Por vezes quedo-me a interrogar-me porque é que passo tantos minutos, tantas horas, tantos dias sem escrever.
Por vezes quedo-me a perguntar-me onde guardei aquele bendito lápis que mal sentia o cheiro de uma folha branca logo tratava de a rabiscar.
Por vezes quedo-me a questionar-me se as pontas dos dedos que afagam as teclas já não lhes sentem receptividade às carícias.
Por vezes quedo-me a indagar-me se o poder da mente que levanta o lápis, que acaricia o papel, que movimenta os dedos, que rabiscam na branca folha do processador, se afectou por uma qualquer barreira anti-magnética.
Por vezes quedo-me a tentar descobrir se foram os dias os meus anti-magnéticos minutos que me impediram de acariciar o lápis, de processar os dedos, de rabiscar a mente.
E por isso, porque não encontro respostas a um não sei quê de benditas horas, quedo-me sentado a cheirar o mar e ver as ondas quebrarem barreiras e pousarem como brancas folhas.
Versos e foto PreDatado©2010
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