792. Sou um tipo envergonhado
E é por isso que quando atravesso a fronteira nunca digo que sou português. E porque é que não digo, perguntam vocês mortos de curiosidade? Imaginem que alguém, sabendo a minha nacionalidade me perguntava:
“Oh Sr. Português, explique-me cá porque razão quando recebe um aviso em casa para levantamento de uma carta registada nos Correios, ainda mais proveniente do estrangeiro, e você se encontra de férias, como quase todo o País (mas isso é outro assunto) e, por consequência, só tem conhecimento do caso 15 dias depois, tardiamente pois os Correios já devolveram a carta registada ao remetente com o argumento que uma Estação de Correios não é um depósito de correspondência e depois você olha para todos os lados e percebe que a mesma Estação, é um armazém/shopping dos mais diversos produtos desde livros a canetas da barbie, de artigos de papelaria a kits de sócio de clubes de futebol, de telemóveis a medalhas e estatuetas…”.
Vejam se não é de um tipo ficar corado de vergonha de não ser capaz de explicar a um estrangeiro uma coisa destas. Pois claro, eles nem sonham que eu sou português para não me embaraçarem com perguntas difíceis.
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