Disse uma vez o nosso PR quando era primeiro-ministro de que não estava inteirado por se encontrar de férias no Portugal profundo. Nem eu me inteiro ou quero inteirar do que se passa por aí e pelo mundo quando me encontro no mesmo Portugal profundo. Por aqui parece que o tempo não passa, os mesmos campos por cultivar, os mesmos homens e mulheres desempregados, mas agora vários anos mais velhos, sendo que, alguns vivendo de parcas e miseráveis reformas. Alguns revivendo o passado e contando histórias (serão estórias?), alguns deixando testemunhos. Enfim, para que se não perca a memória se vão criando museus. Inaugurados mas raramente visitados porque por aqui estão, no Portugal profundo. De quem parece nunca se quererem inteirar. Se eu cá vivesse pagaria da mesma moeda, não me inteirando de que os senhores de Lisboa se não inteiram de nós. Hoje visitei o museu do contrabando em Santana de Cambas. As histórias de miséria, contadas pelo Diário de Lisboa em Março de 1952, as histórias de miséria em testemunho dos protagonistas. Hoje há outras histórias (serão estórias?) para contar. Umas mais miseráveis que outras. Para que alguém se inteire.
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