Introdução. Hoje tenho vontade de escrever muitos posts. Sei que poucos leitores de blogs resistem a mais de dois posts de um só blog e sei também que nenhum leitor gosta de posts muito grandes. Deverei deixar para amanhã e para depois de amanhã? Tipo blog tântrico? Oh filho o que é isso de blog tântrico?, Olha começas agora e vens-te, quer dizer, escreves o blog tipo punch line lá para terça-feira da semana que vem. Se estivesse aqui o meu espelho diria:
- Previsível (isto é o espelho a iniciar as provocações)
- Eu? (isto sou eu a fazer-me de novas)
- Repetitivo (isto é o espelho a tentar fazer-me a cabeça)
- Ai ai ai ai ai (isto era eu a dizer ao espelho que não estava a gostar nada da conversa)
- Erudito de meia-tijela (isto era o espelho, já em desespero de causa, a usar expressões popularuchas)
- Desembucha, caralho – Eu já tão mal-educado como qualquer tipo quando entra para dentro de um carro e decide conduzir em Lisboa.
- Usaste duas vezes a palavra tipo e disseste punch line e queres que eu fique calado?
(É por estas e por outras que eu lhe viro, sistematicamente, as costas. Há pachorra?)
Dizia eu que me apetece escrever muitos posts que ninguém vai ler e que não estou muito a fim de escrever um post granjola que ninguém vai ler também. Decidi então escrever vários capítulos de um só post. Como diz o nosso povo, Diz-me com quem andas dir-te-ei quem és, os meus leitores amigos e as minhas amigas leitoras poderão pelo título dos capítulos ler ou passar à frente. Pronto vou começar que ainda não disse nada até agora.
Recado. Para o puto que fez uma ultrapassagem, ao volante de um cabriolet verde alface, hoje cerca das 15 horas na Rua do Trevo em Corroios (só não escarrapacho aqui a matrícula porque nem tive tempo de a ver), a alta velocidade, mesmo em frente ao jardim-de-infância e que me fez subir o passeio, eu que vinha em sentido contrário, para que não chocássemos de frente. Pareces ser um gajo de tomates, oh meu! Vê lá se não bates com os cornos numa esquina próxima que isso de alface e tomates ainda pode dar uma grande salada.
Tenho medo sim senhor. Sinto sempre um arrepiozinho na espinha quando leio “saída de emergência”. Não sei porquê mas associo sempre a catástrofes, lembro-me da discoteca em Bali e tantas outras situações semelhantes. Se calhar também me lembro daquela igreja relatada em "The Reader" com as portas trancadas por fora. E fico em transe quando, como hoje, numa sala do Hospital de S. José em Lisboa, vejo uma porta, para ser usada em caso de emergência sem maçaneta/puxador que a impede que se abra em tal circunstância. A foto, mesmo que de telemóvel, não me deixa mentir.
Vamos falar de economia. Quanto custa um penalty? Não, amigas e amigos, não vou alinhar na histeria quase colectiva que assolou o país devido ao penalty fantasma do jogo de Sábado. Eu sou sócio, há muitos, mesmo muitos (sou cota, não esqueçam) anos do S L Benfica. De alma e coração. Mas também sou accionista da SAD Benfica. E espantem-se se se quiserem espantar, também o sou da SAD Sporting e da SAD Porto, isto é, das três maiores empresas de futebol do país. É por isso que hoje em dia, para mim, vale tanto um golo do Nuno Gomes como um do Levezinho ou do Hulk. Economico-financeiramente falando, naturalmente. Quando entram três empresas em campo, três más empresas, diga-se de passagem, dando o exemplo do passado Sábado, a empresa SAD Benfica e a empresa SAD Sporting com gestões financeiras, dizem os entendidos, ruinosas que se não fossem de futebol há muito seriam insolventes e a empresa árbitros de futebol, com uma gestão de recursos, se não ruinosa pelo menos desastrosa, apenas a empresa árbitros é visada pelos erros que comete. Se não fosse terem sido distribuídos 750 mil euros à empresa SAD Benfica e outros tantos 750 mil euros à empresa SAD Sporting quem me ressarciria a mim, accionista da SAD Sporting por tão mau desempenho dos seus funcionários na marcação das penalidades de desempate? É que as minhas acções desvalorizaram por causa disso. Já agora, o penalty mal assinalado contra a empresa SAD Benfica na contenda pública num campo da freguesia das Antas há bem pouco tempo, arredou a empresa SAD Benfica do 1º lugar do ranking das melhores empresas de futebol deste ano na tabela Sagres. E esse penalty sim pode valer alguns milhões a menos nas contas da empresa SAD Benfica dada pela confederação patronal chamada UEFA. E não fosse eu accionista das duas empresas, da gloriosa empresa de Lisboa e da (pffff, béécckkk) empresa azul do Porto e estaria agora a ver a minha carteira de acções a ser penalizada.
