sexta-feira, novembro 16, 2012
quarta-feira, novembro 14, 2012
1613. Foto
sexta-feira, outubro 05, 2012
1612. Desafio - Acrescenta-me um ponto
1 - O texto, constituído por vinte parágrafos, terá início no blogue "O Sabor da Palavra" (http://osabordapalavra.blogspot.com), segundo o seu autor Gonçalo Cardoso.
2 - Cada bloguista terá direito a um parágrafo do texto com o máximo de cinco linhas. Não é taxativo, tanto pode ser mais ou menos, mas sem exageros.
3 - Após a realização do parágrafo respectivo, cada bloguista terá que selecionar outro bloguista que cumpra a continuidade do texto, segundo as regras mencionadas.
4 - Cada bloguista terá o limite máximo de três dias para realização do parágrafo, estando sujeito a desclassificação da rubrica e seleção de novo bloguista por parte do seu autor.
5 - Cada bloguista assinará o seu nome e respectivo blogue na lista dos participantes.
6 - O último participante ou autor do vigésimo parágrafo, finalizará o texto e partilhará com o autor do blogue "O Sabor da Palavra" para a sua divulgação no blogue inicial.
7 - Sejam criativos.
Lista de Participantes:
1 - Gonçalo Cardoso (O Sabor da Palavra)
2 - Buxexinhas (Pedacinhos de mim...)
3 - Karochinha (O Meu Eu)
4 - A Minha Essência (Roupa Prática)
5 - Olívia Palito (Olívia Palito no País das Maravilhas)
6 - L'Enfant Terrible (L'Enfant Terrible Lx)
7 - Utena (Os meus idealismos)
8 - Alexandra Martinho (Ouso Escrever)
9 - AC ( nadadecoisanenhuma)
10 - Poppy (Apontamentos de Luz)
11 - Briseis (do meu pedestal)
12 - Teté (Quiproquó)
13 - Vitor (PreDatado)
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20 -
E começa assim:
"Já tinha dobrado as duas da manhã. Estava a sair da emissão de rádio, incomodado com um ouvinte que alegava a minha falta de isenção jornalística. Segundo ele, apenas dava voz aos ouvintes do sexo feminino e os temas escolhidos revelavam uma tremenda homofobia. Estapafúrdio, dizia para mim! Mas para o exterior resolvi o problema com a introdução de uma música de intervenção social. E assim fechei o programa. Peguei na mala, desci as escadas em direcção ao parque subterrâneo e ao chegar junto do carro encontrei um segredo envenenado..."
“No seu vestido vermelho delineado na pele, ela olhava-me intensamente recostada no capô do meu carro, como um lince que espera a sua presa. Por momentos o meu coração parou de bater. ‘Voltou…’, pensei angustiantemente. Fantasmas do passado e segredos escondidos no recanto mais negro do meu ser… Renascidos da minha cinza. Em passos lentos, dirigi-me a ela. As palavras silenciosas do seu olhar disseram-me para onde ela me levaria. Entrámos no carro seguindo para o local temido…”
"...por ambos.
Aquela falésia onde, alguns anos antes, a tragédia se abatera sobre as suas vidas alterou os seus futuros para sempre. E todos os anos, no mesmo dia, encontravam-se antes do amanhecer, naquela pedaço de rocha que se erguia sobre o mar, numa esperança vã de expiarem os seus pecados mais profundos. Chegados ao local, saíram do carro e mais uma vez, as suas mãos encontraram-se e uniram-se, os seus corpos aproximaram-se e ela disse-lhe:"
"... Com a voz tremida, sussurrada, gélida, com a postura hirta e consciente do momento, Amanda começa a debitar desenfreadamente como tudo aconteceu, naquela fatídica noite...
