a sua, como é vox populit, de assumir o meu próprio entendimento das coisas em detrimento do senso comum. Aliás, este personagem que desde sempre me perseguiu e que de vez em quando entra em diálogo comigo, ao qual (diálogo) só não o adjectivarei de acintoso ou bélico porque sou uma pessoa bem educada, mau grado muitas vezes o ter pensado, sem nunca o fazer, de o mandar bardamerda ou de lhe dar dois pares de estalos, dizia eu, o senso comum é um chato. Quando eu penso em fazer algo do qual ele não está de acordo, lá vem vele chamar-me a atenção do tipo, se eu fosse a ti não faria isso e se eu caio na asneira de lhe perguntar porquê, já sei que tenho sermão e missa cantada e, depois com uma réstia de paciência, que confesso de vez em quando já me vai faltando, lá entro em troca de galhardetes. O meu principal problema é dar a mão à palmatória e mesmo que embirrando com ele e assumindo que vou levar a minha avante, acabo por, às escondidas, conceder-lhe o benefício da dúvida que é como quem diz, ceder ao desgraçado e intrometido senso comum. Tenho a certeza, que ele, de quem não duvido ter pertencido a alguma daquelas organizações de espiões duplos ou a uma agência de detectives particulares, volto atrás de novo, dizia eu tenho a certeza que o tipo se fica a rir baixinho por saber que eu dei o braço a torcer. É assim um pensamento do tipo, o gajo fala, fala, está sempre com a garganta de que se assume contra o senso comum e no frigir dos ovos, que é como quem diz, no final da contas ou por outras palavras ao fim e ao cabo sempre vai aceitando o que o senso comum tem para lhe dizer. É por isso que não sei se deva aqui escrever o que no princípio eu tinha pensado ou se por obra do senso comum (por favor não te importas de me deixar em paz só por uns minutos?) eu deva seguir uma linha de texto que possa interessar aos leitores quer deste blog, quer do blog desafiador. Assim como assim, vou ainda pensar no assunto, mas deixo-vos já a informação que a minha voz foge mais para o lado da cana rachada. E se eu fosse um entendido em música talvez a pudesse caracterizar como uma Fá sustenido ou quiçá um Si bemol. Mas isso é só para quem percebe, não te metas nisso, está aqui a dizer-me ao ouvido, o senso comum. Bolas!
(Aceitei o desafio da Hipatia lá no seu blog Voz em Fuga)
Talvez a intenção não fosse bem esta. Mas eu tenho por minha mania, e cada maluco tem a sua, como é vox populit, de assumir o meu próprio entendimento das coisas em detrimento do senso comum. Aliás, este personagem que desde sempre me perseguiu e que de vez em quando entra em diálogo comigo, ao qual (diálogo) só não o adjectivarei de acintoso ou bélico porque sou uma pessoa bem educada, mau grado muitas vezes o ter pensado, sem nunca o fazer, de o mandar bardamerda ou de lhe dar dois pares de estalos, dizia eu, o senso comum é um chato. Quando eu penso em fazer algo do qual ele não está de acordo, lá vem vele chamar-me a atenção do tipo, se eu fosse a ti não faria isso e se eu caio na asneira de lhe perguntar porquê, já sei que tenho sermão e missa cantada e, depois com uma réstia de paciência, que confesso de vez em quando já me vai faltando, lá entro em troca de galhardetes. O meu principal problema é dar a mão à palmatória e mesmo que embirrando com ele e assumindo que vou levar a minha avante, acabo por, às escondidas, conceder-lhe o benefício da dúvida que é como quem diz, ceder ao desgraçado e intrometido senso comum. Tenho a certeza, que ele, de quem não duvido ter pertencido a alguma daquelas organizações de espiões duplos ou a uma agência de detectives particulares, volto atrás de novo, dizia eu tenho a certeza que o tipo se fica a rir baixinho por saber que eu dei o braço a torcer. É assim um pensamento do tipo, o gajo fala, fala, está sempre com a garganta de que se assume contra o senso comum e no frigir dos ovos, que é como quem diz, no final da contas ou por outras palavras ao fim e ao cabo sempre vai aceitando o que o senso comum tem para lhe dizer. É por isso que não sei se deva aqui escrever o que no princípio eu tinha pensado ou se por obra do senso comum (por favor não te importas de me deixar em paz só por uns minutos?) eu deva seguir uma linha de texto que possa interessar aos leitores quer deste blog, quer do blog desafiador. Assim como assim, vou ainda pensar no assunto, mas deixo-vos já a informação que a minha voz foge mais para o lado da cana rachada. E se eu fosse um entendido em música talvez a pudesse caracterizar como uma Fá sustenido ou quiçá um Si bemol. Mas isso é só para quem percebe, não te metas nisso, está aqui a dizer-me ao ouvido, o senso comum. Bolas!
