709. Sem título - Capítulo 4
Efectivamente nunca tinha ido ao Brasil, tudo quanto sabia era através do que via na televisão, lia nas revistas ou consultava na Internet. Alguns amigos, contavam-lhe casos escabrosos de violência, outros, a maioria, falavam-lhe das maravilhas encontradas naquele país tropical, as praias, as belezas naturais, a alegria, o samba e o forro, a água de coco e, principalmente, as mulheres. E a “viagem” dele parou aqui. Lembrou-se que na carta a moça não dizia o nome. Foi ler o remetente e lá estava, Christiane. E começou a pensar nas pernas da Christiane. Como seria ela na cama? Quão diferente seria das portuguesas? Na verdade ele não era homem de mulheres. Poucas tinha conhecido na intimidade e só tinha tido uma namorada a sério. Nos quase dois anos de namoro tinha feito amor não mais de meia dúzia de vezes. Sempre deixara que as coisas acontecessem e na realidade aconteciam muito raramente o que o levava a reflectir se o problema estava nele ou na companheira. Um dia viu-a partir como bolseira para um doutoramento nos Estados Unidos e durante muitos anos não a voltou a ver. O rompimento foi de tal modo que nunca houve uma carta, nunca houve um telefonema. Encontrou-a há pouco mais de um ano no parque de estacionamento do supermercado, acompanhada de duas crianças e do, possivelmente, marido. Apenas trocaram uns olhares, como quem pergunta, eu conheço-te?, cada um entrou no seu carro. Nem sabe porque raio esta aparição lhe veio agora à memória, uma vez que estava mais interessado na Christiane. Iria responder-lhe. Entretanto abriu a terceira carta.
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