... "Não tive culpa! Não tive! Acredita em mim, por favor! Foi um acidente. Foi ele que escorregou da falésia, ele!" - Sedutora mas ao mesmo tempo frágil, ela sabia exactamente como emaranhar um homem na sua teia. Sabia exactamente a palavra certa a ser usada, o gesto proveniente, o olhar mais assertivo para a ocasião. Manhosa, laça-o num envolvente abraço onde o choro compulsivo é o senhor do momento. Entre soluços mas, com uma voz doce, repete incessantemente, "não fui eu! Não fui eu!" - Com o rosto apoiado no peito de Edmundo, via-se claramente o sorriso dissimulado que fazia. Ele, estava completamente rendido à fragilidade dela mas, ao contrário do que ela pensava, que o tinha nas suas mãos, Edmundo, também tinha algo a dizer..."
"... acerca daquela fatídica noite. Edmundo fixou o olhar na falésia e ficou em silêncio por alguns segundos, enquanto os braços de Amanda o envolviam. De repente, ficou tudo absolutamente claro na cabeça de Edmundo, as peças do puzzle mental começavam a encaixar-se na perfeição. Lembrou-se da conversa off record que tivera com o inspector da polícia acerca do relatório da autópsia de Fred. Segundo o mesmo relatório, Fred havia ingerido uma dose substancial de whisky, confirmando assim o álibi de Amanda, de que Fred se desequilibrara e caíra daquela falésia. Porém, fez-se luz e um pormenor fulcral escapara a ambos: ao inspector da polícia e a Amanda, mas não a Edmundo..."
"...isto porque Fred não bebia whisky, sofria de doença celíaca, de modo que tudo o que contivesse glúten, o que incluía bebidas feitas de malte, não lhe passavam pela garganta. Por outro lado a revelação Fred fizera a Edmundo um dia antes da tragédia era de todo desconcertante, tanto mais que de dizia respeito aos três, sendo que conteúdo da mesma tivera desde então um profundo impacto em Edmundo, ao ponto de o mesmo perder parte da sua imparcialidade jornalística. Ainda assim, envolto no choro soluçado de Amanda, Edmundo era incapaz de proferir uma palavra, de partilhar com ela o que pensava porque havia mais um elemento em jogo, uma dúvida perene que o levava a sentir-se tal como o mar revolto e sem definição que vislumbrava no horizonte..."
“Não querendo mas ao mesmo tempo sem conseguir parar a maré das lembranças chegou-lhe à memória aquela noite que hoje lhe dava o conhecimento do facto de Fred não beber whisky. Fred confessou-lhe num ousado momento de coragem que se sentia atraído por Edmundo e que isso o deixava sem saber como agir pois nunca tinha sentido isso por homem nenhum já que sempre fora um mulherengo por natureza!
A convivência dos dois, muito por culpa de Amanda, o lamber das feridas causadas por esta mulher de escrúpulos nulos tinha feito com que os sentimentos florescessem em dois homens que mesmo nada indicando que assim fosse os levou a sentir o que para ambos deveria ser tabu.
Edmundo voltou a realidade com um soluço mais audível de Amanda e quando à olhava no profundo dos seus olhos verdes deu-se conta…”
"...deu-se conta do quanto aquela mulher já havia sofrido. Fred horas antes de falecer havia contado a Edmundo que Amanda aos 20 anos se havia submetido a uma cirurgia de retribuição sexual. Sim, Amanda fora um menino em outros tempos, mas hoje era aquilo a que Fred e Edmundo chamavam de tentação. Edmundo olhava-a e um misto de sentimentos lhe assolavam a mente, perdera alguém que lhe era muito próximo, um amigo, mas também, um silencioso admirador. E ali, diante de seus olhos estava a mulher indefesa e esbelta que soluçava e por quem ele era estupidamente apaixonado, mas que carregava tão pesado segredo. Segredo esse que toda a sociedade condenava e condena. Edmundo perturbado necessita voltar, ir ao encontro do seu pedaço de chão para meditar e montar todo aquele puzzle confuso. Suplicou-lhe - "Amanda, necessito ir, vamos?". Amanda para ele olhou, com olhar fugaz, e disse..."