quarta-feira, agosto 02, 2006
1013. Deambulando
(um capítulo onde o Pré se perde em sub-capítulos e onde se insinua que neste país e não só, há cobardes, mas só se insinua, não esperem coisas muito assertivas)
Eu tinha tanta coisa para falar, ou melhor do que falar mesmo escrevendo. Podia estar agora aqui a dissertar sobre a lista das dívidas ao fisco, se a montanha pariu um rato porque os vampiros que durante semanas, senão meses, estiveram à espera de sangue e depois saíram meia dúzia de nados-mortos, sem nada para chupar, nem cabeleiras loiras pelos ombros algures de Cascais ou da Quinta da Marinha, nem dirigentes ou clubes de futebol, nem políticos de renome ou se calhar sim mas os vampiros perderam o olfacto. Poderia falar do losango e que me perdoem Décartes, Gaspard Monge e Mandelbrodt mas não podiam ter baseado os vossos estudos noutra coisa que não fosse a geometria, porque para rapazinhos cuja maior parte não sabe mais do que somar dois com dois, mesmo assim, por vezes errando, coisas com losangos é, sei lá como dizer, muita areia para a camioneta deles o que vai obrigar o senhor engenheiro do penta a ter que mudar de sistema, quem sabe começando com a cartilha de João de Deus? Podia falar da nossa justiça, sem me meter em apitos dourados nem em casas pias, mas tão somente tentar ensinar certos juízes a nadar em poços de 10 metros de profundidade, depois de uma carga de porrada e inconscientes, ou será que inconscientes já o são, podia falar do Alberto João Jardim, outro poço, mas desta vez de bom senso, de educação, de cultura democrática, mas um poço tão fundo no qual nada disso se vislumbra e do medo que os do “contenente” têm dele, vamos lá a saber porquê. Podia também falar do festival de fogos que estão para vir e daqueles que já foram, mesmo dos que, à luz de uma sensata política editorial dos média não tenham sido transformados em espectáculo televisivo, nos foi sendo mitigada a informação. Podia falar da última sondagem TSF/Marktest em que é dado como crescente a popularidade do nosso governo e a confiança depositada no mesmo, mau grado a Ministra da Educação a puxar para baixo (como se diz em linguagem bolsista), versus o pulso que dia a dia a gente vai sentindo nas gentes simples que não fazem parte do painel escolhido pelas iluminadas agências. Podia falar da nossa cultura, da troca que Maria João Pires, farta dos “Morangos com Açúcar”, fez das telenovelas da TVI pelas telenovelas da Globo, quiçá com passagem paga por alguns trocos sobrantes dos muitos milhões de euros que Belgais já recebeu de apoio, ou falar da colecção Berardo e do sr. Joe que o Professor decidiu afrontar, sei lá eu do que poderia e do que deveria falar aqui. Mas do que eu gostava mesmo de falar era dessa loucura que grassa no Oriente Médio. Só que não tenho nem estofo, nem coragem. Acho que estou a ficar parecido com a União Europeia.
