Antes que comece o período de reflexão, tenho de mandar cá
para fora as minhas mágoas. Estou num pentalema ou mais, porque isto já não é
dilema, nem trilema nem o raio que o parta. Já recebi na minha caixa do correio
as listas de todos os principais partidos em jornais, brochuras ou flyers e dos que não recebi vou olhando para os
outdoors e para os mupis. Oiço dizer que
nas Autárquicas o que interessa são as pessoas, normalmente dito pelos partidos
que estão à rasca. Tenho de vos dizer que nem nas listas da CM, nem nas da AM nem
mesmo, estas que deviam ser das pessoas mais pertinho de mim, da Junta de Freguesia,
não conheço uma única pessoa. É obra. Bem sei que o Concelho tem mas de 180 mil
habitantes, mas eu conheço pelo menos 3 mil deles. Nenhum nas listas? Bolas!
Bom, tendo em conta que o PCP mais uma vez ganhou estas
eleições, que o PS mostrou aos portugueses que este governo não tem futuro, que
o PSD vai dizer que esta votação não pode ser confundida com o mandato que
recebeu dos portugueses para governar, que o CDS vai dizer que onde há lavoura,
as pessoas não esquecem quem lhes quer bem, apesar de não estar muito
satisfeito com Ponte de Lima, que o BE vai dizer que Salvaterra de Magos é o
exemplo da justeza da sua política anti-piropos e quiçá anti-touradas, que o
MRPP voltará a dizer que se não fosse as pessoas confundirem a foice e o
martelo no símbolo da CDU teria ganho muitas câmaras, principalmente no
Alentejo, vejo-me na obrigação de declarar que não voto em independentes. Eles
são independentes de quem? E se correr bem para eles mas mal para as populações
vamos penaliza-los como? Não votando no partindo independente?
Ufa! Isto já não é um pentalema. Isto é uma confusão do
caraças. Mas uma coisa é certa. Vou votar. Não dou a chance a ninguém me dizer,
“não faz mal, eu votei por ti”.