768. A minha prima Carla
O texto hoje publicado no Alto Mar fez-me lembrar uma velha história. A minha prima “Carla” (nome fictício – esta aprendi com o Correio da Manhã e com a TVI), sempre teve o seu quê de irreverente. Desde muito nova trabalhou como balconista numa loja de pronto-a-vestir. Um bem-posto cavalheiro, depois de provar e de se decidir por um fato de alpaca azul-escuro, a condizer com uma camisa de risca fina, também azul (a risca) que, à falta de Rosa & Teixeira, era apenas Pierre Cardin e de uma gravata em seda da Dior, obviamente amarela com aplicações azuis, notem que o amarelo era mais amarelo-torrado, mandou passar a factura em seu nome. E que nome devo inscrever na factura?, perguntou-lhe a “Carla” (nome fictício), não antes de se certificar de que o referido senhor era portador do seu número de contribuinte ou se pelo menos o sabia de cor. Que sim senhor, pode passar em nome de Eng.º Fulano de Tal. Apanhei-te pensou a “Carla” (nome fictício), tem graça que tenho um primo com o mesmo nome que o senhor. A sério, também se chama Fulano de Tal?, perguntou admirado o cliente do fato azul em alpaca finíssima de uma marca italiana cujo nome olvidei. Esta admiração advinha do facto de Fulano de Tal ter um nome pouco comum, mas menos complicado do que Hipaninondas ou Eufrázio. Que não, respondeu a “Carla” (nome fictício), o meu primo também se chama engenheiro.
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