quinta-feira, fevereiro 14, 2008

1162. Lemnbranças

A Mirian, do Caldeirão da Bruxa, lembrou-me que em tempos eu escrevi isto:

Quis pintar essa rajada de vento de outra cor.
Fiquei na dúvida... Não me lembro que cor tinha antes.

Fiquei ébrio com o odor daquele fá sustenido saí­do das ondas.
Apenas não me lembro do cheiro.

Não vi o som que brotava mas que me invadiu.
Que distracção a minha. Como poderei agarrá-lo de novo?

Toquei no nada, mas ele já lá não estava.
Raiva! Porque fugiu de mim? Era tão quente!

Amei o mar e do acto nasceu uma sereia,
Consigo ouvir o som dela, mas não a consigo tocar.
É igual ao fá sustenido, só que cheira a pôr do Sol.

Não. O cheiro não é o mesmo, mas tem o calor do nada.

Já sei! Vou pintar a rajada de azul...
É da cor do mar e depois... depois vou fazer amor com ela.


E a Mirian colocou essa lembrança na sua série "buraco da fechadura". Obrigado.

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