terça-feira, agosto 15, 2006

1020. E no entanto eles “andem” aí
(Onde o Pré reflecte sobre a pobreza do seu álbum de fotografias e mostra o orgulho de ter tido uma vez o currículo enriquecido)


As minhas relações pessoais com figuras públicas são completamente insignificantes. Talvez os dedos das duas mãos sejam demasiados para contá-las. Não me refiro a ter amigos mas sim a conhecimento pessoal (exclui-o a visualização televisiva). Senão vejamos. Da política conheci e conversei algumas vezes com um ex-primeiro-ministro e fui colega de liceu e amigo de juventude de um outro. Mas a questão nem é exactamente contactar com eles. É mesmo vê-los ao vivo e a cores. Eu nunca vi, nem de longe nem de perto, nenhum presidente da República, nenhum outro primeiro-ministro que os dois acima referidos, nem nenhum das dezenas de ministros que já tivemos. Viajei uma vez, lado a lado, de Bruxelas para Lisboa com um ex-secretário de estado e conheço pessoalmente outro. Para as centenas que já tivemos, reconheço que são poucos. O mesmo se poderia dizer dos milhares de deputados que já passaram quer pela Assembleia Nacional do tempo da outra senhora quer pela Assembleia da República. Só dois, apenas doizinhos. Um, vi-o numa missa a que assisti e outro passei por ele numa praia do Algarve. No mundo da cultura e das artes e do desporto o panorama não é muito diferente. Tirando os espectáculos ao vivo e os jogos a que assisto, poucas são as pessoas com quem já me cruzei na rua. Almocei uma vez num restaurante onde, ao meu lado, almoçava o Manoel de Oliveira e conversei muitos quinze minutos com Canto e Castro nas viagens de cacilheiro de Lisboa para Cacilhas. Conheço, desde miúdo, o vocalista dos UHF e cruzei-me num centro comercial com o jogador Mário Jardel. É verdade, também estive uma vez à conversa com o Ricardo Araújo Pereira. E é quase tudo no que diz respeito a minha presença simultânea no mesmo espaço com as figuras do mundo social, político e artístico. Mas tenho uma coroa de glória, ah isso é que tenho. Embora tivesse estado a conversar mais de dez minutos com ela antes de saber de quem se tratava, posso vos dizer que me encheu de orgulho conhecer uma certa pessoa importante. Refiro-me à Encandescente que tem o melhor (para mim, o melhor) blog de poesia da blogosfera portuguesa. Digam lá se não vale a pena conhecer pessoas assim?

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