(um capítulo onde o Pré se perde em sub-capítulos e onde se insinua que neste país e não só, há cobardes, mas só se insinua, não esperem coisas muito assertivas)
Eu tinha tanta coisa para falar, ou melhor do que falar mesmo escrevendo. Podia estar agora aqui a dissertar sobre a lista das dívidas ao fisco, se a montanha pariu um rato porque os vampiros que durante semanas, senão meses, estiveram à espera de sangue e depois saíram meia dúzia de nados-mortos, sem nada para chupar, nem cabeleiras loiras pelos ombros algures de Cascais ou da Quinta da Marinha, nem dirigentes ou clubes de futebol, nem políticos de renome ou se calhar sim mas os vampiros perderam o olfacto. Poderia falar do losango e que me perdoem Décartes, Gaspard Monge e Mandelbrodt mas não podiam ter baseado os vossos estudos noutra coisa que não fosse a geometria, porque para rapazinhos cuja maior parte não sabe mais do que somar dois com dois, mesmo assim, por vezes errando, coisas com losangos é, sei lá como dizer, muita areia para a camioneta deles o que vai obrigar o senhor engenheiro do penta a ter que mudar de sistema, quem sabe começando com a cartilha de João de Deus? Podia falar da nossa justiça, sem me meter em apitos dourados nem em casas pias, mas tão somente tentar ensinar certos juízes a nadar em poços de 10 metros de profundidade, depois de uma carga de porrada e inconscientes, ou será que inconscientes já o são, podia falar do Alberto João Jardim, outro poço, mas desta vez de bom senso, de educação, de cultura democrática, mas um poço tão fundo no qual nada disso se vislumbra e do medo que os do “contenente” têm dele, vamos lá a saber porquê. Podia também falar do festival de fogos que estão para vir e daqueles que já foram, mesmo dos que, à luz de uma sensata política editorial dos média não tenham sido transformados em espectáculo televisivo, nos foi sendo mitigada a informação. Podia falar da última sondagem TSF/Marktest em que é dado como crescente a popularidade do nosso governo e a confiança depositada no mesmo, mau grado a Ministra da Educação a puxar para baixo (como se diz em linguagem bolsista), versus o pulso que dia a dia a gente vai sentindo nas gentes simples que não fazem parte do painel escolhido pelas iluminadas agências. Podia falar da nossa cultura, da troca que Maria João Pires, farta dos “Morangos com Açúcar”, fez das telenovelas da TVI pelas telenovelas da Globo, quiçá com passagem paga por alguns trocos sobrantes dos muitos milhões de euros que Belgais já recebeu de apoio, ou falar da colecção Berardo e do sr. Joe que o Professor decidiu afrontar, sei lá eu do que poderia e do que deveria falar aqui. Mas do que eu gostava mesmo de falar era dessa loucura que grassa no Oriente Médio. Só que não tenho nem estofo, nem coragem. Acho que estou a ficar parecido com a União Europeia.
terça-feira, agosto 01, 2006
1012. Praias de Portugal - Oásis no interior alentejano
(O Pre também publicou este post no Ante et Post onde os seus companheiros e companheiras de blog têm primado pelo bom gosto das suas, dele e delas, fotos. Vai daí ele que não se quis deixar ficar para trás, pimba!. Sem dopping.)
Esta é a Tapada Grande na Mina de S. Domingos.
Tem muitos prós: É uma praia fluvial sem correntes, a bandeira está sempre verde, não há motas de água, as sombras são naturais (dispensam-se chapéus de Sol) e tem um bar a menos de 20 metros da praia onde a lista ainda é em português.
Tem alguns contras: A água é doce e, como não podia deixar de ser por se encontrar bem no interior do país, os sons que nos rodeiam em Agosto são muito do tipo "arrête Jacques-Marie si non levas une bofetada qui je te fodo".