"...És um homem cruel senão me aceitas como sou. E se assim for sem dúvida que não me mereces.Sou especial, sou única e estou disponível para te amar, com tudo o que tenho para te oferecer, mas jamais partilharia a minha vida ou o meu corpo, com quem olhasse para mim com desprezo ou nojo. Sendo assim cuida-te, olha para ti, observa-te com atenção e vais reparar em todos os teus defeitos... por agora vou apenas embrulhar-me no teu casaco sentir o teu cheiro e o teu calor que são presença nele e esperar que tu abras os olhos e possas ver para além do físico, do estereotipo e do preconceito a mulher que hoje eu sou...estou aqui, estarei sempre aqui para ti... de braços abertos...anda, decide-te não tenho o tempo todo..."
"... Mas na cabeça de Edmundo cada vez mais as dúvidas e as desconfianças se instalaram. Havia demasiadas incongruências em torno daquela noite e um relatório conivente com o que Amanda lhe dizia mas contrário ao que conhecia de Fred, este jamais poderia ter bebido Whisky naquela noite. Não estavam em causa os desejos que nutria por aquela mulher, não se colocava em questão as mudanças de sexo, o que lhe assolapava as ideias era tão somente o que teria sido capaz de fazer aquela mulher de escrúpulos nulos, de vermelho vestida se soubesse do que acontecera entre eles, não foi capaz de lhe dizer mais nada. Levou-a a casa e naquele momento só uma coisa lhe ocorria, tinha de estar com o inspector responsável pela investigação..."
"O encontro perturbador, aliado ao adiantado da hora, tinha um efeito nefasto sobre a sua lucidez. Conduzia como um autómato, a cabeça longe, muito longe da estrada por onde os olhos passavam. Era de noite, ainda. Para não enlouquecer durante as longas horas que antecediam a manhã e a sua oportunidade de falar com o inspector, foi para casa, tomou um banho tão quente quanto conseguiu tolerar e, ainda com o cabelo a pingar água e a pele a fumegar vapor, sentou-se a escrever a sua versão dos factos, a sua memória dos acontecimentos, caso algo lhe acontecesse... Escreveu tudo, longamente, e concluiu com a revelação do facto mais bem guardado:"
"Fred confessara-lhe o ciúme que sentia de Amanda! Sem nunca lhe ter revelado, adivinhara a paixão e o desejo que transpareciam nos seus olhos quando ela aparecia em cena, naquele misto de sedução e de fragilidade que tanto o cativavam. Parou de escrever. E se...? Não, não era possível, que o amigo chegasse tão longe... Ele andava perturbado - os credores avolumavam-se à sua porta! - mas suicidar-se?!? Deixando no ar a suspeita de Amanda ser a culpada pela sua morte?!? Mas porquê aquelas revelações súbitas e inesperadas, poucas horas antes daquela fatídica noite? Era um plano macabro demais para ser verdade..."
"Levantou-se,
abriu as janelas de par em par e, debruçado sobre o parapeito, olhou as
estrelas. Voltou para dentro apenas o tempo suficiente para apagar a luz. Não
havia luar e assim o céu ficava mais bonito. Acendeu um cigarro, deu-lhe duas
baforadas e voltou a contemplar as estrelas. Com Amanda e Fred na cabeça, ia
falando consigo próprio. Aos poucos foi-se descontraindo no fumo do cigarro, na tentativa de ainda se lembrar do nome das constelações. Aquela é a Ursa
Menor, aquela a Cassiopeia, aquela o Cão Maior. Raios! Porque não se lembrou
antes disso? Fez um telefonema para Irina. Ela costumava ficar com o cão de
Fred quando este se ausentava."
PS. Passo agora a bola ao meu amigo Rogério, grande prosador. Tenho a certeza que nos surpreenderá.
segunda-feira, julho 30, 2012
1611. Palavras em verso
Por razões editoriais o poema foi retirado do blog e figurará na coletânea Palavras Nossas, Esfera do Caos, a editar em Novembro de 2012.
