920. Coleccionismo
Nunca tive espírito de coleccionador. Quando pensava guardar alguma coisa era mais com vontade recolectora, do tipo até era giro fazer colecção, mas não tenho pachorra. Foi assim com postais ilustrados dos quais, os portugueses, dei ao meu filho para um trabalho escolar quando ele ainda andava na primária, com as moedas – tenho muitas acreditem – desorganizadas do centavo ao conto de reis, com os selos, sem vontade nenhuma de os despegar dos pedaços de envelope onde estão agarrados, com as canetas, as caixas de fósforo, os pacotes de açúcar (estes todos com o açúcar ainda dentro), os calendários de bolso, os autocolantes. Cada coisa destas faz-me lembrar uma situação, uma cena, uma passagem de vida. Os autocolantes, esses então lembram-me lutas antigas, activismos exacerbados, convívios e vivências que não se poderão repetir. Quando o Tócolante criou o blog, primeiro serviu-me para comparar “olha, este também tenho”, depois, aos poucos, como a colecção dele é uma verdadeira colecção e não tem nada a ver com o meu ajuntamento, para me ajudar a reviver algumas fases pelas quais também passei e que quase já estavam esquecidas. O Tócolante faz hoje um ano, ao seu autor os meus agradecimentos e os meus parabéns.
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