quinta-feira, abril 13, 2006

955. O andrade diz que isto é azia (ou a minha maldita mania de me meter em assuntos da bola)

Levei com eles quando o meu presidente disse que se não vendesse 300 mil kits de sócio se demitiria. Eles estão sempre afirmar-se diferentes e eu reconheço-o. No meu clube, mesmo em tempo de ditadura havia eleições. No clube deles não. Agora já há. Mas continuam diferentes. O presidente deles disse que se não vendesse o património do clube se demitiria. E demitiu-se. Agora vai-se recandidatar. Eles são diferentes. Fazem as palhaçadas que os outros não fazem.

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Não há muito tempo, o presidente deles cuspiu no prato do presidente dos andrades. O presidente dos andrades não gostou e ripostou com uma não menos nojenta cuspidela. Agora dão-se como irmãos. Por isso eles são diferentes. Pactuam com o diabo ou vendem-lhe a alma. Não me admiro que o demissionário venha a ser de novo presidente deles. Os seus acólitos e adeptos quererão premiar esta aproximação ao seu ex-novo-futuro amigo andrade. O andrade diz que isto é azia.

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No final do encontro do passado fim-de-semana entre eles e o clube regional que veste à andrade, houve cânticos de ambas as claques e adeptos. Festejavam um, a vitória e, o outro, a vitória do outro. Eram unânimes no cântico: SLB, filhos da puta, SLB. Saíram muito felizes e abraçados. Nós estamos habituados a que eles valorizem mais a vitória dos outros que vestem de andrades do que as suas próprias. Desde que com isso possam vilipendiar o Glorioso. Eles são de facto diferentes.

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Ontem o presidente dos andrades veio à TV gabar o treinador deles, por no final da contenda ter mostrado fair-play. Mesmo depois daquela entrada, quase assassina, de um jogador dos das riscas verticais, sobre um jogador deles. Mesmo depois deles terem sido espoliados de um descarado penalty. O treinador deles é um cavalheiro. É um treinador diferente. Só perde a compostura ao falar do Glorioso. Afinal não é tão diferente, quase todos os treinadores fazem o mesmo. Será por serem muito católicos e deverem obediência ao Papa?

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PS. Não me aqueceu nem me arrefeceu que eles tivessem passado nas colunas do estádio o hino de Mercury e Caballet, “Barcelona”. Na verdade só podiam, uma vez que deles não se conhece hino. Ou será aquela coisa que uma senhora de mancha verde na cabeça anda a cantar há 40 anos?

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