segunda-feira, março 16, 2009

1390. Desafios (outra vez)

1. Um ex-colega meu à interpelação da filha do que era um embarcadiço, respondeu “filha, quando vires um senhor na rua sempre a olhar para as montras e a virar-se para olhar para o rabo de cada senhora que passa, então ele é um embarcadiço”. Eu também já fui embarcadiço.
2. Na primeira vez que fui à pesca para o largo, mal o barco começou a curvar na bóia da saída da barra de Setúbal, salta-me a cana e carreto, ainda por estrearem. Foram dar um mergulho. Eu levava um segundo conjunto e a pesca desenrolou-se sem sobressaltos. Sou, normalmente, um homem precavido.
3. Deixei a minha namorada à seca todo um almoço, depois de um exame (dela) na faculdade. Saí do barco, olhei para o relógio, vi que estava na hora e desatei a correr. Só dei por mim em Paço de Arcos, à porta da Escola Náutica. Em vez de ter corrido para o autocarro, corri para o comboio como fazia todos os dias. A minha namorada estava no ISCTE, no Campo Grande à minha espera. Estou casado há 29 anos. Nem todas as rotinas são dramáticas. Às vezes sou distraído.
4. Durante alguns anos se soubessem que era eu quem ia estrelar os ovos trocavam-se olhares cúmplices de desconfiança. Só confiavam em mim para abrir as latas de conserva e os pacotes de batata frita. Hoje esfregam as mãos de contentes quando me ofereço para entrar na cozinha. Não é para me gabar mas costuma sair coisa boa.
5. Por falar em comida, sou um louco amante de foie gras, gosto de qualquer outro paté que contenha fígado de aves ou porco e, como entrada, não são poucas as vezes que escolho uma terrine normande ou provençal aux fines herbes. Na verdade nunca consegui tragar fígado cozido, frito ou grelhado e casa onde me cheire a iscas é de ir à náusea. Contradição que acho que nem o meu estômago consegue explicar.
6. Não gosto de perder nem a feijões. Quando jogo a qualquer coisa faço-o pelo prazer do jogo mas também pela pica que me dá em ganhar. Dizem (as más-línguas, claro) que quando eu era miúdo gostava de alterar as regras a meio do jogo quando este não me estava a correr de feição. Havia quem me augurasse um futuro na política e apostaram mesmo que eu viria a ser primeiro-ministro. Enganaram-se. Sou, certamente, um batoteiro de segunda.

A castanha pilada do blog Histórias de Embrulhar Castanhas desafiou-me, numa daquelas teias da blogosfera, para que eu discorresse seis coisas aleatórias sobre mim. Penso que este tipo de desafios que nos proporcionam alguns posts interessantes são aceitáveis e por isso cá estou eu a responder ao dela. Agora deveria escrever as regras e coisa e tal e nomear seis para fazerem o mesmo. Estão convidados todos (quem é mauzinho, quem é?). Vá lá, é fácil e não dói.

Foto: PreDatado, Costa da Caparica, Fevereiro 2009

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Entretanto continua a saga da Janette na guerra do travesseiro. Cheira-me que ela é uma malandreca que ainda tem muito para dar.

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