Vítor Fernandes (aka PreDatado)
Vítor Fernandes (aka PreDatado)
quinta-feira, julho 05, 2012
1610. Não sou apenas
Não sou apenas
Jogas-me como se eu fosse
Apenas uma carta de baralho
(ou um par de dados viciado).
Comes-me como se eu fosse
Apenas rico em proteína animal
(ou em vitamina cê).
Bates-me como se eu fosse
Apenas um saco de boxista
(ou uma indefeso ébrio e vagabundo).
Lambes-me como se eu fosse
Apenas uma pedra de gelo
(ou o resto de um prato de arroz-doce)
Mas abraças-me como seu fosse
Apenas o teu maior amor
(mas eu sou o teu milenário tronco de oliveira).
sexta-feira, junho 29, 2012
quinta-feira, junho 21, 2012
1608. Más práticas
Por esta imagem (tirada da minha janela) pode ver-se que o meus vizinhos não são exemplo para ninguém na utilização do ecoponto, mas a Câmara do Seixal e a Amarsul não são nenhuns arautos das boas práticas, deixando amontoar esta espécie de lixeira por semanas. E não reclamo só pelo mau aspeto e pelo mau ambiente. Reclamo também porque tenho o IMI e as taxas de saneamento e outras taxas autárquicas pagas e em dia.
segunda-feira, maio 21, 2012
1607. Passear no Minho
Desta vez
foi o meu filhote o culpado. No Natal passado ofereceu-nos uma smartbox com uma
escapada pitotresca de duas noites para usufruirmos de um merecido descanso, ou
melhor, de um merecido passeio. A oferta é variada e acredito com muito boas
propostas. Decidimo-nos pela Casa da Paz do Outeiro em Venade, Paredes de Coura
e em boa hora o fizemos. Não só porque tivemos a oportunidade de reviver o
lindíssimo Alto Minho no maravilhoso mês de Maio, mas também porque deparamos
com uma simpatia de receção e serviço a cargo da proprietária da casa a senhora
D. Aida Covas. E se não tivemos a sorte suprema com as condições meteorológicas
que teimavam em nos brindar com uma carga de água de cada vez que chegávamos a
um local a visitar, tivemos a gentileza de a nossa anfitriã nos ter alojado
numa bonita e funcional suite. A
decoração da casa, à boa moda da província, apresentando vários elementos
rústicos e de gosto pessoal e familiar o que nos fez sentir em casa mesmo a
quase 500kms de distância. Pena que não pudemos dar um mergulho na piscina. Não
pudemos é como quem diz. Há muito boa gente capaz de saltar, em mortal encarpado
com ou sem pirueta para uma piscina de água fria com 11º graus de temperatura
ambiente e a chover com abundância. Ou pior. Mas nós não fomos nisso e
preferimos o calor das lareiras. Bom a publicidade já vai longa mas é sincera.
Ficam algumas fotos, sem esquecer de dizer que no Minho se come muito bem. Muito bem mesmo.
terça-feira, abril 24, 2012
1606. Adeus Miguel
"Perdemo-lo e não o esquecemos" (Francisco Louçã).
Subscrevo as suas palavras, Francisco. Adeus Miguel.
Foto Visão Online
sábado, abril 21, 2012
1605. Coisas minhas
Somos
21 contistas. Talvez para alguns dos meus amigos seja novidade. Em Maio, a
editora Esfera do Caos publicará "CONTOS DO NOSSO TEMPO" . Aqui o
vosso amigo é um dos autores. Ainda não está definido o local do lançamento que
divulgarei oportunamente. Fiquem com a capa e espero que venham a gostar.
