segunda-feira, julho 04, 2005

770. Profundo

Enquanto alguns dos meus mais depravados amigos e obviamente amigas também visitavam a Feira Erótica, passeava eu pelo Alentejo mais profundo, terra que adoptei de alma e coração, ou não fosse eu um apaixonado pela minha Maria, essa sim Alentejana de todos os costados. E quando os alentejanos cantam ao despique, e os copos vazam os jarros, e os jarros esventram os pipos, obtemos pérolas destas.


Ê já vi nascer o Soli
Entre as forcas dum chaparro
Engani-me que era a Lua
O Sol na nasce tão tardi.

Ê subi o êcalitro
Com o tê retrato na mão
Desêcalitrei-me dali a baixo
Bati c’ os cornos no chão.

Hoje tá lindo o luar
Que bonita vai a Lua
Na te ponhas praí olhar
Qu’ê te quero ver-te nua.

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