901. Gato escondido com o rabo de fora...
Entre 1982 e 1988 trabalhei numa companhia de seguros. Por essa época, não me lembro em que ano, aqui del-rey que o sistema de reformas em França estava a entrar em falência e que dentro de 15 anos não haveria nem mais um tostão (leia-se cêntime) para pagar as ditas. Vai daí toca de estudar produtos de poupança-reforma e, como uma seguradora não é uma instituição financeira, incluir uma componentezinha de seguro de vida. Rapidamente os arautos da desgraça (ou os oportunistas do dinheiro fácil) espalharam que Portugal estava na mesma situação. E lançaram o “produto” por cá. Entretanto, em França, os velhos continuam a reformar-se, os reformados continuam a receber, e lá como cá, as companhias de seguros e outros esmifradores continuam a encher-se. Os fundos de pensões, tirados dos salários dos trabalhadores e que nunca chegaram a sair das empresas, foram outras das invenções destes mealheiros-porquinhos de barriga cheia). Não nego, antes corroboro a insustentabilidade da Segurança Social. Mas contesto os métodos usados para a gerir e os alarmismos do nosso Ministro das Finanças. Se em vez de serem promovidos de governantes a presidentes de conselhos de administração, os responsáveis pela gestão dos dinheiros públicos, nomeada e principalmente os que têm tido responsabilidades pela segurança social, tivessem de ser julgados nas barras dos tribunais, talvez hoje já alguém tivesse criado as verdadeiras alternativas, sem passar pelo enche-cú de companhias de seguros e afins. E sem políticas anti-sociais como o aumento generalizado da idade da reforma. Isto sou eu que digo, sei lá, porque sou tonto.
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