terça-feira, maio 30, 2006

978. Força malta, todos a bater no Scolari

Tudo serve para criticar Scolari. É o todo-poderoso e intocável presidente do FCP, a dizer que ele goza com os clubes (leia-se FCP). Este personagem, que recusou a ida de Vitor Baía ao Mundial de 1989 na Arábia Saudita, é o mesmo que liderou a campanha pela convocação de Vitor Baía para este mundial, ao contrário não se tendo pronunciado sobre as opções do seu próprio treinador ao preteri-lo da sua própria equipa. Obviamente que existe muita dor de corno na não convocação de mais jogadores do FCP sendo este campeão nacional. Mas convocar quem? Helton, Marek Cech, o angolano (?) Pedro Emanuel, Lucho, Alan, Adriano, Lisandro, Macarthy? Ou seria Quaresma que, como se viu nos sub-21, demonstrou uma falta de maturidade para este tipo de competições? Acho que Pinto da Costa só chuta de trivela.
*
Se não me admiram as provocações de Pinto da Costa, também não me surpreendem os dislates de Miguel Sousa Tavares. Hoje para embirrar com Scolari, abordou em A Bola, as bandeiras nacionais, o estágio em Évora e as equipas contra quem jogamos na preparação. É óbvio que o Sousa Tavares é livre de escolher como seus heróis quem ele muito bem entenda. Não contesto a sua opção por Maria João Pires ou António Damásio em vez de Luís Figo ou Cristiano Ronaldo. Mas quem quiser ler com atenção o seu artigo esta sua revelação de patriotismo tem apenas que ver com o facto de ter sido um tipo da bola a ter apelado para o espírito patriótico dos portugueses. Um tipo da bola, mas pior que isso, “um brasileiro”. É ele que o refere, não eu. Fico no entanto sem perceber se ele acha o desfraldar de bandeiras uma saloiice, só possível num país de pacóvios como o nosso, ou se ele acha que a Ministra da Cultura, essa sim uma Portuguesa, deveria também apelar ao desfraldar de bandeiras pelo reconhecimento internacional da obra de Damásio e de Maria João Pires.
Quanto ao estágio em Évora e não nos Alpes Suíços, como referiu sobre a opção de outra selecção, só pode ser má-língua ou então distracção. Aquando da marcação do estágio para aquelas paragens (não esquecer que Beja lutou até ao fim para ganhar a presença da Selecção), não era possível prever temperaturas anormais, sublinho anormais, para a época. Estas são temperaturas habituais em Julho e Agosto, mas extraordinárias para Maio. O que aliás parece apenas ter-se verificado durante 3 dias. Já na Alemanha, o habitual é no mês de Junho se terem temperaturas na ordem dos 20 graus. Mas isso agora não interessa para nada. Ao longo de toda a caminhada das Selecções nacionais sob o comando de Scolari, nunca Miguel Sousa Tavares se coibiu de o criticar. Portanto levaria porrada na mesma, se estivesse agora a treinar debaixo de chuva e com temperaturas de 5 graus centígrados, lá nos tão deliciosos Alpes.
Já agora, sobre as selecções escolhidas para a preparação, Miguel Sousa Tavares encarrega-se apenas de mostrar uma parte da questão. Aliás como advogado que é, poderá ser deformação profissional. É normal aos advogados apenas estarem de um só lado, o da defesa ou o da acusação. E portanto a análise bilateral é irrelevante. Elogia ele os nossos adversários por terem escolhido antagonistas manifestamente mais fortes para se preparem, ao contrário de nós que escolhemos Cabo Verde e o Luxemburgo. E o que dizer dos tais antagonistas que pelo outro lado do prisma escolheram adversários manifestamente mais fracos? No entanto é sabido que as fases finais destas competições Europeias ou Mundiais são sempre competições de fim de época, onde os jogadores se apresentam quase sempre deficitários em frescura física, devido á carga de jogos efectuados. Quem iria depois responsabilizar Scolari se os jogadores, face a exigências físicas suplementares, tivessem defrontado, nesta fase, uma França, uma Holanda, uma Alemanha, um Inglaterra e se se viessem a apresentar muito mais cansados do que já é normal nesta altura do ano? Seria obviamente Miguel Sousa Tavares. Está à vista.
*
Já me admiro mais que aquele que foi durante muito tempo referido por Pinto da Costa como o sobrinho de Vitor Santos, alinhe pelo mesmo diapasão do presidente portista. Para Rui Santos além de uma outra data de considerações de ocasião, critica a selecção pela sua descontracção, tendo chegado ao cúmulo de no último Domingo, na SIC notícias, ter criticado os jogadores, os técnicos e a Federação por estes terem dado uns chutes na bola junto ao Templo de Diana. Não consegue ver, Rui Santos, quão ridículas são estas considerações? Os jogadores concentram-se, treinam, jogam e descontraem-se. Todas as selecções fazem o mesmo. Todos dão os seus passeios e convivem com as populações. Afinal, ao contrário de Miguel Sousa Tavares ainda há muitas dezenas de milhões de pessoas que têm nos seus ídolos, os jogadores de futebol. Ou será que o senhor, não gosta particularmente do Templo de Diana e fui eu que confundi com uma malapata contra Scolari?
*
Finalmente António-Pedro de Vasconcelos, tenho muito respeito pela sua obra cinematográfica da qual, confesso, gosto particularmente. Mas não seria já hora de regressar ao cinema? Nem por Scolari ter convocado Deco, elemento preponderante do seu clube, o Barcelona, você está feliz? Ah, é verdade, Deco também é brasileiro. Que chatice!

PS. Até á hora que publico este post, o meu post anterior não teve um único comentário. Mas vocês não gostam da fruta, ou quê? Olhem bem que os morangos lá descritos são ali da nossa região saloia e não morangos do nordeste brasileiro. Nem tudo é culpa do Scolari, caraças.

Sem comentários: