1081. Paguemos e não bufemos?
Os jogadores de futebol vão deixar de ter um regime especial de tributação. Começo por dizer que acho bem. Acho bem que acabem os regimes especiais seja para jogadores de futebol, seja para profissionais em qualquer outra actividade. Se temos que pagar impostos que paguemos numa base igualitária. Entretanto o Sindicato do Jogadores põe como hipótese decretar uma greve de jogadores contra esta medida do governo. Continuo a minha reflexão com um também acho bem. E acho bem não pelo particular motivo desta greve, mas pelo que deveria ser um movimento geral dos cidadãos. Um dia destes, aqui no meu recanto fiz um pequeno apanhado de em quanto contribuo para os cofres do Estado. Considerando o IRS e a Segurança Social são 40% à cabeça. Do restante que recebo (há quem chame salário líquido, eu chamo-lhe grãos de areia) e que serve para eu pagar os bens que consumo sem sobrar um tusto, vão mais 21% em IVA. Tendo em conta que fumo (poderão dizer problema meu, mas a verdade é que fumo) e que ando de carro, o tabaco e a gasolina têm uma tributação que chega a atingir praticamente 70% do PVP. Pago IMI, taxa de saneamento e IMV. Sou duplamente tributado quando compro um carro pois não só pago IA como pago, também, IVA sobre o preço do carro com IA. E se me esqueci de alguma taxa mais, perdoem-me, mas assim, num só ano, mais de 60% do meu rendimento vai para o Estado. Voltando à vaca fria, acho bem a greve contra os impostos. Acho até bem uma greve geral, um levantamento popular, uma revolução. Ou não foi por se revoltarem contra os impostos que a corte britânica lhes impunha, que os americanos declararam a independência dos Estados Unidos?
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