1221. Abandono

Não amigos, só porque não escrevi ontem, não abandonei o blog. E tinha imensas coisas para escrever. Escrever sobre coisas desagradáveis como foram as entrevistas da Nelita Ferreira, nada desadequada aos tempos que correm (mas o que faz uma pessoa que deveria estar na reforma correr contra o tempo?) ou do nosso primeiro, o menino Zé, esse sim actualizadíssimo com a seu choque tecnológico apoiado numa semana de 60 horas a fazer inveja aos patrões do século XIX, está a ver Sr. Van Zeller o tipo gosta de si. Pois também poderia ter escrito sobre o artigo 51 que a fiar nos jornais e nos telejornais o povão não sabe o que é, mas que os dirigentes dos clubes de futebol sabem, tanto que já decidiram que a tentativa de corrupção (por parte deles, clubes de futebol, claro) não dará descida de divisão. Também teria tido motivo para especular sobre quanto dinheiro os jornais desportivos, sem excepção, já realizaram a vender jogadores ao Benfica, mas preferiria ter aqui comentado, não faltarão oportunidades, a beleza irreverente de Catarina Furtado "à procura de Sally" . Estive alguns dias desta semana de Chef graças às visitas de algumas amigas dos meus filhos a quem tive a obrigação de presentear com alguma da popular mas deliciosa cozinha portuguesa onde não faltou o bife à portuguesa em frigideira de barro e onde não só pontuou a alcatra que o meu amigo Jorge do Talho 30, (na Rua António Elvas, Laranjeiro – pub não paga) me forneceu, mas também o presunto de porco preto, o azeite de Moura e a batata do Sr. Felgueiras (a quem desejo daqui as rápidas melhoras pela sua recente enfermidade) e o pargo no forno com molho de cebola, pimentos e chouriço de Barrancos. Escusado será dizer que nem o queijo da Serra, nem as tortas de Azeitão, nem os Ovos Moles, nem o Vinho do Porto faltaram, nem aquele branco seco Duas Quintas, Douro ficou esquecido no frigorífico. E enquanto as meninas bebiam coca-cola light eu e o meu sogro deixavamo-nos acariciar por um excelente Private Selection - Palmela DOC 2004. Nessa altura a alcatra riu-se quando velhote disse que para ele, se era tinto, era bom. Mas alonguei-me demais quando eu vim aqui apenas para vos dizer que vou a banhos. Não como diria o saudoso António Silva, não vou a águas para o Cartaxo, mas espero primeiro banhar-me nas tépidas águas da praia da Tapada Grande na Mina de S. Domingos e uns dias mais tarde, enfrentar um pouco da confusão mas morder o sal das águas Algarvias. A gente volta a ver-se lá mais para diante. E até lá sejam felizes.