816. Apontamentos
• Não consegui vencer o jet lag. Às 10 da noite caía de sono às 4 da manhã já estava acordado.
• Auras Tiñosas, as aves mais vistas nos céus de cuba. Parecem-se com grifos, voam como as cegonhas e são abundantes como as gaivotas. São pretas e têm a cabeça vermelha.
• Especialidade da casa no restaurante Al Aljibe, um dos mais famosos de Cuba. Toma lá 43 CUCs por duas pessoas para comer frango no forno acompanhado de arroz branco e feijão preto. Especialidade só mesmo o preço.
• À boleia. Os transportes públicos são poucos e maus. Em todos os semáforos ou ao longo das ruas e das estradas há magotes de pessoas à boleia. A solidariedade funciona.
• Patrulha e segurança. Numa festa de 30 crianças, no meio dos espectadores contei 140 polícias. Depois desisti de contar.
• Brilho nos olhos. Das crianças a quem distribuí caramelos, canetas, lápis, afias, borrachas, réguas e outros regalos.
• Os táxis que não são táxis. Mesmo correndo riscos, por ser proibido e não estar coberto por seguro de passageiros, optei algumas vezes por utilizar a oferta de carros particulares como táxis. O preço era o mesmo e foi uma maneira que arranjei de aumentar o escasso salário a alguns cubanos.
• Puros. A venda de charutos nas ruas é proibida. Para quem vende e para quem compra, sujeita a forte penalização. Não consegui dar 50 passos sem ser abordado por alguém a querer vender-me puros. Yo solo fumo cigarrillos, foi a minha desculpa, para que se afastassem.
• “Varadero no es Cuba”. De facto esta frase ouvida de mais de uma pessoa é absolutamente verdade. Em Varadero não se têm a mínima noção de que se está em Cuba, excepto se se perguntar a nacionalidade aos empregados dos hotéis e dos bares. Pode-se estar em Varadero como em qualquer outra praia das Caraíbas.
• Fachadas (na foto). As casas em cuba são na maioria muito bonitas. Infelizmente a maioria está em ruínas embora habitadas. Em certas ruas, principalmente de Havana Velha, parece estar-se num cenário de pós-guerra. Os seus proprietários não têm condição económica para as mandar arranjar. O Governo tem-se encarregado de recuperar as fachadas. Para turista ver.
• Sem-abrigo. Não há sinais de sem abrigos nas ruas de Havana. O degradante espectáculo de gente a dormir pelas ruas em Lisboa, não tem paralelo em Cuba. Deu para ver que no mínimo todos têm uma barraca onde morar.
• Propina (gorjeta). É uma instituição. A mendicidade praticamente não existe nos moldes que a conhecemos noutros países, nomeadamente em Portugal. Em 9 dias, apenas vi um senhor de prótese, sentado num muro solicitando uma esmola. No entanto, a cada acto se espera por uma gorjeta. Até no free-shop do aeroporto, nas caixas existe uma cestinha para la propina.
• Putas (II). A prostituição existe mas é discreta. O assédio faz-se nas praias, nas piscinas dos hotéis e por aí fora. Mas insinuada, esperando que seja o turista efectivamente a assediar.
• Mini saia. Não se esperava outra coisa num país onde faz calor todo o ano.
• As casas de câmbio são também uma instituição. Formam-se filas de cubanos para trocar os escassos pesos cubanos que lhes sobra do salário por alguns CUCs. Os restantes são adquiridos em vários expedientes.
• Segurança. Evitando percorrer á noite algumas ruas mais isoladas e de escassa iluminação, é seguro andar pelas ruas de Havana. Um ou outro carteirista (que não presenciei, apenas me inteirei da sua existência) constituem a excepção. Nunca me senti ameaçado.
• Cintilantes eram os pescoços, os dedos e os pulsos de alguns, poucos, cubanos e nenhuma cubana. Cintilantes de ouro. Exageradamente cintilantes, para uma população na generalidade pobre. A estes não tive coragem de perguntar como é que tinham tanto ouro ou porque é que os ostentavam. Fica para a próxima. Não gosto de fazer suposições.
• Tirei quase quatrocentas fotografias.
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