quinta-feira, abril 19, 2012
1604. Sacrifícios
Foi em 2002. Eu necessitava de me submeter a uma intervenção cirúrgica e para o fazer eram necessários alguns exames prévios. Um deles requereu ter de tomar de véspera uma mixórdia líquida, mais ou menos um copo de 15 em 15 minutos, o que me levou pouco mais de 4 horas a beber quatro litros da solução. Aquela coisa tinha um sabor a baunilha e entre as consequências, a mais evidente e a esperada foi a de saltar do sofá para a casa de banho mais ou menos ao mesmo ritmo com que era tomado e a outra foi a de ter ficado enjoado de baunilha durante vários anos. Nem bolos, nem gelados, nem sequer o cheiro fui capaz de suportar nesse período de nojo. Depois passou-me. Hoje repeti. Daqui a uns anos, quando for capaz de voltar a cheirar a baunilha eu aviso.
Nota: encontrei esta foto na net, mas não tinha referenciado o autor da mesma. Peço desculpa pela sua utilização sem os respetivos créditos.
sábado, abril 14, 2012
1602. Sinais de alerta
Por ter lido este post da maray, lembrei-me de alguns avisos a que achei muita graça. Um deles tinha a ver com o tipo que colocou à entrada da residência murada onde vivia “Cuidado com o papagaio”. Não intimidou o ladrão que se introduziu por uma janela. Ao ver o papagaio numa gaiola riu-se e comentou o que é que ele poderia fazer para proteger a moradia. O papagaio apenas disse “Ataca Rex!”. Rex era um Rotweiller. Outro dos avisos a que sempre achei piada é o mais que tradicional “Cuidado com o cão”. Este já afasta, respeitosamente, alguns intrusos. Lá dentro, para o caso, de algum abusador entrar, estava um outro cartaz. “Cuidado com o cão. Não me pisem o Chihuhaua, ele é tão pequenino. Obrigado!”. Mas o aviso a que mais piada achei foi no restaurante onde jantava com frequência. Um dia, quando entrei, no bengaleiro e pregado com um alfinete, estava um cartaz num casaco que dizia: “Não tocar, pertence ao campeão mundial de Kung Fu”. Ri a bom rir quando saí porque no lugar do casaco estava um cartaz: “Roubado pelo campeão mundial da maratona”. Mas bom mesmo é ler o post da maray.
segunda-feira, março 19, 2012
1602. Canto o fado
Mais uma vez, a gentil e sempre simpática Ana Rita, promoveu na sua Casa do Guizo, mais uma noite de fados. Como é “minha” tradição, não podia deixar de estar presente, pois normalmente não dispenso as entradas. Este ano faltou o queijo fresco de ovelha, mas em compensação houve cabeça de porco desfiada e temperada à maneira. O vinho era da Herdade dos Lagos, a condizer com o repasto que depois do creme de legumes fez brilhar o arroz de pato com passas. Tenho uma pequena crítica à sobremesa que este ano não fez jus ao local onde estávamos, isto é no Alentejo mais profundo, embora não se possa dizer que o crepe com chocolate quente fosse algo que não se pudesse comer. O caldo verde com que fomos brindados num dos intervalos da fadistada estava divinal, mas houve quem preferisse um chá com bolo de canela e garantiram-me que estava muito bom. Parabéns portanto à Ana Rita.
E os fados, perguntam vocês que já estão de água na boca com tanta comida. Pois este ano o elenco era constituído pela Ana Valadas e pelo Miguel Camões Martins, com o Toi Rui na guitarra e o Henrique Gabriel à viola. Da Ana eu ainda não tinha tido oportunidade de ter ouvido gravação, nem de ver ao vivo. Do Miguel já tinha cuscado uns tubos e tinha uma ideia. Ao vivo são ambos duas agradáveis presenças, e duas vozes muito bonitas, jovens, bem colocadas, não desafinam, estilam à sua maneira alguns fados tradicionais e não só, animam a assistência com fados mais populares e revisteiros, proporcionam uma noite que só para quem estivesse muito cansado de um dia inteiro na “aceifa” se deixaria cair nos braços de Morfeu. Mas como não estamos em tempo de colheita, toda a gente ouviu, o silêncio foi rei quando era do silêncio o trono e as vozes eram de coro quando era para acompanhar o que os fadistas pediam.
