1179. Finalista. O meu filho.
Primeiro andei eu ali de máquina fotográfica para não perder momento nenhum e tu a espreitares a luz do dia sem saberes muito bem onde estavas. Mas eu estava lá. E depois aqueles caracóis do cabelo e a cara de malandreco a deitar as passas de uva no chão e a fazer gracinhas, e eu a ver. E a ouvir contares anedotas picantes, quando ainda nem sabias os significados das palavras. E a levar-te ao parque dos skates com as mãos na cabeça e rezar para que não desses nenhum trambolhão, como aquele que, ainda de chucha, me obrigou a levar-te a S. José. Também assisti ao teu baptismo de Capoeira e claro, era eu quem abria os cordões à bolsa para comprares os sprays com que grafitavas muros e paredes. Tenho estado sempre e estarei também nesta bênção das fitas. Mas tu estás a chegar ao fim de um ciclo, estás quase a formares-te e, como já és adulto vais, com certeza, querer caminhar sozinho. Tem cuidado com as armadilhas mas segue sempre de cabeça erguida. Com dignidade e sem abdicares daquela personalidade forte que contigo nasceu e que tens preservado e apurado. Sem arrogâncias nem sobranceirismos, sendo humilde sempre que seja necessário, mas forte e firme de convicções. E que mais? Que se for preciso eu estou e estarei presente.
Ass. Pai, 17-05-2008
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