sexta-feira, janeiro 25, 2008



1152. Foi há um ano


1. Faz hoje precisamente 1 ano que deixei de fumar. Ao fim de 34 longos anos de “agarrado” tomei a firme decisão de me antecipar à badaladíssima nova lei do tabaco. Aquilo que perdi do, agora reconhecido como fátuo, prazer em puxar do cigarro e jogar umas valentes baforadas para o ar, ganhei com vantagem em qualidade de vida. Não sei se estou mais saudável ou não, nem faço questão de ir a meças. O que sei e posso-vos garantir é que estou mais livre. E a liberdade trás-nos qualidade de vida. Está dito.
2. A propósito de ter deixado de fumar nunca tomei, como outras pessoas que conheço, atitudes fundamentalistas para com os fumadores. Qualquer amigo meu que fume é bem recebido em minha casa e não terá de ir fumar para a varanda. No entanto eu próprio adquiri certos hábitos de protecção ao fumo que foram surgindo natural e progressivamente. E era por isso que, mesmo antes da lei, eu já não frequentava restaurantes que não tivessem uma área ampla e razoavelmente protegida destinada a não fumadores. Uma das minhas auto-defesas, entre outras. E como há muito mais não fumadores do que fumadores em Portugal, não acredito nadinha nessa treta dos restaurantes e bares estarem a perder freguesia. Ou querem que publique fotos diárias de restaurantes cheios e com fila de espera?
3. Quanto à nova lei do tabaco estou de acordo com ela na generalidade. Tenho no entanto alguns reparos, poucos, a fazer-lhe um dos quais já expressei em post anterior, a propósito de uma petição cibernética que também assinei. Sou a favor da criação de salas de fumo, condignas e arejadas, nos espaços dos aeroportos. Sou também a favor de que se criem áreas em grandes centros comerciais, onde seja possível fumar. Os não fumadores são absolutamente livres de não frequentarem esses espaços e de lhes passarem a razoável distância. E estou convencido que o, chamemos-lhe assim, condomínio desses centros estaria, na generalidade, disponível para investir em mais potentes e eficazes sistemas de extracção. Houve no entanto um local onde a lei não restringiu o fumo, penso que por escondida subserviência a interesses ou por “excesso de senso” do legislador: os estádios de futebol com lugares marcados. Sim porque não sendo possível ir ocupar o lugar de outro eu terei de gramar com o fumo dos que estão na fila de baixo, na fila de cima e ao lado. Mas eu arranjei um esquema de furar a lei. Vai ser muito difícil apanharem-me de novo na bola. Ou então só vou ver o Benfica com o Cascalheira-de-Cima. Com o estádio às moscas escolho o lugar que me aprouver.


PS. De vez em quando ainda sinto vontade de fumar um puro. Abro a caixa cheiro-os e volto a fechar. Também se vive de recordações.

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