Mas em contrapartida: Cantam os passarinhos pela manhã. E também tem Evas (vá lá, condescendendo para a audiência feminina, alguns Adões). E assim não sei se lhe hei-de chamar Oásis se Paraíso.
(O Pre também publicou este post no Ante et Post onde os seus companheiros e companheiras de blog têm primado pelo bom gosto das suas, dele e delas, fotos. Vai daí ele que não se quis deixar ficar para trás, pimba!. Sem dopping.)
Esta é a Tapada Grande na Mina de S. Domingos.
Tem muitos prós: É uma praia fluvial sem correntes, a bandeira está sempre verde, não há motas de água, as sombras são naturais (dispensam-se chapéus de Sol) e tem um bar a menos de 20 metros da praia onde a lista ainda é em português.
Tem alguns contras: A água é doce e, como não podia deixar de ser por se encontrar bem no interior do país, os sons que nos rodeiam em Agosto são muito do tipo "arrête Jacques-Marie si non levas une bofetada qui je te fodo".
Mas em contrapartida: Cantam os passarinhos pela manhã. E também tem Evas (vá lá, condescendendo para a audiência feminina, alguns Adões). E assim não sei se lhe hei-de chamar Oásis se Paraíso.
1011. Até se me pegaram as entranhas
(Onde o Pré, atento ao que o rodeia glosa com as instruções de utilização de uma embalagem de cola e fala de Fernando Pessoa)
“A minha Pátria é a língua portuguesa” escreveu-o Fernando Pessoa no seu Livro do Desassossego. Não sei se inspirado nesta frase criou-se a Comunidade de Países de Língua Portuguesa, inaugurou-se o Museu da Língua Portuguesa, Organizam-se campeonatos nacionais de língua portuguesa nos jornais e na televisão, a mesma televisão que todos os dias nos ensina pelo menos uma palavra em português. Fazem-se sketchs (como será que se diz em português?) teatrais onde se caricatura e ironiza com as calinadas e não é com rara frequência que se diz que a nossa língua é muito traiçoeira, por permitir duplos sentidos onde proliferam homófonas e homónimas e onde as cacofonias assumem, até, sons com alguma piada. Ouve-se a todo o instante alguém defender a nossa língua, aliás a sexta língua mais falada no mundo, mesmo nas suas diferenças regionais e na utilização de vocábulos não universais para toda a comunidade. Assim pensamos nós e também assim pensarão o s outros, os estrangeiros, na defesa da sua própria língua. Não sei se por uma questão de defesa da língua nacional, se apenas para cabal esclarecimento e protecção dos consumidores, tenha a União Europeia dado o passo com a normativa que obriga que os produtos vendidos em cada país, contivessem textos (instruções, composição, recomendações, etc.) na língua oficial (ou oficiais, quando mais do que uma). Ora eu, que até sou poliglota, aplaudo a directiva, mas gostaria de exigir que ela fosse cumprida. É que uma coisa é os textos serem escritos em português, outra coisa é isto:
Super pegamento instantâneo
Serve para colar: Plásticos, cerâmicas, cauchos, gomas, porcelana, madeiras duras, mármore, metais, nácar, marfim, vídrio, etc.
Modo de uso:
As superfícies a colar deberão estar limpas, secas e sem polvo nem estar grassentas. Aplicar um pouco de pegamento. Só com uma gota é bastante. Se pôr demasiado, a efectividade e a rapidez não é tão grande. Unir as peças entre si, evitando o contacto com os dedos. Pressionar durante uns 15-30 segundos, o tempo necessário para a união, alcançando a máxima resistência em umas 12 horas. Sacar a punta depois da usagem e enrroscar a capucha até quedar perfeitamente fechado. Extraer os resíduos com acetona. Conservar em um lugar fresco e seco, pretigido da luz.
Notas: 1. instruções numa embalagem de cola importada; 2. realces no texto da minha responsabilidade.
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