O caminho era o do talho. Ia comprar uns lombinhos de porco que mandei cortar em pequenos troços. O objectivo era uma carne de porco à alentejana. Comprar no comércio local tem também do que se lhe diga. Nos grandes espaços temos estacionamento para os carros. Dei duas voltas ao quarteirão e por sorte encontrei um lugar quase à porta do café onde, depois das análises anuais e de rotina iria tomar o pequeno almoço. O puto*, não teria mais de cinco anos, baixou as calças e desatou a mijar contra a parede. A empregada do café, que estava à porta a fumar um cigarro, riu-se. Achou uma gracinha. A carne de porco era tenrinha, foi temperada com massa de pimentão, alho picado miudinho, uma folha de louro, uma ligeira pitada de flor de sal e vinho branco tendo ficado a marinar mais de duas horas. O resultado das análises só as saberei daqui a uma semana mas de um hematoma num dos braços não me livrei. Se me vissem a passear de manga curta neste doido calor de fim de inverno, alguém comentaria que seria da seringa. Da outra que não da das análises clínicas. A Anita descascou e cortou as batatas em cubos para fritar. As amêijoas, deliciosas, foram compradas no Pirata na Costa da Caparica, passe a publicidade, mas que é justo ser referido. Aliás, além da carne de porco à alentejana, abrimos com uma travessa de amêijoas à Bolhão Pato e de melão com presunto. A senhora que passeava o cãozinho nas traseiras, que arreiava um valente cocózinho no meio do caminho, nem se apercebeu que a minha filha tinha preparado uns maravilhosos daiquiris de morango. Nem vos conto para não ficarem com inveja. A Bimby, que é uma máquina que ainda não me acostumei a usar parece ser óptima para cocktails (para limonadas e picar gelo também, meninas da casa não me batam se é blasfémia). É óbvio que não convidei a senhora do cocózinho. Fiquei antes a descascar as frutas, o ananás, as maçãs, os kiwis, a laranja e a papaia. Os morangos já estavam lavadinhos e sem pé. Tudo a postos para uma maravilhosa sobremesa de fondue de chocolate. O barulho dos travões, lá fora, foi apenas a de um carro que, provavelmente, a mais de 50kms/h, teve de travar fundo para dar passagem a avozinha com o neto pela mão. Fora da passadeira. O vinho era alentejano. Claro!
PS. *Puto – em português de Portugal, criança. Para que os meus leitores brasileiros não confundam.
PPS. Em dois tempos. Cronologicamente falando. Não se fazem análises clínicas ao domingo sem ser nas urgências dos hospitais, salvo seja, como dizia a minha avó.
PPPS. O Schubert não come carne de porco. Nem ele, nem nenhum gato cá de casa. Parece que não têm enzimas digestivas para esse tipo de alimento. E foi por isso que o Schubert, desta vez, não teve nenhum protagonismo neste LTB. Dormiu enquanto comemos. Abençoado gatinho.
Foto: Anita Capote
PS. *Puto – em português de Portugal, criança. Para que os meus leitores brasileiros não confundam.
PPS. Em dois tempos. Cronologicamente falando. Não se fazem análises clínicas ao domingo sem ser nas urgências dos hospitais, salvo seja, como dizia a minha avó.
PPPS. O Schubert não come carne de porco. Nem ele, nem nenhum gato cá de casa. Parece que não têm enzimas digestivas para esse tipo de alimento. E foi por isso que o Schubert, desta vez, não teve nenhum protagonismo neste LTB. Dormiu enquanto comemos. Abençoado gatinho.
Foto: Anita Capote
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