Não foi em Lisboa, a menina e moça, não foi na Mouraria onde um rufia canta ou as guitarras trinam, não fomos à segunda sessão de uma revista, mas já era madrugada quando finalmente adormecemos. E neste momento em que a esperança, apesar de tudo ainda não está perdida, nem tenho vontade de ter ciúme, mas onde a tristeza me invade pois a saudade já me atormenta, canto o fado!
PS. A Casa do Guizo, fica no Concelho de Mértola, a um pulinho de Moreanes, em Pleno Parque Natural do Vale do Guadiana, tem uma estalagem de turismo rural e organiza vários tipos de eventos, incluindo festas de aniversário, casamentos e batizados. Para que a pub fique completa sem que a Ana Rita me tenha pedido nada, aqui fica o número de telefone: 286 655 171 Se forem para aqueles lados, entre Mértola e a Mina de S. Domingos, experimentem porque vale a pena. O site está aqui http://www.casadoguizo.pt/
segunda-feira, fevereiro 20, 2012
1601. Com SCUTs e sem humor negro, ou vice-versa
Ontem à noite, Domingo, ouvi nas notícias que tinham sido contabilizados nas estradas portuguesas sete mortos na operação Carnaval, mais cinco do que no ano anterior, isto desde sexta à noite. Quer dizer, em dois dias. Ninguém, não sei se convém ou não, fez ainda uma comparação, uma analogia, sequer uma especulação, se estes acidentes estão ou não relacionados com um maior afluxo às estradas “alternativas” às antigas SCUTs, hoje em dia autoestradas com portagem. A muita gente estes dados não interessam para nada até porque viriam logo alguns daqueles comentadores das rádios, TVs e jornais, sempre os mesmos, que até ganham para dizer palermices, do género das que eu aqui digo mas que o faço de borla, que a medida do Governo de taxar as SCUTs é perfeitamente adequada porque não só faz entrar dinheiro nos cofres do Estado por via direta, as portagens, mas também por via indireta já que alguns dos mortos são funcionários públicos a quem deixará de pagar ordenados ou pensionistas e reformados a quem se deixarão de pagar pensões. Esquecem-se os comentadores oficiais do regime que também o Governo a alguns deles vai deixar de poder roubar os 13º e 14º meses e, pior ainda, vai ter de pagar alguns subsídios de funeral e pensões de viuvez. E se calha, algumas horas extras a coveiros e outros funcionários dos cemitérios. Numa visão economicista, que tanto agrada a este governo, há ou não que repensar as SCUTs?
terça-feira, janeiro 10, 2012
1600. Cruzadas
À primeira vista são duas cadeiras uma mesa e um cinzeiro. Junto à porta, o que parece ser uma lanterna é um pequeno aquecedor a gás. Sobre as cadeiras, a forrarem-nas peles sintéticas. Sobre as peles dois cobertores de lã. Uma esplanada (das várias que vi) em Berna, Suiça. Foi no mês de fevereiro do ano passado, estava frio, as fontes estavam geladas e os ursos ainda em hibernação, mas os clientes fumadores deste café que quisessem fumar poderiam fazê-lo no exterior com todo o conforto. Lá dentro, os que não fumam têm o seu espaço. Aqui está-se em vias de aprovação uma lei que proíba que se fume nas imediações dos cafés e restaurantes. O país, ou está a ficar louco ou os governantes criam fait-divers atrás de fait-divers para nos desviarem a atenção da forma desastrosa e impiedosa como que nos estão a afundar. Eu estou a cair na esparrela e a dar importância a todos estes loucos. Deve ser para compensar não ter perdido tempo com a casa dos segredos.
PS. Declaração de interesses. Fui fumador durante 34 anos e deixei de fumar há 5. Sou tudo menos um radical contra os fumadores e não alinharei em cruzadas, antes as denunciando enquanto mo deixarem fazer.
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