Quanto custa a ineficiência? Estive hoje, como já se devem ter apercebido, no Hospital de S. José. O meu sogro foi para uma consulta de anestesia e, porque tem 81 anos e dificuldade em se movimentar sozinho, a minha mulher teve de o acompanhar. Eu fui fazer de motorista, caso contrário um táxi para ir e voltar custar-me-ia os olhos da cara. Para uma consulta marcada para as 11 da manhã, esperámos até às 14h30 para sermos chamados e mais 3 minutos para sermos consultados. Eu não sei quantas pessoas, por este país fora, tiveram de acompanhar hoje familiares idosos a consultas. Mas, sem ter de fazer nenhum exercício difícil de extrapolação, tenho a certeza que isto custa muitos milhares de euros ao país por debilitar substancialmente os índices de produtividade. Tendo em conta que esta situação mais não é do que o reflexo de uma péssima gestão hospitalar, não deveriam, no final de cada mês, estes gestores indemnizarem o estado pelos prejuízos causados ao erário público em vez de receberem os chorudos ordenados que recebem?
Cheirinhos. Nunca entendi porque é que os parques de estacionamento dos hospitais, por maiores que sejam (conheço S. José, Garcia de Orta e Sta. Maria todos muito bem), nunca têm lugares disponíveis para quem vai a consultas médicas. A alguém, algum dia, que o saiba peço e agradeço que me deixe um comentário explicativo. Tive por isso que, depois de deixar o meu sogro com a minha mulher na sala de espera da consulta que procurar um parque de estacionamento. Deixei-o no parque subterrâneo do Campo dos Mártires da Pátria. Como gosto de andar a pé, não saí nem entrei pelo elevador tendo antes utilizado as escadas. Estas são arejadas e bem cheirosas, ao contrário das do parque de estacionamento da praça S. João Baptista em Almada que tresandam de cheiro a mijo. Devo concluir que os almadenses são muito mais mijões que os lisboetas ou que em Almada não há fiscalização e muito menos limpeza? (Ao cuidado da ASAE e da Bragaparques).
Por falar em Campo dos Mártires da Pátria, realço o verdadeiro conceito de espaço público, com uma fauna interessante de patos, pombos, galos da índia, galinhas pedreses, pavões e outras espécies. Um parque calmo e sossegado. Não sei se seguro, mas a verdade é que até à data não tenho razão de queixa.
Paisagem. Gosto de fazer caminhadas e faço-o com frequência no Parque da Paz em Almada. Têm várias espécies arbóreas, muitas delas classificadas e assim vou aprendendo um pouco mais de botânica, o que não é difícil visto o meu bem escasso conhecimento da matéria. Em meados de Fevereiro as Ameixoeiras de Jardim estavam lindas de floração. Hoje estão lindas de folhagem.
A natureza é muito mais bonita do que os mijões, os árbitros, os dirigentes das empresas de futebol e os gestores hospitalares. (No dia 8 de Agosto de 2007 escrevi aqui no PreDatado um post com crítica ao funcionamento do Hospital de Beja. O seu director não terá gostado muito dessa crítica e pediu-me detalhes sobre o que eu afirmava. Alguns dias depois mandei-lhe um relatório completo. Sei que respondeu ao meu cunhado, há relativamente pouco tempo, considerando normal a situação. Não é má fé gostar mais da Natureza do que, por exemplo, do corporativismo, pois não?).
Porque hoje é terça
Como doce, de minha infância, é a lembrança
Cada cor, à saída do vapor, seu paladar.
De doces cores se adoçava a boca da criança
Açúcar, água e lume brando a crepitar.
Hoje és tu de mil cores a tentação
Te beijar, te lamber, te devorar
Em turbilhões de volúpia e de tesão,
Como um vapor, em doce leito, a navegar!
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