916. Excentricidades
O T.O.M. e a aNa desafiaram-me a contar aqui algumas das minhas excentricidades. Para ser mais preciso, 5 delas na continuação de uma corrente de confissões que se transmite na blogosfera livre e independente. Ora sendo eu um rapazinho de muitas virtudes e poucos defeitos, poder-se-íam incluir essas excentricidades no conjunto dos defeitos ou intersectar este subconjunto com o inicial, o das virtudes, pois nem toda a excentricidade tem forçosamente que ser um defeito. Na realidade temo que o subconjunto das excentricidades venha a dar um conjunto vazio e assim defraudar as expectativas de quem me desafiou e pior, as minhas, chegando à conclusão que ou eu não sou um excêntrico, ou não tenho a mínima capacidade introspectiva para me descobrir. A não ser que se considere excêntrico um tipo que em casa, nas reuniões familiares mais intimas, onde não se discutindo o estado da nação, se conjectura o futuro próximo, o faça sempre à luz da formulação de uma teoria matemática, utilizando umas vezes as séries de Euler, outras as de Fourrier e não poucas vezes trazendo à liça os clássicos como Aristóteles ou Arquimedes, como daquela vez em que se debatia se era mais confortável um homem usar slips ou cuecas tipo boxer. Não vejo que um tipo que todas as noites, impreterivelmente às 4 da manhã, acorde e acenda um cigarro e o vá fumar para a varanda em cuecas, seja Verão ou seja Inverno possa ser considerado um excêntrico. Quanto muito um viciado. Quanto ao não abdicar de dar uma queca em cima do poço, outra na rede, outra na mesa de ping-pong, na banheira de hidromassagens ou no elevador, não tem nada de excentricidade. Excêntrico sim era um amigo meu que o fazia em cima de uma bicicleta. Excêntrico e arrojado visto que a bicicleta que ele usava não tinha aquelas duas rodinhas de trás que as criancinhas usam e portanto estava sujeito a malhar com os cornos no chão. Também não estou a ver auto proclamar-me excêntrico apenas porque tenho uma parte da minha biblioteca na casa de banho. Aliás é um dos locais onde se lê mais tranquilamente e cada um sabe de si e mais nada. Finalmente ter doze pares de chinelos e oito pares de pantufas, 16 pares de ténis, e 4 pares de sapatos pretos todos iguais em formato e até em atacadores e gostar de usar jeans com ténis, camisa, gravata e blusão de cabedal, não me parece poder ser considerado excêntrico. A não ser que uma vez por outra eu troque o blusão de cabedal por um pullover de malha, para disfarçar ou que mude de atacadores de vez em quando. E como o texto já vai longo e não consegui detectar nenhuma excentricidade com interesse em relatar, desisto e passo a bola aos seguintes leitores deste espaço, esses sim capazes de nos surpreenderem. O Mário Almeida, a Karla, o Branco, a joiinha e o Alexandre.
PS. Se um dia eu descobrir uma excentricidade minha, prometo-te, TOM, que voltarei aqui para descrever.
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